Este ano decidi não incluir a escolha de melhor disco do ano. Não ouvi discos novos suficientes, para ter matéria prima em número razoável para opinar. Assim sendo, as minhas escolhas são estas:
- Canção nacional do ano:
Corsage - "Adeus Europa" / Wraygunn - "Don't You Wanna Dance";
- Canção internacional do ano:
The Walkmen - "Heaven";
- Concerto do ano:
The Black Keys no Pavilhão Atlântico;
- Celebração musical do ano:
O regresso dos Ornatos Violeta (concerto de 26 de Outubro, no Coliseu dos Recreios).
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
A(s) oportunidade(s) perdida(s)
Ainda a digerir o empate de ontem e as suas consequências, fica claro que não foi ontem que o Benfica condicionou a sua continuidade na Champions. O mal maior, aconteceu em Moscovo, onde o Benfica fez uma exibição miserável e sem atitude.
Ontem o Benfica, teve a oportunidade que talvez mais nenhuma equipa teve nos últimos anos, não só de ganhar ao Barcelona mas também de humilhar a melhor equipa do mundo de futebol. Até porque ontem, a melhor equipa do mundo de futebol, simplesmente, não estava em campo e isso, parecendo que não, facilita em muito as coisas... Tal como disse um amigo meu ontem, o Barça jogou com alguns jogadores, que nós nunca mais vamos ouvir falar deles. O Barcelona jogou com uma autêntica equipa B e acabou o jogo com 10.
O Benfica rematou 18 vezes e teve 5 oportunidades em frente ao guarda-redes Pinto (como é possível o Barça ter um suplente tão fraco?). Jesus fez o que tinha a fazer e até as substituições que fez durante o jogo, apesar de no momento as ter criticado, friamente, consigo entendê-las. Quando Messi entrou, o Barcelona ficou por cima no jogo e tendo em conta o resultado do jogo de Glasgow, entendo que Jesus tivesse pensado que também seria importante não sofrer golos. Óbvio que é arriscado jogar com o resultado de um jogo que não depende de nós, mas quando as circunstâncias do nosso jogo mudam, é natural que se caia na tentação de jogar com o resultado de terceiros.
Acima de tudo, o que penso e o que me custa, é que o Benfica empatou ontem porque falhou 5(!) oportunidades de golo claras e fáceis de concretizar. E essa é a história do jogo. Nada mais. O pior de Jesus ontem, foi nas declarações depois do jogo. É desonesto dizer que não viu nenhuma equipa fazer ao Barça aquilo que o Benfica fez ontem. Certamente, também ninguém nos últimos anos, teve a oportunidade de jogar com um Barcelona tão fraco e com tantos jogadores da equipa B. Se aquela fosse a equipa base do Barcelona, provavelmente, os catalães nem a manutenção na Liga Espanhola conseguiriam.... Portanto, esse argumento não é válido e é ridículo. Tão ridículo, como os golos falhados.
Venha a Liga Europa, onde acredito que o Benfica ou outra qualquer equipa de topo do futebol português, podem ter sempre uma palavra a dizer. Mas acima de tudo, quero ser Campeão Nacional. Estou farto da conversa do ganhar tudo e depois no fim, ter a Taça da Liga como recompensa (não que, repito, ela não seja de ganhar também...). Se não dá para tudo, que dê para o mais importante.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Desonestidade intelectual criminosa - Parte II
Acabadinho de ver o filme sobre Aristides de Sousa Mendes, dei comigo a pensar em certas comparações que por aí se fazem, mais concretamente, naquelas que vou lendo e vendo nas redes sociais e em algumas manifestações, em que Angela Merkel é comparada a Hitler. Quem o faz, ou sabe pouco de história e não sabe quem Hitler foi, ou então é, simplesmente, estúpido e atrasado mental.
Independentemente de não concordarmos com as políticas que estão a ser seguidas para combater a crise das dívidas soberanas (e eu sou um dos que não concordam), não me parece que Angela Merkel, tenha como objectivo final, provar a superioridade da raça ariana, nem sequer o extermínio de uma outra qualquer raça, etnia ou crença religiosa. Não me parece também que a Alemanha, tenha em funcionamento algum campo de concentração e também não tenho a informação, que Merkel esteja a planear invadir alguma nação europeia. Mais ainda, apesar de tudo o que vai mal nesta pseudo união europeia, não me parece que seja comparável o actual estado da Europa, com aquele que se vivia durante a Segunda Guerra Mundial.
Às vezes, antes de abrirmos a boca, teclarmos num computador ou, simplesmente, escrevermos num papel ou numa parede, convinha pensarmos duas vezes. Achar que Angela Merkel, por si só, é culpada por aquilo que agora vivemos, já de si é parvo. Além da "filha da putisse" das agências de rating e das "Goldman Sachs" deste mundo, além daqueles que andam a ganhar dinheiro com a desgraça dos outros, além desta pseudo união europeia e monetária, com regras diferentes aqui e ali, os principais culpados nasceram cá. Uns ainda cá estão e outros emigraram... Mas têm todos bilhete de identidade português. Aliás, nós cidadãos que votamos, também somos responsáveis, por termos estarmos tanto tempo desatentos e só agora que nos foram ao bolso, é que acordamos para a vida política. E mesmo que aceite, que Angela Merkel, sendo uma das principais defensoras das actuais políticas de combate à crise, tenha grande culpa no cartório pelo fraquíssimo resultado das mesmas, compará-la a Hitler é infame, criminoso e insultuoso para aqueles que viveram na pele um dos mais negros períodos da nossa história.
Hitler foi um assassino, um tirano e um tarado que quis exterminar raças e dominar o mundo. Quem tem dúvidas, que pergunte a um judeu ou a alguém de um país invadido pelos Nazis, se acha Hitler e Merkel figuras comparáveis. Ou então, leiam um pouco sobre esse período da história. Ou então, simplesmente, deixem de ser parvos e estúpidos.
Independentemente de não concordarmos com as políticas que estão a ser seguidas para combater a crise das dívidas soberanas (e eu sou um dos que não concordam), não me parece que Angela Merkel, tenha como objectivo final, provar a superioridade da raça ariana, nem sequer o extermínio de uma outra qualquer raça, etnia ou crença religiosa. Não me parece também que a Alemanha, tenha em funcionamento algum campo de concentração e também não tenho a informação, que Merkel esteja a planear invadir alguma nação europeia. Mais ainda, apesar de tudo o que vai mal nesta pseudo união europeia, não me parece que seja comparável o actual estado da Europa, com aquele que se vivia durante a Segunda Guerra Mundial.
Às vezes, antes de abrirmos a boca, teclarmos num computador ou, simplesmente, escrevermos num papel ou numa parede, convinha pensarmos duas vezes. Achar que Angela Merkel, por si só, é culpada por aquilo que agora vivemos, já de si é parvo. Além da "filha da putisse" das agências de rating e das "Goldman Sachs" deste mundo, além daqueles que andam a ganhar dinheiro com a desgraça dos outros, além desta pseudo união europeia e monetária, com regras diferentes aqui e ali, os principais culpados nasceram cá. Uns ainda cá estão e outros emigraram... Mas têm todos bilhete de identidade português. Aliás, nós cidadãos que votamos, também somos responsáveis, por termos estarmos tanto tempo desatentos e só agora que nos foram ao bolso, é que acordamos para a vida política. E mesmo que aceite, que Angela Merkel, sendo uma das principais defensoras das actuais políticas de combate à crise, tenha grande culpa no cartório pelo fraquíssimo resultado das mesmas, compará-la a Hitler é infame, criminoso e insultuoso para aqueles que viveram na pele um dos mais negros períodos da nossa história.
Hitler foi um assassino, um tirano e um tarado que quis exterminar raças e dominar o mundo. Quem tem dúvidas, que pergunte a um judeu ou a alguém de um país invadido pelos Nazis, se acha Hitler e Merkel figuras comparáveis. Ou então, leiam um pouco sobre esse período da história. Ou então, simplesmente, deixem de ser parvos e estúpidos.
Desonestidade intelectual criminosa: Parte I
Partir para a análise dos acontecimentos de quarta-feira passada, sem assumir como ponto de partida, que houve um grupo de pessoas que agrediram a polícia durante mais de uma hora, é desonestidade pura.
Uma polícia que é agredida durante mais de uma hora, que aguarda pacientemente e que avisa a população, minutos antes, que vai efectuar uma carga policial, não me parece que seja alvo de condenação. Quem estava na frente da manifestação à atirar pedras, certamente, ouviu o tal aviso e aqueles que, supostamente, não ouviram, tenho a certeza que sabiam o que se passava na frente da manifestação e sabiam que a polícia não poderia ter contemplações com aquilo que se estava a passar.
Critiquem o facto dos detidos não terem tido logo direito a advogados. Critiquem o que quiserem. Mas afirmarem que aquela carga policial não se justificava, é mais do que ridículo. Tão ou mais ridículo, é a insinuação sem provas que seria a própria polícia a provocar os desacatos (não, aquelas fotos que tenho visto no Facebook, com imagens de supostos polícias encapuzados e que estariam, também supostamente, a atirar pedras, não provam rigorosamente nada), da mesma forma que me parece injusto acusar a CGTP de ter incitado ou provocado aquela situação. A CGTP convocou uma greve e uma manifestação que, concorde-se ou não, são legítimas e teve o cuidado de demarcar-se, totalmente, das cenas de violência que se passaram já após o fim da manifestação. Aliás, certamente, que aquela violência toda, só teve o efeito de tirar do espaço mediático a greve e os efeitos da mesma. A notícia passou a ser os confrontos em frente à Assembleia da República e isso, certamente, não foi algo que beneficiasse os propósitos da CGTP.
Todos têm o direito a manifestar-se. Todos têm o direito a fazer greve ( e, já agora, a não fazê-la). Ninguém tem o direito de atacar a polícia. Confesso, se há algo que condeno na actuação da polícia naquela situação, apesar de entender os motivos, foi o tempo que esta demorou a reagir às pedras, aos petardos, às tochas e até aos sinais de trânsito com que foi atacada. Por mim, teria sido bem mais cedo.
Uma polícia que é agredida durante mais de uma hora, que aguarda pacientemente e que avisa a população, minutos antes, que vai efectuar uma carga policial, não me parece que seja alvo de condenação. Quem estava na frente da manifestação à atirar pedras, certamente, ouviu o tal aviso e aqueles que, supostamente, não ouviram, tenho a certeza que sabiam o que se passava na frente da manifestação e sabiam que a polícia não poderia ter contemplações com aquilo que se estava a passar.
Critiquem o facto dos detidos não terem tido logo direito a advogados. Critiquem o que quiserem. Mas afirmarem que aquela carga policial não se justificava, é mais do que ridículo. Tão ou mais ridículo, é a insinuação sem provas que seria a própria polícia a provocar os desacatos (não, aquelas fotos que tenho visto no Facebook, com imagens de supostos polícias encapuzados e que estariam, também supostamente, a atirar pedras, não provam rigorosamente nada), da mesma forma que me parece injusto acusar a CGTP de ter incitado ou provocado aquela situação. A CGTP convocou uma greve e uma manifestação que, concorde-se ou não, são legítimas e teve o cuidado de demarcar-se, totalmente, das cenas de violência que se passaram já após o fim da manifestação. Aliás, certamente, que aquela violência toda, só teve o efeito de tirar do espaço mediático a greve e os efeitos da mesma. A notícia passou a ser os confrontos em frente à Assembleia da República e isso, certamente, não foi algo que beneficiasse os propósitos da CGTP.
Todos têm o direito a manifestar-se. Todos têm o direito a fazer greve ( e, já agora, a não fazê-la). Ninguém tem o direito de atacar a polícia. Confesso, se há algo que condeno na actuação da polícia naquela situação, apesar de entender os motivos, foi o tempo que esta demorou a reagir às pedras, aos petardos, às tochas e até aos sinais de trânsito com que foi atacada. Por mim, teria sido bem mais cedo.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Assustado
Assusta-me que alguém como Seguro possa a chegar a Primeiro-Ministro do meu país. Assusta-me tanto, como me assustou Passos Coelho ter chegado ao poder, tendo como "braço-direito" alguém como Miguel Relvas (incrível como alguém que já foi mais que desmascarado, continua em funções no governo. Por aqui se vê a "força" que ele tem no actual PSD...).
Mas voltando a Seguro, assusta-me que alguém com tão pouco carisma e ideias próprias, possa chegar a chefe de governo. Assusta-me que alguém que ande a reboque das cisões no próprio partido e dos seus "clãs" (nomeadamente, o fortíssimo "clã Socratista"), possa governar o meu país.
Assusta-me mais do que tudo, a terrível classe política que temos na actualidade. Incapaz de criar consensos. Incapaz de pôr o interesse do Estado à frente das suas "clientelas". Assusta-me ver um debate como o do Prós e Contras na passada segunda-feira e ficar com a ideia que assisti a um debate de "surdos", de gente que não consegue libertar-se dos seus interesses e olhar para os problemas do país e discutir verdadeiramente o que interessa.
É o que temos. E o que temos é muito mau. O nosso país é um verdadeiro susto.
Mas voltando a Seguro, assusta-me que alguém com tão pouco carisma e ideias próprias, possa chegar a chefe de governo. Assusta-me que alguém que ande a reboque das cisões no próprio partido e dos seus "clãs" (nomeadamente, o fortíssimo "clã Socratista"), possa governar o meu país.
Assusta-me mais do que tudo, a terrível classe política que temos na actualidade. Incapaz de criar consensos. Incapaz de pôr o interesse do Estado à frente das suas "clientelas". Assusta-me ver um debate como o do Prós e Contras na passada segunda-feira e ficar com a ideia que assisti a um debate de "surdos", de gente que não consegue libertar-se dos seus interesses e olhar para os problemas do país e discutir verdadeiramente o que interessa.
É o que temos. E o que temos é muito mau. O nosso país é um verdadeiro susto.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
O "3+1+50" para memória futura
"O Benfica tem hoje um projecto que é 3+1+50, nos próximos quatro anos. Tem de ganhar três campeonatos nacionais, ir a uma final europeia e ganhar 50 campeonatos nas modalidades."
Luís Filipe Viera em entrevista a A Bola TV a 24 de Outubro de 2012.
Esta frase deverá ser guardada por todos os sócios do Benfica, apoiantes ou não do actual presidente. Se possível fosse, deveria ser afixada em todas as portas do nosso estádio (pavilhões incluídos), durante os próximos quatro anos.
Amanhã, o meu voto será em branco. Não esquecendo os méritos da actual gestão (recuperação financeira, novo estádio e o retirar do Benfica da "lama" desportiva), penso que em nove anos, já seria tempo suficiente do Benfica ter voltado, pelo menos, a aproximar-se do Porto ao nível de campeonatos ganhos e taças (dois campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e quatro Taças da Liga são o saldo futebolístico da era Vieira). Tal não aconteceu e, sinceramente (sendo este um argumento menos válido do ponto de vista prático), gostaria de ver à frente do Benfica pessoas com outro tipo de personalidade do que aquelas que neste momento por lá andam (o próprio Vieira ou Rui Gomes da Silva) e do que algumas que por lá vão andar (José Eduardo Moniz, por exemplo, que há uns tempos atrás era o rosto mais visível da oposição e que agora é o nome mais sonante da candidatura de Vieira. Será que esta "coligação" vai correr bem?). Do outro lado, a alternativa também não me parece melhor e, salvo melhor opinião, parece-me mais um grupo de "paraquedistas" (alguns deles pertencentes à direcção que mais envergonhou o nosso clube, além do apoio do "artista" José Veiga), nos quais não vejo uma ideia ou um verdadeiro projecto para o Benfica. Pelo contrário, a argumentação é demagógica e passa, acima de tudo, por acusações à actual direcção e pouco mais.
Como provavelmente, o autor da frase acima transcrita irá renovar o seu mandato, parece-me importante que esta seja a frase referência para os próximos quatro anos. E até lhe dou alguma margem de erro. Nem vou exigir que a mesma se cumpra na totalidade. Se andar lá perto, já serei um benfiquista feliz. Mas não me vou esquecer da frase e aconselho todos os sócios do Benfica a fazerem o mesmo. O que se diz em eleições, não pode cair em saco roto (para isso, já nos bastam as eleições legislativas...). Daqui a quatro anos cá estaremos para analisar o "3+1+50".
Luís Filipe Viera em entrevista a A Bola TV a 24 de Outubro de 2012.
Esta frase deverá ser guardada por todos os sócios do Benfica, apoiantes ou não do actual presidente. Se possível fosse, deveria ser afixada em todas as portas do nosso estádio (pavilhões incluídos), durante os próximos quatro anos.
Amanhã, o meu voto será em branco. Não esquecendo os méritos da actual gestão (recuperação financeira, novo estádio e o retirar do Benfica da "lama" desportiva), penso que em nove anos, já seria tempo suficiente do Benfica ter voltado, pelo menos, a aproximar-se do Porto ao nível de campeonatos ganhos e taças (dois campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e quatro Taças da Liga são o saldo futebolístico da era Vieira). Tal não aconteceu e, sinceramente (sendo este um argumento menos válido do ponto de vista prático), gostaria de ver à frente do Benfica pessoas com outro tipo de personalidade do que aquelas que neste momento por lá andam (o próprio Vieira ou Rui Gomes da Silva) e do que algumas que por lá vão andar (José Eduardo Moniz, por exemplo, que há uns tempos atrás era o rosto mais visível da oposição e que agora é o nome mais sonante da candidatura de Vieira. Será que esta "coligação" vai correr bem?). Do outro lado, a alternativa também não me parece melhor e, salvo melhor opinião, parece-me mais um grupo de "paraquedistas" (alguns deles pertencentes à direcção que mais envergonhou o nosso clube, além do apoio do "artista" José Veiga), nos quais não vejo uma ideia ou um verdadeiro projecto para o Benfica. Pelo contrário, a argumentação é demagógica e passa, acima de tudo, por acusações à actual direcção e pouco mais.
Como provavelmente, o autor da frase acima transcrita irá renovar o seu mandato, parece-me importante que esta seja a frase referência para os próximos quatro anos. E até lhe dou alguma margem de erro. Nem vou exigir que a mesma se cumpra na totalidade. Se andar lá perto, já serei um benfiquista feliz. Mas não me vou esquecer da frase e aconselho todos os sócios do Benfica a fazerem o mesmo. O que se diz em eleições, não pode cair em saco roto (para isso, já nos bastam as eleições legislativas...). Daqui a quatro anos cá estaremos para analisar o "3+1+50".
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
As Casas do Benfica são do Benfica
Ouvi por aí hoje (Antena 1, para ser mais concreto) que as Casas do Benfica, por unanimidade, irão apoiar a recandidatura de Luís Filipe Vieira a novo mandato.
Pois bem, não quero vir para aqui discutir candidaturas (ou possíveis candidaturas...) ou méritos (são alguns) e deméritos (que são outros tantos) da actual direcção. O que me parece errado, é que as Casas do Benfica tenham que apoiar ou não, quem quer seja.
A função das Casas do Benfica é a de promover o debate de ideias entre as candidaturas que possam surgir e o de esclarecer os sócios que estejam interessados em participar na votação. Nada mais. Parece-me que até do ponto de vista ético e da verdade democrática, um dos candidatos ter o apoio institucional das diversas delegações do Benfica espalhadas pelo país e pelo Mundo, deixa muito a desejar.
O Benfica é um clube democrático. A nossa história, mesmo em momentos de ditadura no país, deu verdadeiras lições de democracia a outros. Isso orgulha-me. Não destruam essa tradição. O Benfica é, orgulhosamente, o clube do povo. Deixemos então o povo votar conscientemente. As Casas do Benfica são do clube. Não são do Vieira ou de outro qualquer.
Pois bem, não quero vir para aqui discutir candidaturas (ou possíveis candidaturas...) ou méritos (são alguns) e deméritos (que são outros tantos) da actual direcção. O que me parece errado, é que as Casas do Benfica tenham que apoiar ou não, quem quer seja.
A função das Casas do Benfica é a de promover o debate de ideias entre as candidaturas que possam surgir e o de esclarecer os sócios que estejam interessados em participar na votação. Nada mais. Parece-me que até do ponto de vista ético e da verdade democrática, um dos candidatos ter o apoio institucional das diversas delegações do Benfica espalhadas pelo país e pelo Mundo, deixa muito a desejar.
O Benfica é um clube democrático. A nossa história, mesmo em momentos de ditadura no país, deu verdadeiras lições de democracia a outros. Isso orgulha-me. Não destruam essa tradição. O Benfica é, orgulhosamente, o clube do povo. Deixemos então o povo votar conscientemente. As Casas do Benfica são do clube. Não são do Vieira ou de outro qualquer.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Uma mentira dita muitas vezes, não tem que se tornar uma verdade
Para aqueles que acham que o Estado Novo perpetuou o "F" relativo ao futebol e, sobretudo, para aqueles que devido a um complexo de inferioridade histórico , que se desenvolveu e sobreviveu até aos dias de hoje, continuam a afirmar com a maior das certezas, que o Benfica era o clube preferido do antigo regime, talvez faça sentido recomendar-lhes a leitura de "O Jogo de Salazar - A Política e o Futebol no Estado Novo" de Ricardo Serrado.
Admitindo que poderão existir outros trabalhos com outros argumentos credíveis, os episódio descritos neste livro evidenciam, primeiro que tudo, que a relação do Estado Novo com o futebol, de pacífica teve muito pouco e que este sempre foi visto pelo regime como um fenómeno de massas que seria necessário abater e que o seu profissionalismo seria de todo evitável (aliás, seguindo a visão que o regime tinha para todos os desportos, a qual nenhum desporto deveria fomentar a competição, mas sim o convívio e a actividade física). A crescente e incontrolável popularidade do futebol, é que se impôs perante o regime, fazendo com que este o tivesse que controlar e regulamentar.
A outra curiosidade do livro, é o de pôr em causa o "mito" que o Benfica seria o clube mais apoiado pelo regime. Ao lermos este trabalho, temos uma ideia em que clubes estavam os homens do regime (há um clube que se destaca por ter mais e os mais importantes...) e da oposição ao mesmo, assim como os clubes que maior ajuda tiveram do Estado Novo. A título de exemplo, a descrição das inaugurações dos principais estádios portugueses na década de 50 com os seus festejos, figuras presentes e discursos proferidos, podem dar-nos pistas mais credíveis e válidas para se fazerem ou não, determinadas afirmações que se tornaram verdades absolutas.
Se a temática vos interessa, leiam e tirem as vossas conclusões. Sem clubismos e, muito menos, sem complexos de inferioridade.
Admitindo que poderão existir outros trabalhos com outros argumentos credíveis, os episódio descritos neste livro evidenciam, primeiro que tudo, que a relação do Estado Novo com o futebol, de pacífica teve muito pouco e que este sempre foi visto pelo regime como um fenómeno de massas que seria necessário abater e que o seu profissionalismo seria de todo evitável (aliás, seguindo a visão que o regime tinha para todos os desportos, a qual nenhum desporto deveria fomentar a competição, mas sim o convívio e a actividade física). A crescente e incontrolável popularidade do futebol, é que se impôs perante o regime, fazendo com que este o tivesse que controlar e regulamentar.
A outra curiosidade do livro, é o de pôr em causa o "mito" que o Benfica seria o clube mais apoiado pelo regime. Ao lermos este trabalho, temos uma ideia em que clubes estavam os homens do regime (há um clube que se destaca por ter mais e os mais importantes...) e da oposição ao mesmo, assim como os clubes que maior ajuda tiveram do Estado Novo. A título de exemplo, a descrição das inaugurações dos principais estádios portugueses na década de 50 com os seus festejos, figuras presentes e discursos proferidos, podem dar-nos pistas mais credíveis e válidas para se fazerem ou não, determinadas afirmações que se tornaram verdades absolutas.
Se a temática vos interessa, leiam e tirem as vossas conclusões. Sem clubismos e, muito menos, sem complexos de inferioridade.
sábado, 15 de setembro de 2012
Coisas que não se compreendem e outras que não se podem ignorar
Nenhum economista consegue explicar-me, como se consegue baixar o desemprego, aumentando o custo de vida das pessoas. Nenhum economista consegue explicar-me que, baixando a TSU para as empresas, estas irão, patrioticamente, começar a empregar pessoas só porque conseguem poupar mais uns euros com a baixa desta taxa. Nenhum economista consegue explicar-me, que as empresas vão começar a empregar pessoas (com excepção da pequena percentagem de empresas exportadoras do nosso tecido empresarial), mesmo que o consumo diminua e a sua necessidade de produzir/vender baixe drasticamente. Nenhum economista consegue explicar-me como se põe uma economia a funcionar, pondo austeridade em cima de austeridade.
Do mesmo modo, duvido que haja algum especialista em ciência política que consiga convencer-me que as impressionantes manifestações de hoje, não sirvam para nada e que não tenham qualquer tipo de significado político. Concordo que no meio de tanta gente, de tantas ideologias e de diversos quadrantes políticos (não, não eram só os eleitores do PC, do BE ou do PS que lá estavam. Estavam lá também os do PSD, os do CDS e aqueles que nos últimos anos têm votado em branco ou, simplesmente, aqueles que há muito não votam), seja difícil extrair uma ideia única e consensual. Mas, certamente, há algo que é indiscutível. Grande parte deste país, está zangado e é contra as últimas medidas apresentadas pelo governo. Negar isto, só demonstra cegueira, arrogância e falta de seriedade política.
Este governo teve condições e espaço de manobra que, pessoalmente, confesso não acreditei que fosse possível ter. Até à última 6ª feira, o principal partido da coligação, liderava as sondagens, mesmo depois de já terem sido impostas medidas de austeridade severas. Até à última 6ª feira, a população (ou parte dela) compreendia e acreditava que aquelas medidas tinham um propósito e um fim. Depois de 6ª feira, a margem de manobra terminou e o benefício da dúvida também. Há coisas que não se entendem e quando nem os especialistas, de uma forma consensual, conseguem ver lógica em certas medidas, fica difícil que o povo as entenda. Sejam humildes e reconheçam que foram longe demais. Antes que seja tarde...
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
It's only rock n' roll
É, provavelmente, o título mais utilizado em textos que refiram algo sobre os Rolling Stones. De qualquer modo, é o que vem logo à cabeça, nomeadamente, quando acabamos de ler a biografia de Keith Richards.
Não, não vou armar-me em crítico literário (nem disso, nem de nada). É só uma breve nota. A biografia de Keith Richards, "Life", foi, certamente, das coisas que mais prazer me deu a ler, até hoje (não, também não estou a armar-me em gajo que lê muitos livros, pois não é, de todo, verdade).
O discurso na primeira pessoa e a forma como o mesmo é escrito, "transpiram" uma tal honestidade, que é como se tivessemos o próprio Richards à nossa frente, com um copo na mão e um cigarro na boca, a contar-nos todas aquelas histórias fantásticas, mirabolantes e cheias de rock n´roll.
Já o tenho dito algumas vezes e vou repeti-lo: se quiserem um dia definir o que é o verdadeiro rock n' roll, tanto musicalmente, como no espírito, bastará colocarem uma imagem de Keith Richards. Ela, por si só, dirá tudo.
Não, não vou armar-me em crítico literário (nem disso, nem de nada). É só uma breve nota. A biografia de Keith Richards, "Life", foi, certamente, das coisas que mais prazer me deu a ler, até hoje (não, também não estou a armar-me em gajo que lê muitos livros, pois não é, de todo, verdade).
O discurso na primeira pessoa e a forma como o mesmo é escrito, "transpiram" uma tal honestidade, que é como se tivessemos o próprio Richards à nossa frente, com um copo na mão e um cigarro na boca, a contar-nos todas aquelas histórias fantásticas, mirabolantes e cheias de rock n´roll.
Já o tenho dito algumas vezes e vou repeti-lo: se quiserem um dia definir o que é o verdadeiro rock n' roll, tanto musicalmente, como no espírito, bastará colocarem uma imagem de Keith Richards. Ela, por si só, dirá tudo.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Nelson Oliveira: opção certa, aconteça o que acontecer
No futebol ou na vida, as opções devem ser tomadas. Podemos errar ou acertar. Podemos avaliar os prós e os contras. Mas há que tomar decisões. E depois de decidido, não há "ses".
Na minha opinião, Nélson Oliveira e Roderick, foram muito bem emprestados ao Corunha. No Benfica, não teriam o espaço suficiente para assumir a titularidade e sendo eles daqueles jogadores que não enganam e na idade em que estão, seria uma pena para eles, para o seu futuro e para o futuro do Benfica, que eles passassem um ano a jogar de vez em quando ou, numa outra opção, serem emprestados novamente a clubes de menor dimensão da nossa liga ou a clubes de outras ligas de menor dimensão. Qualquer uma destas hipóteses, certamente não ajudaria nada à sua evolução como jogadores e seriam opções que, provavelmente, poderiam desmotivá-los.
O Corunha, está longe de ser um grande em Espanha. Mas joga numa das melhores ligas do mundo, onde jogam os dois melhores jogadores do planeta e, certamente, é uma solução que os motiva e que poderá contribuir para a sua evolução e amadurecimento como jogadores.
E voltando à parte inicial deste texto, quem acredita como eu que esta foi a melhor solução, não poderá mudar a sua opinião, baseando-se naquilo que será a época do Benfica. Quem agora diz, como eu, que esta foi a melhor decisão, não poderá daqui a uns meses, caso as coisas corram mal, caso Cardozo ou Rodrigo não marquem, caso os centrais não correspondam, pôr em causa a mesma.
O cenário actual é este: Cardozo e Rodrigo, mesmo que não simpatizemos com os estilos destes e por mais que queiramos ver um jogador português e formado nas escolas do Benfica, como ponta-de-lança da nossa equipa, temos que admitir que nenhum destes dois fica atrás de Nélson Oliveira no rendimento e, no caso de Rodrigo, no potencial de futuro que também este poderá ter para o Benfica. No caso de Roderick, o caso ainda mais consensual me parece. Luisão e Garay, são os melhores centrais deste campeonato e ninguém põe em causa que serão estes os centrais titulares. Roderick poderia ser o central suplente. Uma segunda opção. Mas será que isso o ajudava a evoluir? Parece-me que não.
As decisões são tomadas, segundo os cenários que temos no presente. Há prós e contras sempre. Mas as decisões existem para serem decididas. E depois de tomadas e aceites, não deve haver segundas leituras. Aceito que não se concorde. Não aceito que se diga que a mesma não tem lógica. Não concordo com algumas opções tomadas na composição deste plantel, mas com esta concordo em absoluto. No final da época, aconteça o que acontecer, mesmo que tudo corra mal, repetirei que concordei com a decisão. A coerência é uma coisa bonita. A honestidade intelectual também. E lançar "bombas" só porque há que dizer mal, é feio. Mesmo que estejamos a falar de bola.
P.S.: A propósito daquilo que não concordo ou não entendo, para quê tanto extremo? Será tão difícil, encontrar, no mínimo, um "Dimas" para jogar a defesa-esquerdo?
Na minha opinião, Nélson Oliveira e Roderick, foram muito bem emprestados ao Corunha. No Benfica, não teriam o espaço suficiente para assumir a titularidade e sendo eles daqueles jogadores que não enganam e na idade em que estão, seria uma pena para eles, para o seu futuro e para o futuro do Benfica, que eles passassem um ano a jogar de vez em quando ou, numa outra opção, serem emprestados novamente a clubes de menor dimensão da nossa liga ou a clubes de outras ligas de menor dimensão. Qualquer uma destas hipóteses, certamente não ajudaria nada à sua evolução como jogadores e seriam opções que, provavelmente, poderiam desmotivá-los.
O Corunha, está longe de ser um grande em Espanha. Mas joga numa das melhores ligas do mundo, onde jogam os dois melhores jogadores do planeta e, certamente, é uma solução que os motiva e que poderá contribuir para a sua evolução e amadurecimento como jogadores.
E voltando à parte inicial deste texto, quem acredita como eu que esta foi a melhor solução, não poderá mudar a sua opinião, baseando-se naquilo que será a época do Benfica. Quem agora diz, como eu, que esta foi a melhor decisão, não poderá daqui a uns meses, caso as coisas corram mal, caso Cardozo ou Rodrigo não marquem, caso os centrais não correspondam, pôr em causa a mesma.
O cenário actual é este: Cardozo e Rodrigo, mesmo que não simpatizemos com os estilos destes e por mais que queiramos ver um jogador português e formado nas escolas do Benfica, como ponta-de-lança da nossa equipa, temos que admitir que nenhum destes dois fica atrás de Nélson Oliveira no rendimento e, no caso de Rodrigo, no potencial de futuro que também este poderá ter para o Benfica. No caso de Roderick, o caso ainda mais consensual me parece. Luisão e Garay, são os melhores centrais deste campeonato e ninguém põe em causa que serão estes os centrais titulares. Roderick poderia ser o central suplente. Uma segunda opção. Mas será que isso o ajudava a evoluir? Parece-me que não.
As decisões são tomadas, segundo os cenários que temos no presente. Há prós e contras sempre. Mas as decisões existem para serem decididas. E depois de tomadas e aceites, não deve haver segundas leituras. Aceito que não se concorde. Não aceito que se diga que a mesma não tem lógica. Não concordo com algumas opções tomadas na composição deste plantel, mas com esta concordo em absoluto. No final da época, aconteça o que acontecer, mesmo que tudo corra mal, repetirei que concordei com a decisão. A coerência é uma coisa bonita. A honestidade intelectual também. E lançar "bombas" só porque há que dizer mal, é feio. Mesmo que estejamos a falar de bola.
P.S.: A propósito daquilo que não concordo ou não entendo, para quê tanto extremo? Será tão difícil, encontrar, no mínimo, um "Dimas" para jogar a defesa-esquerdo?
terça-feira, 17 de julho de 2012
Não os comparem. Eles são iguais.
Muito se tem falado e escrito sobre a licenciatura do Dr. Relvas. E sim, se ele tivesse vergonha na cara, o Dr. Relvas já se teria demitido (e nem sequer seria necessário o caso da licenciatura...).
A mim nunca me enganou. Já o tinha referido aqui, que a minha simpatia por este senhor é pouca ou nenhuma e é algo que já vem de trás, muito antes do Dr. Relvas estar no governo. Agora existem factos objectivos que confirmam a minha opinião, mas antes desses factos existirem, aquele "vozinha" cínica, aquele sorriso de "artista" e o percurso típico de "menino do aparelho", já me denunciavam que o Dr. Relvas era rapaz que não fazia falta nenhuma à vida pública e política do país.
Devido à questão da licenciatura do Dr. Relvas, surgiram logo inevitáveis comparações à licenciatura de outro "artista", o Eng. José Sócrates. Se um licenciou-se num ano, o outro licenciou-se fazendo exames ao Domingo. Os que defendem o Dr. Relvas e que defendem que tudo isto é uma cabala contra este, dizem que aqueles que agora o acusam, não tiveram a mesma atitude quando as dúvidas eram sobre a licenciatura do Eng. José Sócrates. Os defensores do Eng. José Sócrates que, também eles, defenderam que houve uma cabala contra este, dizem agora que aqueles que punham em causa a licenciatura "dominical" do Eng. Sócrates, não estão a ser coerentes quando agora se fala da licenciatura à "velocidade do som" do Dr. Relvas.
Pois bem. Para mim, é muito simples. Acho uma perca de tempo enorme debater quem é o menos mau ou quem foram ou são os menos ou mais coerentes na sua defesa ou acusação. É tudo "farinha do mesmo saco". "Farinha" dos aparelhos partidários, responsáveis maiores pelo estado a que este país chegou. Gente que passou a juventude na "carneirada" que são as "jotas" dos vários partidos e que um dia para terem um "canudo" de forma a justificar futuras colocações no aparelho do Estado, quiseram tirar um curso e como gente de bons conhecimentos que são, conseguiram-no e com facilidades e condições que, acredito, poucos alunos neste país tiveram.
Sinceramente, nesta história, só lamento o embaraço e a preocupação legítima que os actuais e antigos alunos da Lusófona estão a ter com algo que, não tendo eles culpa nenhuma, poderá dificultar a sua vida futura. Não será necessário ser "bruxo", para perceber que, nos próximos tempos, uma licenciatura na Lusófona, mesmo que tenha sido conseguida com todo o mérito e que a mesma tenha sido avaliada de uma forma justa e exigente, terá sempre o "carimbo" Relvas e será sempre posto em causa a forma e o rigor com que a mesma foi conseguida.
Quanto á comparações, não percam tempo. Eles são iguais. Eles e outros que por aí andam. Sim, há muitos mais...
A mim nunca me enganou. Já o tinha referido aqui, que a minha simpatia por este senhor é pouca ou nenhuma e é algo que já vem de trás, muito antes do Dr. Relvas estar no governo. Agora existem factos objectivos que confirmam a minha opinião, mas antes desses factos existirem, aquele "vozinha" cínica, aquele sorriso de "artista" e o percurso típico de "menino do aparelho", já me denunciavam que o Dr. Relvas era rapaz que não fazia falta nenhuma à vida pública e política do país.
Devido à questão da licenciatura do Dr. Relvas, surgiram logo inevitáveis comparações à licenciatura de outro "artista", o Eng. José Sócrates. Se um licenciou-se num ano, o outro licenciou-se fazendo exames ao Domingo. Os que defendem o Dr. Relvas e que defendem que tudo isto é uma cabala contra este, dizem que aqueles que agora o acusam, não tiveram a mesma atitude quando as dúvidas eram sobre a licenciatura do Eng. José Sócrates. Os defensores do Eng. José Sócrates que, também eles, defenderam que houve uma cabala contra este, dizem agora que aqueles que punham em causa a licenciatura "dominical" do Eng. Sócrates, não estão a ser coerentes quando agora se fala da licenciatura à "velocidade do som" do Dr. Relvas.
Pois bem. Para mim, é muito simples. Acho uma perca de tempo enorme debater quem é o menos mau ou quem foram ou são os menos ou mais coerentes na sua defesa ou acusação. É tudo "farinha do mesmo saco". "Farinha" dos aparelhos partidários, responsáveis maiores pelo estado a que este país chegou. Gente que passou a juventude na "carneirada" que são as "jotas" dos vários partidos e que um dia para terem um "canudo" de forma a justificar futuras colocações no aparelho do Estado, quiseram tirar um curso e como gente de bons conhecimentos que são, conseguiram-no e com facilidades e condições que, acredito, poucos alunos neste país tiveram.
Sinceramente, nesta história, só lamento o embaraço e a preocupação legítima que os actuais e antigos alunos da Lusófona estão a ter com algo que, não tendo eles culpa nenhuma, poderá dificultar a sua vida futura. Não será necessário ser "bruxo", para perceber que, nos próximos tempos, uma licenciatura na Lusófona, mesmo que tenha sido conseguida com todo o mérito e que a mesma tenha sido avaliada de uma forma justa e exigente, terá sempre o "carimbo" Relvas e será sempre posto em causa a forma e o rigor com que a mesma foi conseguida.
Quanto á comparações, não percam tempo. Eles são iguais. Eles e outros que por aí andam. Sim, há muitos mais...
sexta-feira, 15 de junho de 2012
O "cronista social futebolistico" disfarçado
É algo que está na moda. O apelidado "jornalista desportivo", ganha confiança com um ou mais futebolistas famosos, começa tratar os atletas por "tu" e com isso consegue umas entrevistas em exclusivo, onde o famoso jogador mostra a piscina, o cão, os carros potentes que tem na garagem, etc.
Penso que o primeiro "cronista social futebolistíco" a surgir na imprensa portuguesa, terá sido Daniel Oliveira, que tal como quase os todos "cronistas sociais" que por aí existem, nunca percebi bem a utilidade e o porquê deste senhor se ter tornado digno de aparecer na TV. Contudo, honra lhe seja feita, foi o primeiro a "inaugurar" esta actividade e , além do mais, nunca precisou de ser jornalista do que quer que seja (pelo menos que eu tenha conhecimento), para conseguir exclusivos na intimidade dos futebolistas. Penso que é o único "cronista social futebolistíco" assumido.
O que me incomoda mais, são os jornalistas desportivos, os tais que se regem por um código doentológico de isenção e de imparcialidade e que, por consequência disso mesmo, devem manter algum distanciamento no tratamento daqueles que analisam e noticiam todos os dias, começarem a tratar por "tu", tudo o que é futebolista, nomeadamente, os da selecção, para com isto conseguirem uma relação mais próxima, de modo a obterem uns sempre "apetitosos" exclusivos. Nuno Luz, é o expoente máximo disto mesmo. Trata tudo o que é craque do Real Madrid por "tu" e depois é vê-lo nos bastidores da selecção, na casa do Ronaldo, do Coentrão, do Pepe, etc.
Não me incomoda nada que estes exclusivos aconteçam e existam pessoas na comunicação social com uma relação tão próxima com os nossos jogadores. Nada disso. O que me incomoda é chamarem a um tipo como Nuno Luz de jornalista, quando ele tem relações tão próximas com aqueles que, por obrigação profissional, deve analisar com distanciamento e isenção. Pergunto-me, que imparcialidade terá Nuno Luz, quando publicamente tem uma relação "tu cá tu lá" com Ronaldo, para, em caso de necessidade, criticá-lo ou revelar uma notícia que não abone a favor do rapaz? Irá Nuno Luz, sentir-se à vontade para fazê-lo, depois de Ronaldo lhe ter aberto as portas da sua mansão para mais do que um exclusivo e a quem este até trata por "tu"? Ou melhor, imaginemos que Ronaldo é criticado ou que sai uma notícia onde é posto em causa por algum motivo e que Nuno Luz, num trabalho jornalístico, vem contrariar dizendo que é tudo falso. Será que alguém acreditará nele? Será que essa "intimidade" não fará que a credibilidade dessa informação (mesmo sendo verdadeira) não seja posta em causa?
Portanto, o que proponho, é que se deixe de chamar jornalista a Nuno Luz. Ela era jornalista (bom ou mau), quando levava com sacos de água no estágio da selecção, mas que mesmo assim, continuava a fazer o seu directo e a denunciar a situação. Aí sim, o homem era jornalista. Agora não. E não é só este Nuno Luz que já não é jornalista. Há por aí mais. Aliás, quando estamos em fases finais de Europeus ou Mundiais, há uma espécie de epidemia de "pseudo jornalistas".
Um jornalista desportivo, não é, de todo, compatível com a actividade de "cronista social desportivo". Daniel Oliveira é um "cronista social desportivo" assumido. Nada contra. Nuno Luz também o é, mas disfarçado de "jornalista desportivo". E isso sim, é mau. Digam ao homem que se assuma.
Penso que o primeiro "cronista social futebolistíco" a surgir na imprensa portuguesa, terá sido Daniel Oliveira, que tal como quase os todos "cronistas sociais" que por aí existem, nunca percebi bem a utilidade e o porquê deste senhor se ter tornado digno de aparecer na TV. Contudo, honra lhe seja feita, foi o primeiro a "inaugurar" esta actividade e , além do mais, nunca precisou de ser jornalista do que quer que seja (pelo menos que eu tenha conhecimento), para conseguir exclusivos na intimidade dos futebolistas. Penso que é o único "cronista social futebolistíco" assumido.
O que me incomoda mais, são os jornalistas desportivos, os tais que se regem por um código doentológico de isenção e de imparcialidade e que, por consequência disso mesmo, devem manter algum distanciamento no tratamento daqueles que analisam e noticiam todos os dias, começarem a tratar por "tu", tudo o que é futebolista, nomeadamente, os da selecção, para com isto conseguirem uma relação mais próxima, de modo a obterem uns sempre "apetitosos" exclusivos. Nuno Luz, é o expoente máximo disto mesmo. Trata tudo o que é craque do Real Madrid por "tu" e depois é vê-lo nos bastidores da selecção, na casa do Ronaldo, do Coentrão, do Pepe, etc.
Não me incomoda nada que estes exclusivos aconteçam e existam pessoas na comunicação social com uma relação tão próxima com os nossos jogadores. Nada disso. O que me incomoda é chamarem a um tipo como Nuno Luz de jornalista, quando ele tem relações tão próximas com aqueles que, por obrigação profissional, deve analisar com distanciamento e isenção. Pergunto-me, que imparcialidade terá Nuno Luz, quando publicamente tem uma relação "tu cá tu lá" com Ronaldo, para, em caso de necessidade, criticá-lo ou revelar uma notícia que não abone a favor do rapaz? Irá Nuno Luz, sentir-se à vontade para fazê-lo, depois de Ronaldo lhe ter aberto as portas da sua mansão para mais do que um exclusivo e a quem este até trata por "tu"? Ou melhor, imaginemos que Ronaldo é criticado ou que sai uma notícia onde é posto em causa por algum motivo e que Nuno Luz, num trabalho jornalístico, vem contrariar dizendo que é tudo falso. Será que alguém acreditará nele? Será que essa "intimidade" não fará que a credibilidade dessa informação (mesmo sendo verdadeira) não seja posta em causa?
Portanto, o que proponho, é que se deixe de chamar jornalista a Nuno Luz. Ela era jornalista (bom ou mau), quando levava com sacos de água no estágio da selecção, mas que mesmo assim, continuava a fazer o seu directo e a denunciar a situação. Aí sim, o homem era jornalista. Agora não. E não é só este Nuno Luz que já não é jornalista. Há por aí mais. Aliás, quando estamos em fases finais de Europeus ou Mundiais, há uma espécie de epidemia de "pseudo jornalistas".
Um jornalista desportivo, não é, de todo, compatível com a actividade de "cronista social desportivo". Daniel Oliveira é um "cronista social desportivo" assumido. Nada contra. Nuno Luz também o é, mas disfarçado de "jornalista desportivo". E isso sim, é mau. Digam ao homem que se assuma.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Genuinamente rock n' roll
Podia dar mais exemplos. Mas estes estão mais presentes na minha memória, pois só passaram 48 horas.
Queria só dizer, que se eu fosse músico e tivesse uma banda, quando quisesse perceber o que querem dizer expressões como "entrega em palco", "garra em palco" ou, de uma forma mais simples, "atitude", daria um saltinho ao YouTube e veria, por exemplo, uns vídeos dos concertos no Rock In Rio 2012 de Bruce Springsteen, acompanhado dos restantes "capangas" da E Street Band ou do concerto que lhe antecedeu por parte dos Xutos. Independentemente de gostos musicais ( e eu assumo que gosto muito dos dois), penso que são dois excelente exemplos de palco, em que não são necessárias coreografias, grandes efeitos pirotécnicos ou de luzes, nem meninas com "curvas" generosas a dançar, para se ver um grande, mas grande espectáculo.
Sim, são ambas as bandas e artistas, muito experientes e com muitos anos a "virar frangos". Podem dar-se ao luxo, de fazerem alinhamentos com hits atrás de hits. Mas a tal "entrega", a tal ""garra" e a tal "atitude", não vêm dos anos de carreira, nem do número de discos no top ou do números de seguidores. Penso que se assim fosse, o efeito seria precisamente o contrário. A "atitude" desta gente, é a mesma que sempre foi. É a mesma que era no início das suas carreiras. O Springsteen de hoje, debita palavras com a mesma "força" com que debitava nos anos 70. O Kalú da actualidade, "ataca" a bateria com a mesma "fúria", com que "atacava" no início da carreira dos Xutos. É o que chamo o "rock sem merdas". Um rock n' roll sem truques, que vem das veias, das artérias, do coração e da alma. E isso meus amigos, só quem o tem e o sente, pode demonstrá-lo. Eles demonstram e é arrepiante ver rock tão genuíno e tão puro, debitado por gajos que já podiam estar a gozar a reforma (nomeadamente, o "Boss"...).
A frase poderá estar na galeria das "frases feitas". O rock é "alma" e "coração". A tão propalada "atitude" de uma banda, mede-se por isso. O Bruce, os capangas do Bruce e o "gang" Xutos & Pontapés, ainda a têm para dar e vender. Sem truques e sem merdas. Aprendam.
Queria só dizer, que se eu fosse músico e tivesse uma banda, quando quisesse perceber o que querem dizer expressões como "entrega em palco", "garra em palco" ou, de uma forma mais simples, "atitude", daria um saltinho ao YouTube e veria, por exemplo, uns vídeos dos concertos no Rock In Rio 2012 de Bruce Springsteen, acompanhado dos restantes "capangas" da E Street Band ou do concerto que lhe antecedeu por parte dos Xutos. Independentemente de gostos musicais ( e eu assumo que gosto muito dos dois), penso que são dois excelente exemplos de palco, em que não são necessárias coreografias, grandes efeitos pirotécnicos ou de luzes, nem meninas com "curvas" generosas a dançar, para se ver um grande, mas grande espectáculo.
Sim, são ambas as bandas e artistas, muito experientes e com muitos anos a "virar frangos". Podem dar-se ao luxo, de fazerem alinhamentos com hits atrás de hits. Mas a tal "entrega", a tal ""garra" e a tal "atitude", não vêm dos anos de carreira, nem do número de discos no top ou do números de seguidores. Penso que se assim fosse, o efeito seria precisamente o contrário. A "atitude" desta gente, é a mesma que sempre foi. É a mesma que era no início das suas carreiras. O Springsteen de hoje, debita palavras com a mesma "força" com que debitava nos anos 70. O Kalú da actualidade, "ataca" a bateria com a mesma "fúria", com que "atacava" no início da carreira dos Xutos. É o que chamo o "rock sem merdas". Um rock n' roll sem truques, que vem das veias, das artérias, do coração e da alma. E isso meus amigos, só quem o tem e o sente, pode demonstrá-lo. Eles demonstram e é arrepiante ver rock tão genuíno e tão puro, debitado por gajos que já podiam estar a gozar a reforma (nomeadamente, o "Boss"...).
A frase poderá estar na galeria das "frases feitas". O rock é "alma" e "coração". A tão propalada "atitude" de uma banda, mede-se por isso. O Bruce, os capangas do Bruce e o "gang" Xutos & Pontapés, ainda a têm para dar e vender. Sem truques e sem merdas. Aprendam.
terça-feira, 29 de maio de 2012
Gràcies Pep
Sei que há uma probabilidade muito reduzida de leres isto. Segundo sei, queres férias e deves ter mais que fazer do que ler cartas dirigidas a ti, muito menos uma carta minha. De qualquer modo, não ficaria bem comigo mesmo, se não deixasse estas palavras registadas na esperança que um dia, por obra do acaso, tu as encontres e percas tempo a lê-las. Agradecer não custa nada e acredita que estas palavras são sentidas.
Antes de mais, deixa-me esclarecer-te algumas coisas. Sou um rapaz português, adepto do único clube em Portugal com dimensão semelhante ao teu clube e à do seu rival mais directo. Em Espanha, não tenho nenhuma simpatia especial por nenhum dos seus dois grandes clubes. Admiro a história e a grandeza dos dois, mas a simpatia vai para o Atlético de Madrid (Futre é o culpado) e para o Athletic de Bilbau (o respeito por quem não cede ao futebol "moderno" e mantém tradições, assim o justificam).
Como disse atrás, aprendi a respeitar e a admirar o Real e o Barça ao longo destes vinte e poucos anos em que vejo bola. Já vi grandes equipas de uns e de outros. Numa dessas grandes equipas, eu vi-te jogar. Como jogador, foste do melhor que vi na tua posição. Muito à frente do teu tempo, definiste juntamente com Redondo, Albertini e Paulo Sousa, aquilo que viria a ser o "trinco" do futuro. "Destruir" jogo, por si só, já não era o único objectivo. Era preciso mais. "Destruir" e depois "construir". Saber jogar e sair a jogar. Ser o primeiro construtor de jogo de uma equipa. Tu, como jogador, foste isto tudo e fizeste-o melhor que ninguém à tua época, mesmo em comparação com os outros nomes que referi atrás. Logo aí deixas-te a tua marca. Uma marca de classe e que, passados todos estes anos, consigo perceber que eram a base da ideia de futebol que implementaste quando passaste a ser treinador.
Devo assumir-te isto, por mais ridículo que possa parecer hoje. Quando assumiste o cargo de treinador da equipa principal do Barcelona, não dava muito por ti. Achava-te demasiado "verde". Pensava que uma coisa é treinar uma equipa B e outra é treinar a equipa principal de um clube de topo. Hoje em dia, lembrar-me disto é embaraçoso, mas admito que duvidei e peço-te desculpa por ter sido tão céptico em relação a ti.
A tua herança não era fácil. O teu antecessor tinha conquistado quase tudo e pensava ser impossível ultrapassares o trabalho de Rijkaard e que serias um mero treinador de transição... Eu sei, fui ridículo. O tempo provou isso mesmo e provou muito mais. Não merece a pena pôr-me aqui a enumerar as vezes que me desmentiste. As vezes que ganhaste. Os recordes que bateste e, sobretude, as vezes que a tua equipa me encantou e deslumbrou.
Convém fazer um esclarecimento. Não foram os títulos que ganhaste (14 em 19 possíveis), nem os recordes que bateste que me fazem escrever este texto. Se fosse só por isso, já tinha escrito a outros. Por exemplo, ao meu compatriota Mourinho, já tinha escrito uma dezena de cartas. Aliás, devo dizer-te que desde que este e Ronaldo chegaram a Espanha, tenho tido alguns problemas com os meus compatriotas, por admirar o teu trabalho e o futebol da equipa que agora deixas. Sou, para alguns, uma espécie de "traidor da pátria". Chegaram ao ponto de dizer "sacrilégios", tais como, que o futebol do Barça é "aborrecido". Esquecem-se que diminuir o futebol da tua equipa, acaba por diminuir também o mérito daqueles que o conseguem derrotar.
Mas como estava a dizer-te, não foi o que ganhaste que me faz admirar-te. Ou, pelo menos, só isso. O que me faz realmente admirar-te e respeitar-te como poucos no mundo da bola, é a equipa que construíste, a identidade que criaste na mesma e a "magia" que dela emanou. Fizeste-me acreditar em algo que eu já não julgava ser possível. Uma equipa ganhar, a jogar maravilhosamente bem e sempre com a mesma identidade, quer esteja a ganhar ou a perder. A jogar no chão, de pé para pé, seja na frente de ataque, seja na zona defensiva, sempre com os mesmos princípios de jogo. Dominando, esmagando e, muitas vezes, ridicularizando adversários poderosos, que se limitavam a defender no seu meio-campo, muitas vezes "enfiados", literalmente, na sua área. E tudo isto, sempre com a bola rodar, a circular, com técnica e com classe. Há que dizê-lo, meramente por curiosidade e para quem desconhece, que durante estes quatro anos, jogaste contra 247 equipas diferentes e nunca a tua equipa acabou um jogo com menos posse de bola que o adversário. Aliás, a tua equipa chegou a atingir posses de bola estratosféricas, nomeadamente no futebol actual, na ordem dos 70 a 80%. Muitas das vezes, contra as melhores equipas da Europa e do Mundo... O Barça teve uma posse de bola média durante estes quatro anos, na ordem dos 68% e isto diz muito acerca da identidade e, mais ainda, acerca da qualidade da equipa que construíste. Ter estes princípios de jogo, esta qualidade e ser bem sucedido, é algo sem precedentes e uma ideia quase "romântica" no futebol dos dias de hoje.
No fundo, foi este o futebol que eu sonhava ver, que nunca tinha visto e que já pensava ser impossível vê-lo. A última e única vez que vi algo parecido, foi no Barça treinado por Cruyff (acredito que seja a tua grande influência) no início dos anos 90 e da qual tu fazias parte. Pensava que o futebol feito, essencialmente, de habilidade e técnica tinha acabado e que a táctica e a força fisíca eram os grandes pilares para uma equipa ser bem sucedido neste futebol "moderno". Salvaste-me! E mesmo que alguns não saibam, salvaste o futebol.
Deste modo e por tudo isto, agradeço-te. Agradeço-te também pela tua postura. Por seres um gentleman (mesmo quando foste provocado). Por teres admitido que falhaste, quando isso aconteceu. Por teres sabido reconhecer mérito aos outros, nas poucas vezes em que foste derrotado, mesmo quando isso aconteceu contra os teus maiores rivais.
Pep, agradeço-te, sobretudo, por teres construído a equipa que me mostrou o melhor futebol que alguma vez vi na vida e que, provavelmente, nunca mais verei com tamanha qualidade. Acima de tudo, como adepto de futebol, agradeço-te teres-me proporcionado a oportunidade de um dia mais tarde poder dizer, em conversas sobre bola com os meus meus filhos e netos, que tive o prazer, o privilégio a a honra de ver jogar a melhor equipa de futebol de todos os tempos.
O meu muito obrigado e felicidades para ti.
Antes de mais, deixa-me esclarecer-te algumas coisas. Sou um rapaz português, adepto do único clube em Portugal com dimensão semelhante ao teu clube e à do seu rival mais directo. Em Espanha, não tenho nenhuma simpatia especial por nenhum dos seus dois grandes clubes. Admiro a história e a grandeza dos dois, mas a simpatia vai para o Atlético de Madrid (Futre é o culpado) e para o Athletic de Bilbau (o respeito por quem não cede ao futebol "moderno" e mantém tradições, assim o justificam).
Como disse atrás, aprendi a respeitar e a admirar o Real e o Barça ao longo destes vinte e poucos anos em que vejo bola. Já vi grandes equipas de uns e de outros. Numa dessas grandes equipas, eu vi-te jogar. Como jogador, foste do melhor que vi na tua posição. Muito à frente do teu tempo, definiste juntamente com Redondo, Albertini e Paulo Sousa, aquilo que viria a ser o "trinco" do futuro. "Destruir" jogo, por si só, já não era o único objectivo. Era preciso mais. "Destruir" e depois "construir". Saber jogar e sair a jogar. Ser o primeiro construtor de jogo de uma equipa. Tu, como jogador, foste isto tudo e fizeste-o melhor que ninguém à tua época, mesmo em comparação com os outros nomes que referi atrás. Logo aí deixas-te a tua marca. Uma marca de classe e que, passados todos estes anos, consigo perceber que eram a base da ideia de futebol que implementaste quando passaste a ser treinador.
Devo assumir-te isto, por mais ridículo que possa parecer hoje. Quando assumiste o cargo de treinador da equipa principal do Barcelona, não dava muito por ti. Achava-te demasiado "verde". Pensava que uma coisa é treinar uma equipa B e outra é treinar a equipa principal de um clube de topo. Hoje em dia, lembrar-me disto é embaraçoso, mas admito que duvidei e peço-te desculpa por ter sido tão céptico em relação a ti.
A tua herança não era fácil. O teu antecessor tinha conquistado quase tudo e pensava ser impossível ultrapassares o trabalho de Rijkaard e que serias um mero treinador de transição... Eu sei, fui ridículo. O tempo provou isso mesmo e provou muito mais. Não merece a pena pôr-me aqui a enumerar as vezes que me desmentiste. As vezes que ganhaste. Os recordes que bateste e, sobretude, as vezes que a tua equipa me encantou e deslumbrou.
Convém fazer um esclarecimento. Não foram os títulos que ganhaste (14 em 19 possíveis), nem os recordes que bateste que me fazem escrever este texto. Se fosse só por isso, já tinha escrito a outros. Por exemplo, ao meu compatriota Mourinho, já tinha escrito uma dezena de cartas. Aliás, devo dizer-te que desde que este e Ronaldo chegaram a Espanha, tenho tido alguns problemas com os meus compatriotas, por admirar o teu trabalho e o futebol da equipa que agora deixas. Sou, para alguns, uma espécie de "traidor da pátria". Chegaram ao ponto de dizer "sacrilégios", tais como, que o futebol do Barça é "aborrecido". Esquecem-se que diminuir o futebol da tua equipa, acaba por diminuir também o mérito daqueles que o conseguem derrotar.
Mas como estava a dizer-te, não foi o que ganhaste que me faz admirar-te. Ou, pelo menos, só isso. O que me faz realmente admirar-te e respeitar-te como poucos no mundo da bola, é a equipa que construíste, a identidade que criaste na mesma e a "magia" que dela emanou. Fizeste-me acreditar em algo que eu já não julgava ser possível. Uma equipa ganhar, a jogar maravilhosamente bem e sempre com a mesma identidade, quer esteja a ganhar ou a perder. A jogar no chão, de pé para pé, seja na frente de ataque, seja na zona defensiva, sempre com os mesmos princípios de jogo. Dominando, esmagando e, muitas vezes, ridicularizando adversários poderosos, que se limitavam a defender no seu meio-campo, muitas vezes "enfiados", literalmente, na sua área. E tudo isto, sempre com a bola rodar, a circular, com técnica e com classe. Há que dizê-lo, meramente por curiosidade e para quem desconhece, que durante estes quatro anos, jogaste contra 247 equipas diferentes e nunca a tua equipa acabou um jogo com menos posse de bola que o adversário. Aliás, a tua equipa chegou a atingir posses de bola estratosféricas, nomeadamente no futebol actual, na ordem dos 70 a 80%. Muitas das vezes, contra as melhores equipas da Europa e do Mundo... O Barça teve uma posse de bola média durante estes quatro anos, na ordem dos 68% e isto diz muito acerca da identidade e, mais ainda, acerca da qualidade da equipa que construíste. Ter estes princípios de jogo, esta qualidade e ser bem sucedido, é algo sem precedentes e uma ideia quase "romântica" no futebol dos dias de hoje.
No fundo, foi este o futebol que eu sonhava ver, que nunca tinha visto e que já pensava ser impossível vê-lo. A última e única vez que vi algo parecido, foi no Barça treinado por Cruyff (acredito que seja a tua grande influência) no início dos anos 90 e da qual tu fazias parte. Pensava que o futebol feito, essencialmente, de habilidade e técnica tinha acabado e que a táctica e a força fisíca eram os grandes pilares para uma equipa ser bem sucedido neste futebol "moderno". Salvaste-me! E mesmo que alguns não saibam, salvaste o futebol.
Deste modo e por tudo isto, agradeço-te. Agradeço-te também pela tua postura. Por seres um gentleman (mesmo quando foste provocado). Por teres admitido que falhaste, quando isso aconteceu. Por teres sabido reconhecer mérito aos outros, nas poucas vezes em que foste derrotado, mesmo quando isso aconteceu contra os teus maiores rivais.
Pep, agradeço-te, sobretudo, por teres construído a equipa que me mostrou o melhor futebol que alguma vez vi na vida e que, provavelmente, nunca mais verei com tamanha qualidade. Acima de tudo, como adepto de futebol, agradeço-te teres-me proporcionado a oportunidade de um dia mais tarde poder dizer, em conversas sobre bola com os meus meus filhos e netos, que tive o prazer, o privilégio a a honra de ver jogar a melhor equipa de futebol de todos os tempos.
O meu muito obrigado e felicidades para ti.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Um campeão ridículo
Esta mensagem é so mesmo para desabafar. Não aceito isto e não aceito sequer que alguém diga que foi justo. Peço desculpa, mas não consigo aceitar que uma equipa como este Chelsea, seja campeã da Europa.
Uma equipa que não mereceu as meias-finais, que não mereceu a final e que não mereceu nem o prolongamento, nem os penaltys da mesma, não pode ganhar a mais importante competição europeia de clubes. Bem sei que é futebol, que é esta a imprevisibilidade que lhe dá piada, blá, blá, mas até para isso deve haver limites.
Habituei-me que as finais da Champions, são disputadas entre duas equipas de topo. Dois colossos. Pode até acontecer que o mais favorito, não seja o campeão. Pode até acontecer que o mais favorito, não chegue sequer à final. Mas quem ganha esta competição, mesmo não sendo o mais favorito, tem que ser uma equipa muito forte. Tem que ser uma das potências do futebol europeu de uma determinada época. O Chelsea de Mourinho (e depois de Avram Grant), teria sido um campeão europeu "normal". Este Chelsea não. Este Chelsea não é potência nenhuma. É uma equipa banal, que mudou de treinador a meio da época e que ficou em sexto lugar na Liga inglesa. Um sexto classificado da Liga inglesa, pode, eventualmente, ganhar uma Liga Europa. A Champions não.
E, repito, não me venham falar de justiça. Justiça na bola é jogar bem, jogar melhor que o adversário e ser premiado por isso. Defender bem, ter capacidade de sofrimento e ser eficaz, são méritos indesmentíveis que qualquer equipa deve ter. Mas por si só, não devem garantir justiça no resultado. Nomeadamente, quando falamos numa final da Liga dos Campeões. Quando assim for, não vale a pena haver bons jogadores, equipas a jogar bem e com vocação ofensiva. Basta ter bons defesas e ter um avançado que, nas poucas vezes em que a bola lhe surgir para finalizar, concretiza as oportunidades. Nada mais. E foi só isto que o Chelsea teve nos últimos cinco jogos da Champions, além de uma sorte descomunal nos momentos em que marca os golos (quem tiver dúvidas, que analise os minutos em que o Chelsea marcou nos jogos com o Benfica, Barcelona e Bayern).
Costuma-se dizer que no final ganham os melhores. Esta Champions, só veio confirmar que nem sempre é assim. Este Chelsea é, provavelmente, o campeão europeu mais sortudo e ridículo da história da competição.
Uma equipa que não mereceu as meias-finais, que não mereceu a final e que não mereceu nem o prolongamento, nem os penaltys da mesma, não pode ganhar a mais importante competição europeia de clubes. Bem sei que é futebol, que é esta a imprevisibilidade que lhe dá piada, blá, blá, mas até para isso deve haver limites.
Habituei-me que as finais da Champions, são disputadas entre duas equipas de topo. Dois colossos. Pode até acontecer que o mais favorito, não seja o campeão. Pode até acontecer que o mais favorito, não chegue sequer à final. Mas quem ganha esta competição, mesmo não sendo o mais favorito, tem que ser uma equipa muito forte. Tem que ser uma das potências do futebol europeu de uma determinada época. O Chelsea de Mourinho (e depois de Avram Grant), teria sido um campeão europeu "normal". Este Chelsea não. Este Chelsea não é potência nenhuma. É uma equipa banal, que mudou de treinador a meio da época e que ficou em sexto lugar na Liga inglesa. Um sexto classificado da Liga inglesa, pode, eventualmente, ganhar uma Liga Europa. A Champions não.
E, repito, não me venham falar de justiça. Justiça na bola é jogar bem, jogar melhor que o adversário e ser premiado por isso. Defender bem, ter capacidade de sofrimento e ser eficaz, são méritos indesmentíveis que qualquer equipa deve ter. Mas por si só, não devem garantir justiça no resultado. Nomeadamente, quando falamos numa final da Liga dos Campeões. Quando assim for, não vale a pena haver bons jogadores, equipas a jogar bem e com vocação ofensiva. Basta ter bons defesas e ter um avançado que, nas poucas vezes em que a bola lhe surgir para finalizar, concretiza as oportunidades. Nada mais. E foi só isto que o Chelsea teve nos últimos cinco jogos da Champions, além de uma sorte descomunal nos momentos em que marca os golos (quem tiver dúvidas, que analise os minutos em que o Chelsea marcou nos jogos com o Benfica, Barcelona e Bayern).
Costuma-se dizer que no final ganham os melhores. Esta Champions, só veio confirmar que nem sempre é assim. Este Chelsea é, provavelmente, o campeão europeu mais sortudo e ridículo da história da competição.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Os verdadeiros "pingos" da questão
Desde ontem, tenho verificado nas redes sociais e nas conversas de "café", uma série de elogios ao facto da Jerónimo Martins pagar a 500% aos funcionários do Pingo Doce que trabalharam o feriado do dia 1 de Maio, além de lhes ser também permitido a compra de produtos com o desconto de 50%. Foi como se, de repente, todos quisessem ser funcionários da Jerónimo Martins.
Vamos ao fundo da questão. Os acordos que o Pingo Doce faz com os seus funcionários, só dizem respeito à entidade patronal e aos empregados. A mim, pouco me interessa se a Jerónimo Martins paga o feriado a 500% ou se os seus funcionários têm descontos na compra de produtos. Se foram bem pagos, fico contente por eles, mas não me diz respeito. Aliás, não é muito difícil perceber que isto só se torna notícia e é divulgado, para amenizar os efeitos negativos que tiveram na imagem da empresa, as notícias e o "falatório" que se seguiram à tão propalada promoção do dia 1 de Maio.
O outro lado da questão é a promoção propriamente dita. Ninguém pode criticar a política comercial que a Jerónimo Martins segue, nem ninguém tem o direito de julgar as decisões de gestão da empresa, a não ser os seus próprios accionistas. Eu, como consumidor, só tenho decidir se compro ou não produtos no Pingo Doce. E, por isso mesmo, ninguém deve condenar os milhares de pessoas que se dirigiram ao Pingo Doce tentando aproveitar uma promoção que, na sua óptica, era bastante vantajosa.
Posto isto, eu como consumidor e, sobretudo, como cidadão, só posso e devo condenar aquilo que se passou naquele dia, porque, segundo a ASAE, parece que houve mesmo dumping e porque, segundo o Diário Económico de hoje, parece que quem vai pagar os custos da promoção, são mesmo os produtores. E isto é suficiente para, como cidadão, ficar preocupado e achar condenável o modo como operam as grandes empresas de distribuição. Numa cadeia de valor, que começa no produtor e que acaba no consumidor final, o lucro deve ser proporcional para todos e, sobretudo, repartido de uma forma justa. E isso, se dúvidas ainda houvessem, não acontece (e nem sequer era preciso este caso para atestá-lo). As grandes empresas de distribuição (e não é só a Jerónimo Martins), fazem o que querem dos produtores e dos seus fornecedores, "jogando" com o facto de qualquer marca ver como grande "montra" para os seus produtos estas grandes superfícies e que a ausência dos lineares das mesmas, signifique quase a "morte" destas mesmas marcas e, por outro lado, "jogando" com os produtores, que veêm nos hipermercados o local de maior fluxo de escoamento e venda dos seus produtos, trabalhando muitos deles, praticamente, em regime de exclusividade para as grandes empresas de distribuição. E, mesmo depois de tudo isto ter ficado provado, ficamos a saber que as multas para aqueles que vendem a baixo do preço de custo, quebrando as regras da concorrência saudável e da repartição justa dos lucros ao longo da cadeia de valor, são ridículas perante os proveitos que provêm deste tipo de práticas. Portanto, aqueles que ficaram muito impressionados com a percentagem com que a Jerónimo Martins pagou aos funcionários do Pingo Doce e com o desconto que os mesmos vão ter nos produtos da empresa, percebam que isso não lhes diz respeito. O que lhes diz respeito, como consumidores e (repito) como cidadãos, é saberem afinal, que a concorrência desleal existe no nosso país, que existem empresas completamente "reféns" das práticas de outras e que não têm qualquer margem de manobra para fazerem o que quer que seja e que, mesmo tudo isto sendo divulgado e provado, chegármos todos á conclusão que, afinal, o crime compensa.
Em relação aos consumidores que se deslocaram naquele dia ao Pingo Doce, não são dignos de crítica. Simplesmente, quiseram aproveitar o que lhes pareceu vantajoso. O que é preocupante, é que num país dito civilizado, terem surgido as situações de agressão e confrontos entre pessoas de forma a obter determinados produtos. Em tempos de crise, parece-me um sinal claro de que algo não vai bem na nossa sociedade. Quem agride e se confronta para obter um produto numa promoção, já não está lá, simplesmente, porque existe uma promoção. Está lá, porque precisa desesperadamente dela para sobreviver. E isto, são sinais que, na minha humilde opinião, merecem ser analisados com muita atenção.
Vamos ao fundo da questão. Os acordos que o Pingo Doce faz com os seus funcionários, só dizem respeito à entidade patronal e aos empregados. A mim, pouco me interessa se a Jerónimo Martins paga o feriado a 500% ou se os seus funcionários têm descontos na compra de produtos. Se foram bem pagos, fico contente por eles, mas não me diz respeito. Aliás, não é muito difícil perceber que isto só se torna notícia e é divulgado, para amenizar os efeitos negativos que tiveram na imagem da empresa, as notícias e o "falatório" que se seguiram à tão propalada promoção do dia 1 de Maio.
O outro lado da questão é a promoção propriamente dita. Ninguém pode criticar a política comercial que a Jerónimo Martins segue, nem ninguém tem o direito de julgar as decisões de gestão da empresa, a não ser os seus próprios accionistas. Eu, como consumidor, só tenho decidir se compro ou não produtos no Pingo Doce. E, por isso mesmo, ninguém deve condenar os milhares de pessoas que se dirigiram ao Pingo Doce tentando aproveitar uma promoção que, na sua óptica, era bastante vantajosa.
Posto isto, eu como consumidor e, sobretudo, como cidadão, só posso e devo condenar aquilo que se passou naquele dia, porque, segundo a ASAE, parece que houve mesmo dumping e porque, segundo o Diário Económico de hoje, parece que quem vai pagar os custos da promoção, são mesmo os produtores. E isto é suficiente para, como cidadão, ficar preocupado e achar condenável o modo como operam as grandes empresas de distribuição. Numa cadeia de valor, que começa no produtor e que acaba no consumidor final, o lucro deve ser proporcional para todos e, sobretudo, repartido de uma forma justa. E isso, se dúvidas ainda houvessem, não acontece (e nem sequer era preciso este caso para atestá-lo). As grandes empresas de distribuição (e não é só a Jerónimo Martins), fazem o que querem dos produtores e dos seus fornecedores, "jogando" com o facto de qualquer marca ver como grande "montra" para os seus produtos estas grandes superfícies e que a ausência dos lineares das mesmas, signifique quase a "morte" destas mesmas marcas e, por outro lado, "jogando" com os produtores, que veêm nos hipermercados o local de maior fluxo de escoamento e venda dos seus produtos, trabalhando muitos deles, praticamente, em regime de exclusividade para as grandes empresas de distribuição. E, mesmo depois de tudo isto ter ficado provado, ficamos a saber que as multas para aqueles que vendem a baixo do preço de custo, quebrando as regras da concorrência saudável e da repartição justa dos lucros ao longo da cadeia de valor, são ridículas perante os proveitos que provêm deste tipo de práticas. Portanto, aqueles que ficaram muito impressionados com a percentagem com que a Jerónimo Martins pagou aos funcionários do Pingo Doce e com o desconto que os mesmos vão ter nos produtos da empresa, percebam que isso não lhes diz respeito. O que lhes diz respeito, como consumidores e (repito) como cidadãos, é saberem afinal, que a concorrência desleal existe no nosso país, que existem empresas completamente "reféns" das práticas de outras e que não têm qualquer margem de manobra para fazerem o que quer que seja e que, mesmo tudo isto sendo divulgado e provado, chegármos todos á conclusão que, afinal, o crime compensa.
Em relação aos consumidores que se deslocaram naquele dia ao Pingo Doce, não são dignos de crítica. Simplesmente, quiseram aproveitar o que lhes pareceu vantajoso. O que é preocupante, é que num país dito civilizado, terem surgido as situações de agressão e confrontos entre pessoas de forma a obter determinados produtos. Em tempos de crise, parece-me um sinal claro de que algo não vai bem na nossa sociedade. Quem agride e se confronta para obter um produto numa promoção, já não está lá, simplesmente, porque existe uma promoção. Está lá, porque precisa desesperadamente dela para sobreviver. E isto, são sinais que, na minha humilde opinião, merecem ser analisados com muita atenção.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Falem no sobrenatural. Falem em eficácia. Não falem em justiça.
Há quem diga que, nos últimos tempos, só falo aqui de bola. Não sendo propositado, é verdade que tem sido o tema mais visto por aqui.
Contudo, o futebol muitas vezes é uma metáfora da vida e ensina-nos que não há nada garantido, que não há impossíveis e que nem sempre o talento é suficiente para ultrapassar as dificuldades e alcançar o sucesso.
O jogo desta noite, é um belo exemplo. Aliás, toda a eliminatória entre o Barcelona e o Chelsea, é o melhor dos exemplos. Confesso, que depois do primeiro jogo afirmei que nunca mais este Chelsea venceria este Barcelona. Enganei-me. Nada é garantido.
Hoje vi o pior Messi. Nem sequer seria necessário falar do penalty falhado. Bastaria mencionar o anormal número de passes falhados durante o jogo. Vi um Ramires fantástico. Um atleta magnífico e um golo de uma enorme classe (o melhor jogador brasileiro a jogar na Europa?). Vi um Chelsea, sem dúvida, solidário, a correr muito e com jogadores com muitos anos de bola, a lutarem para chegarem a uma final que lhes fugiu durante os seus melhores anos. Honra lhes seja feita.
Mas não me venham falar de justiça. O Chelsea correu muito. O Chelsea fez o que podia. O Chelsea jogou hoje durante muitos minutos com um jogador a menos. O Chelsea jogou da única forma com que poderia bater o Barcelona. É verdade e não discuto os méritos da equipa inglesa. Mas não me lixem, com a história que tudo isto basta para se falar num vencedor justo. O Chelsea andou 180 minutos encostado no "buraco", a "cheirar" a bola e à espera de um momento para atacar. O Chelsea viu 3 ou 4 bolas nos ferros durante a eliminatória, viu um penalty falhado, viu oportunidades a serem falhadas de baliza aberta. Não há impossíveis, de facto.
Portanto, falem-me que o "sobrenatural" e a sorte fazem parte do futebol e eu aceito. Falem-me em eficácia e eu assino por baixo. Agora, não me venham dizer que jogar assim e ganhar, é justo. Não é. Justo é ganharem aqueles que durante um jogo são melhores e jogam mais e isso não aconteceu. Nem sempre o talento é suficiente, para se ser o melhor e é bem verdade.
Por último, não faço ideia se um ciclo está a acabar ou se esta época será uma excepção ao actual domínio do futebol mundial por parte do Barça. O que sei e repito, é que tenho a certeza que o Barça é (foi?) a melhor equipa de futebol que alguma vez vi jogar na vida, que tenho sérias dúvidas que não seja mesmo a melhor da história do futebol e que me sinto um privilegiado por um dia ter visto tamanha ideia de futebol ter sido posta em prática.
Aqui ficam as estatísticas dos dois jogos, para que cada um tire as suas conclusões.
Estatística do jogo da 1ª mão:
Chelsea/Barcelona
Golos marcados 1/0
Remates à baliza 1/6
Remates para fora 3 /13
Cantos 1/8
Foras-de-jogo 5/2
Faltas cometidas 11/9
Cartões amarelos 2/2
Cartões vermelhos 0/0
Posse de bola (%) 28/72
Estatística do jogo da 2ª mão:
Barcelona/Chelsea
Golos marcados 2/2
Remates à baliza 5/3
Remates para fora 12/4
Cantos 10/1
Foras-de-jogo 1/1
Faltas cometidas 8/10
Cartões amarelos 2/6
Cartões vermelhos 0/1
Posse de bola (%) 72/28
PS: Sei que há por aí uns "patriotas" que acham que para exaltar os talentos extraordinários de Mourinho (o melhor treinador do mundo, provavelmente, o melhor de todos os tempos) e Ronaldo (a próxima Bola de Ouro é dele e foi ganha sábado e hoje), têm necessidade de dizer mal do Barcelona, de Guardiola e de Messi, sentindo uma vontade enorme de sair para o Marquês para festejar as derrotas do Barça e as conquistas do Real. Não conseguem perceber que diminuir o Barcelona e o futebol que pratica, acaba por diminuir, injustamente, o mérito que tanto Mourinho, como Ronaldo têm tido esta época. Enfim... Sejam felizes e talvez um dia tenham um discernimento de perceber o privilégio que foi ver este Barça jogar futebol. Aliás, quero acreditar que isso vai mesmo acontecer. Afinal, a verdade é como o azeite...
PS2: Um esclarecimento: eu não sou do Barcelona, nem do Real Madrid. Sou do Benfica. Se fosse o Real Madrid a fazer o jogo que o Barcelona faz, eu diria do Real Madrid o que digo do Barcelona. O "patriotismo" (atenção às aspas...) não me cega.
Contudo, o futebol muitas vezes é uma metáfora da vida e ensina-nos que não há nada garantido, que não há impossíveis e que nem sempre o talento é suficiente para ultrapassar as dificuldades e alcançar o sucesso.
O jogo desta noite, é um belo exemplo. Aliás, toda a eliminatória entre o Barcelona e o Chelsea, é o melhor dos exemplos. Confesso, que depois do primeiro jogo afirmei que nunca mais este Chelsea venceria este Barcelona. Enganei-me. Nada é garantido.
Hoje vi o pior Messi. Nem sequer seria necessário falar do penalty falhado. Bastaria mencionar o anormal número de passes falhados durante o jogo. Vi um Ramires fantástico. Um atleta magnífico e um golo de uma enorme classe (o melhor jogador brasileiro a jogar na Europa?). Vi um Chelsea, sem dúvida, solidário, a correr muito e com jogadores com muitos anos de bola, a lutarem para chegarem a uma final que lhes fugiu durante os seus melhores anos. Honra lhes seja feita.
Mas não me venham falar de justiça. O Chelsea correu muito. O Chelsea fez o que podia. O Chelsea jogou hoje durante muitos minutos com um jogador a menos. O Chelsea jogou da única forma com que poderia bater o Barcelona. É verdade e não discuto os méritos da equipa inglesa. Mas não me lixem, com a história que tudo isto basta para se falar num vencedor justo. O Chelsea andou 180 minutos encostado no "buraco", a "cheirar" a bola e à espera de um momento para atacar. O Chelsea viu 3 ou 4 bolas nos ferros durante a eliminatória, viu um penalty falhado, viu oportunidades a serem falhadas de baliza aberta. Não há impossíveis, de facto.
Portanto, falem-me que o "sobrenatural" e a sorte fazem parte do futebol e eu aceito. Falem-me em eficácia e eu assino por baixo. Agora, não me venham dizer que jogar assim e ganhar, é justo. Não é. Justo é ganharem aqueles que durante um jogo são melhores e jogam mais e isso não aconteceu. Nem sempre o talento é suficiente, para se ser o melhor e é bem verdade.
Por último, não faço ideia se um ciclo está a acabar ou se esta época será uma excepção ao actual domínio do futebol mundial por parte do Barça. O que sei e repito, é que tenho a certeza que o Barça é (foi?) a melhor equipa de futebol que alguma vez vi jogar na vida, que tenho sérias dúvidas que não seja mesmo a melhor da história do futebol e que me sinto um privilegiado por um dia ter visto tamanha ideia de futebol ter sido posta em prática.
Aqui ficam as estatísticas dos dois jogos, para que cada um tire as suas conclusões.
Estatística do jogo da 1ª mão:
Chelsea/Barcelona
Golos marcados 1/0
Remates à baliza 1/6
Remates para fora 3 /13
Cantos 1/8
Foras-de-jogo 5/2
Faltas cometidas 11/9
Cartões amarelos 2/2
Cartões vermelhos 0/0
Posse de bola (%) 28/72
Estatística do jogo da 2ª mão:
Barcelona/Chelsea
Golos marcados 2/2
Remates à baliza 5/3
Remates para fora 12/4
Cantos 10/1
Foras-de-jogo 1/1
Faltas cometidas 8/10
Cartões amarelos 2/6
Cartões vermelhos 0/1
Posse de bola (%) 72/28
PS: Sei que há por aí uns "patriotas" que acham que para exaltar os talentos extraordinários de Mourinho (o melhor treinador do mundo, provavelmente, o melhor de todos os tempos) e Ronaldo (a próxima Bola de Ouro é dele e foi ganha sábado e hoje), têm necessidade de dizer mal do Barcelona, de Guardiola e de Messi, sentindo uma vontade enorme de sair para o Marquês para festejar as derrotas do Barça e as conquistas do Real. Não conseguem perceber que diminuir o Barcelona e o futebol que pratica, acaba por diminuir, injustamente, o mérito que tanto Mourinho, como Ronaldo têm tido esta época. Enfim... Sejam felizes e talvez um dia tenham um discernimento de perceber o privilégio que foi ver este Barça jogar futebol. Aliás, quero acreditar que isso vai mesmo acontecer. Afinal, a verdade é como o azeite...
PS2: Um esclarecimento: eu não sou do Barcelona, nem do Real Madrid. Sou do Benfica. Se fosse o Real Madrid a fazer o jogo que o Barcelona faz, eu diria do Real Madrid o que digo do Barcelona. O "patriotismo" (atenção às aspas...) não me cega.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Uma questão de identidade
Juro que não é para provocar ninguém. Quem me conhece, sabe que apoio sempre qualquer adversário que jogue contra o Sporting, com excepção dos jogos em que o meu clube possa beneficiar de uma vitória da colectividade de Alvalade ou dos jogos em que defronta o Porto (nesta última hipótese opto pelo resultado que melhor beneficie os interesses do meu clube ou, como segunda hipótese, opto por uma postura de total neutralidade). Escusado será dizer que a minha postura perante os jogos da colectividade das Antas, é em tudo semelhante. Portanto, hoje tanto podiam jogar com Athletic Bilbao, como com o Metalist, que a minha postura seria a mesma. Desde já, deixo um pedido de desculpa aos eventuais "patriotas" que se sintam ofendidos, por eu ter dito que não apoiava o Sporting ou o Porto, mesmo que em causa estejam jogos internacionais. Talvez eu não seja tão "patriota" quanto vocês, mas provavelmente fico mais tranquilo que muitos de vocês em relação ao meu nível de hipocrisia ("aprecio" aquela rapaziada que se põe com a conversa do "temos que apoiar os clubes portugueses contra os estrangeiros" e, no dia seguinte a uma derrota europeia do clube rival, demonstram o seu gozo e regojizo perante o resultado. O "patriotismo" desta malta é enorme...).
Vamos a questão que me fez escrever umas linhas. Não tenho qualquer tipo de ideal separatista e a causa basca a mim pouco me diz. Confesso que nunca procurei investigar o assunto, de modo a ter uma opinião sobre a legitimidade ou não da luta separatista do povo basco. Mas em relação ao clube de Bilbao, não nego a admiração e o respeito que tenho por ele. Um clube que no meio deste "futebol moderno", consegue respeitar e manter uma identidade muito própria, é de realçar e de sublinhar.
No futebol actual, um clube ter como filosofia a obrigatoriedade de ter como jogadores do seu plantel, jogadores naturais da sua região, formados em clubes dessa mesma região ou, em última hipótese, jogadores que não sendo naturais da sua região, tenham uma forte ligação de ascendência ou de identificação com a mesma, eu diria que é quase "romântico". E eu como nestas coisa da bola, segundo me dizem, sou um bocado para o "romântico", tenho que fazer a minha vénia a quem ainda pratica este tipo de atitude.
Deixo só esta questão: não seria lógico que os príncipios que o Athletic Bilbao utiliza para a composição do seu plantel, fossem aplicados na Federação Portuguesa de Futebol para as selecções nacionais? Confesso a confusão que me faz, que um jogador brasileiro (ou de outra nacionalidade qualquer) que veio para Portugal jogar, que em nada se identifica com o país e que só por ser bom jogador e útil numa determinada posição, vista a camisola da selecção nacional. Não me consigo identificar com aquele jogador. Não o sinto como um dos "meus". E, atenção, não estou a pedir que joguem na selecção, exclusivamente, jogadores nascidos em Portugal. Não. Mas perturba-me que alguém com 26 anos, proveniente de um qualquer Santo André do Brasil e que aparece a jogar num qualquer clube do nosso campeonato, seja merecedor de jogar na selecção, pelo simples facto de ser bom jogador ou jogar numa posição em que a nossa selecção não está bem servida. Não consigo aceitar. Se temos "defeitos" que sejam remediados por alguém que sinta a camisola e a cultura do país e não por um gajo que na sua selecção de origem não tem lugar e vê ali a oportunidade de jogar um Mundial ou um Europeu.
Prefiro perder com os "meus" do que ganhar com os "dos outros". Uma saudação e uma vénia para o Athletic Bilbao e para todos aqueles que ainda têm e defendem uma identidade dentro deste "futebol moderno"
Vamos a questão que me fez escrever umas linhas. Não tenho qualquer tipo de ideal separatista e a causa basca a mim pouco me diz. Confesso que nunca procurei investigar o assunto, de modo a ter uma opinião sobre a legitimidade ou não da luta separatista do povo basco. Mas em relação ao clube de Bilbao, não nego a admiração e o respeito que tenho por ele. Um clube que no meio deste "futebol moderno", consegue respeitar e manter uma identidade muito própria, é de realçar e de sublinhar.
No futebol actual, um clube ter como filosofia a obrigatoriedade de ter como jogadores do seu plantel, jogadores naturais da sua região, formados em clubes dessa mesma região ou, em última hipótese, jogadores que não sendo naturais da sua região, tenham uma forte ligação de ascendência ou de identificação com a mesma, eu diria que é quase "romântico". E eu como nestas coisa da bola, segundo me dizem, sou um bocado para o "romântico", tenho que fazer a minha vénia a quem ainda pratica este tipo de atitude.
Deixo só esta questão: não seria lógico que os príncipios que o Athletic Bilbao utiliza para a composição do seu plantel, fossem aplicados na Federação Portuguesa de Futebol para as selecções nacionais? Confesso a confusão que me faz, que um jogador brasileiro (ou de outra nacionalidade qualquer) que veio para Portugal jogar, que em nada se identifica com o país e que só por ser bom jogador e útil numa determinada posição, vista a camisola da selecção nacional. Não me consigo identificar com aquele jogador. Não o sinto como um dos "meus". E, atenção, não estou a pedir que joguem na selecção, exclusivamente, jogadores nascidos em Portugal. Não. Mas perturba-me que alguém com 26 anos, proveniente de um qualquer Santo André do Brasil e que aparece a jogar num qualquer clube do nosso campeonato, seja merecedor de jogar na selecção, pelo simples facto de ser bom jogador ou jogar numa posição em que a nossa selecção não está bem servida. Não consigo aceitar. Se temos "defeitos" que sejam remediados por alguém que sinta a camisola e a cultura do país e não por um gajo que na sua selecção de origem não tem lugar e vê ali a oportunidade de jogar um Mundial ou um Europeu.
Prefiro perder com os "meus" do que ganhar com os "dos outros". Uma saudação e uma vénia para o Athletic Bilbao e para todos aqueles que ainda têm e defendem uma identidade dentro deste "futebol moderno"
quinta-feira, 12 de abril de 2012
O polícia que escreve livros
Podia chamar-lhe "polícia cowboy", alcunha que lhe foi colocada por alguém muito mais insuspeito que eu, o sportinguista Daniel Oliveira. Eu, desde sempre, que lhe chamo "o polícia que escreve livros". Não dá tanto jeito para dizer e, muito menos, para escrever, mas foi sempre assim com que me referi ao senhor.
Não me esquecendo da sempre muito referenciada (e bem) presunção de inocência, não nego o sorriso malandro que fiz ao ouvir nas notícias que o senhor tinha sido constítuido arguido por uma alegada "armadilha" ao fiscal de linha Cardinal.
Não faço ideia se a coisa se confirma ou não. Aliás, nem sequer estou muito interessado no assunto. Não me diz respeito. Sei que nos próximos dias vão surgir as habituais teorias da "cabala" (algo me diz, que ainda vai sobrar para o Benfica...), vai falar-se que o fiscal de linha é o mesmo da final da Taça da Liga em que o Sporting foi derrotado pelo Benfica (um autêntico trauma no mundo lagarto. O que não deixa de ser curioso, quando passam a vida a desvalorizar esta mesma competição, que em duas finais consecutivas conseguiram perder...) e que tudo isto não passa de uma manobra para desestabilizar o Sporting numa altura em que desportivamente estão melhor, depois de alcançadas a final da Taça de Portugal, a meia-final da Liga Europa e, sobretudo, depois da vitória sobre o Benfica. Vão ser estas, certamente, as cenas dos próximos episódios, numa história que envolve o vice-presidente do "auto-proclamado" clube da verdade desportiva, da boa moral, da ética, blá, blá, blá...
O que sei e o que posso dizer, é que nunca gostei de polícias (ou de profissionais com responsabilidades semelhantes) que escrevem livros e depois se tornam em estrelas da televisão matinal. Cheira-me mal. O que sei, é que nunca gostei de gente na bola que fala para o adepto, recorrendo ao populismo básico. O que sei, é que não gosto de gente na bola que fala para os topos do estádio, recorrendo à demagogia e, sobretudo, "ateando fogos" (literalmente), desculpando os erros e os fracassos das administrações de que fazem parte. O que sei, é que o "polícia que escreve livros", a mim, nunca me enganou.
Não me esquecendo da sempre muito referenciada (e bem) presunção de inocência, não nego o sorriso malandro que fiz ao ouvir nas notícias que o senhor tinha sido constítuido arguido por uma alegada "armadilha" ao fiscal de linha Cardinal.
Não faço ideia se a coisa se confirma ou não. Aliás, nem sequer estou muito interessado no assunto. Não me diz respeito. Sei que nos próximos dias vão surgir as habituais teorias da "cabala" (algo me diz, que ainda vai sobrar para o Benfica...), vai falar-se que o fiscal de linha é o mesmo da final da Taça da Liga em que o Sporting foi derrotado pelo Benfica (um autêntico trauma no mundo lagarto. O que não deixa de ser curioso, quando passam a vida a desvalorizar esta mesma competição, que em duas finais consecutivas conseguiram perder...) e que tudo isto não passa de uma manobra para desestabilizar o Sporting numa altura em que desportivamente estão melhor, depois de alcançadas a final da Taça de Portugal, a meia-final da Liga Europa e, sobretudo, depois da vitória sobre o Benfica. Vão ser estas, certamente, as cenas dos próximos episódios, numa história que envolve o vice-presidente do "auto-proclamado" clube da verdade desportiva, da boa moral, da ética, blá, blá, blá...
O que sei e o que posso dizer, é que nunca gostei de polícias (ou de profissionais com responsabilidades semelhantes) que escrevem livros e depois se tornam em estrelas da televisão matinal. Cheira-me mal. O que sei, é que nunca gostei de gente na bola que fala para o adepto, recorrendo ao populismo básico. O que sei, é que não gosto de gente na bola que fala para os topos do estádio, recorrendo à demagogia e, sobretudo, "ateando fogos" (literalmente), desculpando os erros e os fracassos das administrações de que fazem parte. O que sei, é que o "polícia que escreve livros", a mim, nunca me enganou.
quarta-feira, 21 de março de 2012
Orgulho, o prazer de ganhar e conversa da treta
Começemos pela grande notícia do dia de ontem. O Estádio da Luz vai ser o palco da final da Liga dos Campeões em 2014. E isso, ao contrário da vitória na meia-final da Taça da Liga, é motivo de orgulho. A nossa casa (sim, sem aspas), ficará imortalizada na galeria dos estádios que foram palcos da final da mais importante competição de clubes do planeta. Uma honra.
Sobre o jogo da noite passada, fica o prazer de ganhar. Primeiro e mais importante, o prazer de ganhar uma meia-final de uma competição que, não sendo uma prioridade, é sempre melhor estar na sua decisão do que não estar. Segundo, o prazer de ganhar a um rival e afastar alguns "fantasmas" que pairavam, nomeadamente, nos jogos em casa com aqueles senhores. Murphy e a sua lei ainda fizeram a sua aparição na primeira parte (o primeiro golo do Porto e as três bolas nos ferros são sinais bem evidentes da sua presença ) mas felizmente desapareceram na segunda. Vitória justa.
A "conversa da treta", foi um constante antes e após o jogo de ontem. Antes do jogo, para os senhores de azul, o jogo não era importante e o grande objectivo seria o campeonato. Nada contra. Servia para eles e servia para o Benfica. Agora dizer-se que é indiferente ganhar ou perder, é que é "conversa da treta" da mais pura (sim, sr. Miguel Guedes). A fúria patenteada, tanto na conferência de imprensa de Vítor Pereira (rídiculo!) e na "fina" ironia do seu presidente, ao dizerem, cada um ao seu estilo, que o jogo foi ganho pelo Benfica devido a erros do árbitro, tem tanto de cómico, como de hipócrita, tendo em conta que, há uns dias atrás, saíram da Luz com uma vitória com um golo ilegal. E estes comentários, são só a prova que, afinal, o jogo era mesmo para ganhar, que chegar a uma final é sempre melhor do que não chegar, que ganhar a um rival é sempre saboroso e que, quando isso não acontece, causa sempre "mossa" na equipa que perde.
Parece que a Taça da Liga foi apelidada pelo presidente do rival, como a "taça deles". Por mim, nada contra. Repito que prefiro continuar a ganhá-la, do que o contrário. Isso não invalida que o Benfica não tenha objectivos maiores e mais importantes. Aliás, um dos grandes problemas desta taça, é o Benfica ter três troféus e os nossos rivais, não terem nenhum. E isso tem servido para a desvalorizar. Da minha parte, pode continuar assim. Tenho, claramente, outras preferências se tivesse que escolher entre ganhar este troféu ou ganhar as outras competições em que o Benfica está envolvido. Mas se puder ganhar esta também, não me importo nada. Quem diz o contrário, é mentiroso e hipócrita.
Sobre o jogo da noite passada, fica o prazer de ganhar. Primeiro e mais importante, o prazer de ganhar uma meia-final de uma competição que, não sendo uma prioridade, é sempre melhor estar na sua decisão do que não estar. Segundo, o prazer de ganhar a um rival e afastar alguns "fantasmas" que pairavam, nomeadamente, nos jogos em casa com aqueles senhores. Murphy e a sua lei ainda fizeram a sua aparição na primeira parte (o primeiro golo do Porto e as três bolas nos ferros são sinais bem evidentes da sua presença ) mas felizmente desapareceram na segunda. Vitória justa.
A "conversa da treta", foi um constante antes e após o jogo de ontem. Antes do jogo, para os senhores de azul, o jogo não era importante e o grande objectivo seria o campeonato. Nada contra. Servia para eles e servia para o Benfica. Agora dizer-se que é indiferente ganhar ou perder, é que é "conversa da treta" da mais pura (sim, sr. Miguel Guedes). A fúria patenteada, tanto na conferência de imprensa de Vítor Pereira (rídiculo!) e na "fina" ironia do seu presidente, ao dizerem, cada um ao seu estilo, que o jogo foi ganho pelo Benfica devido a erros do árbitro, tem tanto de cómico, como de hipócrita, tendo em conta que, há uns dias atrás, saíram da Luz com uma vitória com um golo ilegal. E estes comentários, são só a prova que, afinal, o jogo era mesmo para ganhar, que chegar a uma final é sempre melhor do que não chegar, que ganhar a um rival é sempre saboroso e que, quando isso não acontece, causa sempre "mossa" na equipa que perde.
Parece que a Taça da Liga foi apelidada pelo presidente do rival, como a "taça deles". Por mim, nada contra. Repito que prefiro continuar a ganhá-la, do que o contrário. Isso não invalida que o Benfica não tenha objectivos maiores e mais importantes. Aliás, um dos grandes problemas desta taça, é o Benfica ter três troféus e os nossos rivais, não terem nenhum. E isso tem servido para a desvalorizar. Da minha parte, pode continuar assim. Tenho, claramente, outras preferências se tivesse que escolher entre ganhar este troféu ou ganhar as outras competições em que o Benfica está envolvido. Mas se puder ganhar esta também, não me importo nada. Quem diz o contrário, é mentiroso e hipócrita.
terça-feira, 13 de março de 2012
A 12 de Março eu queria verdade
Há um ano atrás, eu fui um dos trezentos mil que desceram a Avenida da Liberdade. Os motivos (pelo menos, os meus e para mim) eram nobres. Mais do que discutir esta ou aquela medida, mais do que pôr em causa o governo que estava em funções, o que me levou ali era chamar à atenção, de uma forma veemente, pacífica e em massa, para a necessidade imperiosa da moralização da nossa classe política. Por uma classe política com sentido de Estado, com ética e fora dos lobbies partidários. Por novas formas de fazer política, em que o país está à frente das disputas partidárias. Por uma nova forma de fazer política, em que ganhar eleições não seja o objectivo final e único dos aparelhos partidários (aparelhos esses, carregados de "jotinhas" à procura de "tacho", sem o mínimo apelo pelo bem público). Por uma nova forma de fazer política, assente em ideias, que realmente tenham como intenção mudar o país para melhor. Pelo fim do "carneirismo" que existe nos tais aparelhos partidários, em que das duas uma: ou se segue a opinião vigente ou então os divergentes, são "excomungados" ou colocados na "prateleira". Foi por isto, essencialmente, que eu lá estive. Foi isto que eu interpretei que seria o motivo daquela manifestação. E, por isto, eu voltaria a marcar presença.
Recordo-me que fiquei orgulhoso e feliz por tamanha participação. Uma manifestação com trezentas mil pessoas em Portugal, não é uma manifestação de partidos de esquerda ou de direita. Tal dimensão só foi atingida, porque era, de facto, uma manifestação apartidária e com propósitos nobres que, acima de tudo, passavam por demonstrar que estávamos fartos dos aparelhos, dos "tachos" e do "joguinho" político do costume, enquanto o país já estava enterrado na lama.
Passado um ano e com pena minha, o movimento que deu azo a esta manifestação, tornou-se um braço da esquerda demagógica deste país. Não perceberam que trezentas mil pessoas numa manifestação, não congregavam somente apoiantes do PCP ou do Bloco de Esquerda, mas sim votantes de todos os partidos, votantes em branco, não votantes, anarquistas, monárquicos, etc. Não perceberam que, independentemente dos sacríficios que cada um terá que fazer e passar, o país tem que mudar. O mundo e o país, não são os mesmos de Abril de 1974. Acima de tudo, os trezentos mil (ou parte deles...) querem que os políticos digam a verdade. Mesmo que essa verdade não seja agradável de ouvir, em vez de dizerem mentiras "agradáveis" aos ouvidos, mas que no futuro terão custos irreparáveis para o país.
Foi pena que o embalo daquela manifestação não tenha sido aproveitado de uma forma positiva e não demagógica. Continua a haver necessidade (a mesma que havia o ano passado) de demonstrar a quem governa e a quem faz oposição, que não há lugar para mentiras, demagogias e tácticas partidárias, baseadas na "filha da putisse" do poder pelo poder.
Eu não estive lá para que me dissessem que o caminho era fácil. Estive lá para que me dissessem a verdade. E a verdade, é que o paradigma mudou, o mundo mudou e o país também vai ter que mudar, independentemente da forma de o fazer e do caminho para lá chegar. Não nascem as mesmas pessoas que nasciam em 1974. Existem mais idosos. A nossa Segurança Social está falida. O país tem que preparar o futuro. Quem não quer ver isto, está a ser igual a quem, supostamente, combate. Está, simplesmente, a ser demagógico, mentiroso e irresponsável. Se queremos ser governados com responsabilidade, temos nós mesmos que ser responsáveis. A propósito, já viram o resultado do referendo na Suiça, em que questionava o alargamento das férias de 4 para 6 semanas? Pois é, os suiços recusaram o alargamento. Não será um bom exemplo de responsabilidade?
Tenho muito respeito e orgulho pela revolução de Abril. A maior homenagem que podemos fazer a quem a fez e a quem, posteriormente, a consolidou e a tornou, efectivamente, uma revolução democrática, é continuarmos a ser participativos, exigentes e a pedir, única e exclusivamente, a verdade. Mesmo que a verdade tenha custos e seja dura. Sem verdade, não há qualquer possibilidade de existir uma verdadeira democracia. É nisto que eu acredito e foi por isto que, orgulhosamente, lá estive. Na avenida. A 12 de Março de 2011.
sábado, 3 de março de 2012
A Lei de Murphy em 40 minutos
- Minuto 52: Aimar sai lesionado. Primeira substituição forçada e Jesus escolhe Rodrigo para entrar. Com o resultado em 2-1 para o Benfica, não mandaria a prudência apostar no reforço do meio-campo, com a entrada de Matic?;
- Minuto 63: primeiro cartão amarelo a Emerson;
- Minuto 64: Gaitan perde a bola e, ingenuamente, não faz a chamada falta "inteligente" de modo a impedir o contra-ataque do adversário. Empate do Porto;
- Minuto 70: segunda substituição forçada no Benfica. Garay lesiona-se e entra Miguel Vítor;
- Minuto 77: Emerson, de forma pouco inteligente, comete falta sobre Hulk e é expulso. Benfica com menos um jogador e a constatação de mais um erro de Jesus. Se o lateral-esquerdo do Benfica, seria o jogador que mais vezes iria enfrentar um jogador chamado Hulk, não seria prudente ter Capdevila no banco, para prevenir uma eventual expulsão ou outra situação que pudesse ocorrer com Emerson?;
- Minuto 87: livre à entrada da área, Artur sai mal da baliza e Maicon, em posição de fora-de-jogo, faz o golo da vitória do Porto.
3ª feira há mais. Que se emendem os erros e que o Murphy desapareça.
Nota: não quero dar grande revelância aos erros do árbitro. Não sou perito em "arquivos". De qualquer modo, os "arautos" da verdade desportiva e os "coitadinhos" do costume que analisem as arbitragens que o Benfica teve nos últimos três jogos do campeonato.
Nota 2: festejar vitórias, eu entendo. Faz sentido. Festejar derrotas de outros, que nos possam beneficiar, também me parece legítimo. Festejar o desaire alheio sem retirar beneficio algum com isso, só demonstra pequenez, mediocridade, complexo de inferioridade e uma profunda falta de ambição. Quem o faz, é digno de pena. Nada mais.
- Minuto 63: primeiro cartão amarelo a Emerson;
- Minuto 64: Gaitan perde a bola e, ingenuamente, não faz a chamada falta "inteligente" de modo a impedir o contra-ataque do adversário. Empate do Porto;
- Minuto 70: segunda substituição forçada no Benfica. Garay lesiona-se e entra Miguel Vítor;
- Minuto 77: Emerson, de forma pouco inteligente, comete falta sobre Hulk e é expulso. Benfica com menos um jogador e a constatação de mais um erro de Jesus. Se o lateral-esquerdo do Benfica, seria o jogador que mais vezes iria enfrentar um jogador chamado Hulk, não seria prudente ter Capdevila no banco, para prevenir uma eventual expulsão ou outra situação que pudesse ocorrer com Emerson?;
- Minuto 87: livre à entrada da área, Artur sai mal da baliza e Maicon, em posição de fora-de-jogo, faz o golo da vitória do Porto.
3ª feira há mais. Que se emendem os erros e que o Murphy desapareça.
Nota: não quero dar grande revelância aos erros do árbitro. Não sou perito em "arquivos". De qualquer modo, os "arautos" da verdade desportiva e os "coitadinhos" do costume que analisem as arbitragens que o Benfica teve nos últimos três jogos do campeonato.
Nota 2: festejar vitórias, eu entendo. Faz sentido. Festejar derrotas de outros, que nos possam beneficiar, também me parece legítimo. Festejar o desaire alheio sem retirar beneficio algum com isso, só demonstra pequenez, mediocridade, complexo de inferioridade e uma profunda falta de ambição. Quem o faz, é digno de pena. Nada mais.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Com mais 5 ou menos 5, confiança!
Não, não estou a dizer que não seria melhor entrar com 5 pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Óbvio que o jogo seria encarado de outra forma e a margem de erro seria maior. Mas, sinceramente, não entro na depressão que assolou alguns depois dos desaires em Guimarães e Coimbra. Da mesma forma que não achava que o Benfica já seria campeão tendo os 5 pontos de avanço, também não acho que seja motivo, agora que estamos iguais (iguais amigos, iguais! Igual não significa atrás!) ao rival na pontuação, para pensarmos que está tudo perdido.
Continuo a achar, inequivocamente, que o Benfica, esta época, voltou a ser a melhor equipa portuguesa, com melhores jogadores e mais bem orientada. E como melhor equipa portuguesa que é, se houver humildade e em condições normais, o Benfica poderá ganhar o jogo de amanhã. E se não o ganhar, não me parece que seja decisivo. O Benfica perdeu 5 pontos em duas jornadas e o Porto também os pode perder. É importante vencer, pois além da vantagem pontual, o confronto directo em caso de igualdade na classificação, torna os 3 pontos de vantagem, efectivamente, em 4. Além disso, não esqueço o Braga, que poderá alcançar quem perder o jogo de amanhã ou, em caso de empate, aproximar-se ainda mais do primeiro lugar.
Mas importante não significa decisivo. Nós temos jogos difíceis e os outros também. E nem sequer ponho aqui a questão do Benfica, caso passe o Zenit, estar na Liga dos Campeões. Isso é bom e não pode ser, nunca, visto com uma desvantagem. As grandes equipas têm que estar em todas as frentes e o Benfica se o é, não pode desculpar-se com essa questão.
Portanto, amanhã estarei na bancada Sagres com a confiança e a fé de sempre. E se ganhar, o prazer de vencer o rival, será também ele o de sempre, não querendo com isso dizer que o Benfica já será campeão. Ainda falta muito e tudo pode acontecer. Agora em depressões não entro, ainda mais, quando tenho para mim que o Benfica tem a melhor equipa portuguesa da actualidade.
A humildade é sempre boa conselheira. Mas confiança amigos benfiquistas, confiança!
Continuo a achar, inequivocamente, que o Benfica, esta época, voltou a ser a melhor equipa portuguesa, com melhores jogadores e mais bem orientada. E como melhor equipa portuguesa que é, se houver humildade e em condições normais, o Benfica poderá ganhar o jogo de amanhã. E se não o ganhar, não me parece que seja decisivo. O Benfica perdeu 5 pontos em duas jornadas e o Porto também os pode perder. É importante vencer, pois além da vantagem pontual, o confronto directo em caso de igualdade na classificação, torna os 3 pontos de vantagem, efectivamente, em 4. Além disso, não esqueço o Braga, que poderá alcançar quem perder o jogo de amanhã ou, em caso de empate, aproximar-se ainda mais do primeiro lugar.
Mas importante não significa decisivo. Nós temos jogos difíceis e os outros também. E nem sequer ponho aqui a questão do Benfica, caso passe o Zenit, estar na Liga dos Campeões. Isso é bom e não pode ser, nunca, visto com uma desvantagem. As grandes equipas têm que estar em todas as frentes e o Benfica se o é, não pode desculpar-se com essa questão.
Portanto, amanhã estarei na bancada Sagres com a confiança e a fé de sempre. E se ganhar, o prazer de vencer o rival, será também ele o de sempre, não querendo com isso dizer que o Benfica já será campeão. Ainda falta muito e tudo pode acontecer. Agora em depressões não entro, ainda mais, quando tenho para mim que o Benfica tem a melhor equipa portuguesa da actualidade.
A humildade é sempre boa conselheira. Mas confiança amigos benfiquistas, confiança!
O Cerco não continua. O Cerco é eterno.
O segundo álbum dos Xutos é, talvez, o melhor álbum da carreira da banda. Se não for o melhor, será certamente o mais emblemático. Para quem não sabe o motivo, basta transcrever o texto que se encontra no livro do disco original:
"Este disco tem o nome de "Cerco" porque todas as grandes editoras recusaram o trabalho nele contido. Foi, por isso, gravado com raiva e determinação em pouco mais de uma semana. É o primeiro disco gravado com o João e o Gui. Dedicado a todos os fãs que esgotaram os concertos do Rock Rendez Vous."
Pelos motivos acima mencionados, o Cerco assume uma importância fulcral naquilo que viria ser o futuro dos Xutos & Pontapés. Foi uma espécie de "vai ou racha" na carreira da banda, numa altura em que os Xutos já eram uma banda de enorme culto para muitos melómanos, principalmente, aqueles que frequentavam o mítico Rock Rendez Vous. Foi digamos que o preparativo para o que viria ser o reconhecimento nacional, atingido com Circo de Feras, 88 e Triplo Ao Vivo.
As músicas são, todas elas, grandes canções. Começando por "Barcos Gregos", acabando em "Sexo", está lá tudo o que viria ser a imagem de marca dos Xutos. Grandes canções, letras que o comum dos mortais se revê e grande atitude. Musicalmente falando, a entrada do saxofone de Gui e dos riffs da guitarra de João Cabeleira, são as peças que faltavam para compor aquele que viria ser o som com o "carimbo" Xutos. A própria maneira como o disco foi gravado (num curtíssimo espaço de tempo) e em condições que não eram as ideais, dá um toque muito particular ao som do disco original.
Agora com edição de O Cerco Continua, penso ser intenção da banda homenagear um álbum que foi fundamental no percurso dos Xutos e do próprio rock nacional (rio-me, quando se fazem listas de melhores álbuns do rock nacional e Cerco não é mencionado. Incoerências de senhoras e senhores "pseudo-indies", que não suportam bandas que conseguem atingir um sucesso e uma unanimidade enormes). Os Xutos fizeram uma revisão do disco, tocando as músicas da mesma forma que as mesmas são hoje apresentadas ao vivo, sendo que a gravação tem, obviamente, uma qualidade muito superior ao disco original. E isto não faz com que esta nova revisão, seja melhor que a gravação original. Faz, simplesmente, que seja diferente. Os Xutos são hoje uma banda consagrada e em que os seus elementos são, naturalmente, muito melhores musicos do que o eram em 1985. Por outro lado, na versão original, o que faltava em técnica, sobrava em atitude e é engraçado notar esta diferença ouvindo os dois discos.
Às músicas do original, acrescentaram ainda "Vossa Excelência", (uma versão dos Xutos para o original dos Titãs), "Tonto" (com Kalú na voz e com algumas diferenças para a versão original de Direito Ao Deserto), "Perfeito Vazio" e "Quem É Quem".
Foi bom voltar a ouvir este "novo" Cerco, agora revisto pelos Xutos actuais, necessariamente diferentes dos Xutos de Novembro de 85. Foi também bom, ter vontade de ouvir, de novo, o Cerco original, com um som menos bom, mas com uma atitude e, sobretudo com as canções, que foram a base do sucesso da maior banda de sempre do rock nacional. O Cerco é eterno.
"Este disco tem o nome de "Cerco" porque todas as grandes editoras recusaram o trabalho nele contido. Foi, por isso, gravado com raiva e determinação em pouco mais de uma semana. É o primeiro disco gravado com o João e o Gui. Dedicado a todos os fãs que esgotaram os concertos do Rock Rendez Vous."
Pelos motivos acima mencionados, o Cerco assume uma importância fulcral naquilo que viria ser o futuro dos Xutos & Pontapés. Foi uma espécie de "vai ou racha" na carreira da banda, numa altura em que os Xutos já eram uma banda de enorme culto para muitos melómanos, principalmente, aqueles que frequentavam o mítico Rock Rendez Vous. Foi digamos que o preparativo para o que viria ser o reconhecimento nacional, atingido com Circo de Feras, 88 e Triplo Ao Vivo.
As músicas são, todas elas, grandes canções. Começando por "Barcos Gregos", acabando em "Sexo", está lá tudo o que viria ser a imagem de marca dos Xutos. Grandes canções, letras que o comum dos mortais se revê e grande atitude. Musicalmente falando, a entrada do saxofone de Gui e dos riffs da guitarra de João Cabeleira, são as peças que faltavam para compor aquele que viria ser o som com o "carimbo" Xutos. A própria maneira como o disco foi gravado (num curtíssimo espaço de tempo) e em condições que não eram as ideais, dá um toque muito particular ao som do disco original.
Agora com edição de O Cerco Continua, penso ser intenção da banda homenagear um álbum que foi fundamental no percurso dos Xutos e do próprio rock nacional (rio-me, quando se fazem listas de melhores álbuns do rock nacional e Cerco não é mencionado. Incoerências de senhoras e senhores "pseudo-indies", que não suportam bandas que conseguem atingir um sucesso e uma unanimidade enormes). Os Xutos fizeram uma revisão do disco, tocando as músicas da mesma forma que as mesmas são hoje apresentadas ao vivo, sendo que a gravação tem, obviamente, uma qualidade muito superior ao disco original. E isto não faz com que esta nova revisão, seja melhor que a gravação original. Faz, simplesmente, que seja diferente. Os Xutos são hoje uma banda consagrada e em que os seus elementos são, naturalmente, muito melhores musicos do que o eram em 1985. Por outro lado, na versão original, o que faltava em técnica, sobrava em atitude e é engraçado notar esta diferença ouvindo os dois discos.
Às músicas do original, acrescentaram ainda "Vossa Excelência", (uma versão dos Xutos para o original dos Titãs), "Tonto" (com Kalú na voz e com algumas diferenças para a versão original de Direito Ao Deserto), "Perfeito Vazio" e "Quem É Quem".
Foi bom voltar a ouvir este "novo" Cerco, agora revisto pelos Xutos actuais, necessariamente diferentes dos Xutos de Novembro de 85. Foi também bom, ter vontade de ouvir, de novo, o Cerco original, com um som menos bom, mas com uma atitude e, sobretudo com as canções, que foram a base do sucesso da maior banda de sempre do rock nacional. O Cerco é eterno.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Revistas de ciclismo: porque não menos testes e mais... ciclismo?
Costumo comprar revistas de ciclismo e BTT. Gostando eu como gosto de ciclismo, nas suas mais variadas vertentes, gosto de estar informado acerca das novidades dos ciclistas, das equipas, das corridas, das maratonas, dos passeios, das novidades acerca do treino e, obviamente, das novidades acerca das "máquinas" e do material dirigido a este desporto.
É precisamente neste ponto que quero tocar. Os testes às novas bicicletas, das diversas marcas. Para mim, faz todo o sentido que, numa publicação de ciclismo (de estrada ou BTT), sejam testados e divulgados os novos modelos de bicicletas e restante material. Nada contra. Mas, sinceramente, é preciso ocupar metade da revista com testes e mais testes? Na minha opinião, não. Admito que, até por razões comerciais e de "sobrevivência" das próprias publicações, seja necessário ocupar tanto espaço das mesmas com estes testes. Acredito que, em alguns casos, as próprias marcas patrocinem as próprias revistas ou paguem a divulgação do seu produto nas mesmas (se estou enganado, peço desculpa) e é obviamente do interesse da indústria ligada ao ciclismo que estas publicações existam, de forma a que as novidades cheguem aos consumidores. Sobre isto, tudo normal e nada contra.
O que me faz confusão, é a quantidade de páginas dedicadas a testes de bicicletas e material. Muitas vezes, é mais de 50% de uma revista dedicada testes. Pessoalmente, como amante da modalidade e praticante da mesma a "brincar", preferia que existisse uma publicação, com mais espaço para os ciclistas (os verdadeiros protagonistas), clubes (muitos deles com muita história neste desporto e que ainda se mantêm), associações, provas, maratonas, passeios, etc. Preferia ver análises mais profundas e rigorosas às diversas competições que ocorrem tanto em Portugal, como lá fora. Repito, não me incomoda e também me interessa, ver as novidades da indústria. O que acho é que um verdadeiro amante da modalidade, gostaria de ver numa revista do género, mais destaque aos pontos que atrás referi, do que propriamente uma revista inundada de testes.
Um exemplo feliz de uma publicação dedicada às bicicletas, é a nova revista Cultura de Bicicleta. E estou à vontade para dizê-lo, porque nem sequer é uma revista vocacionada para os meus gostos pessoais no que à modalidade diz respeito. É uma revista claramente vocacionada para o lazer, com uma clara aposta numa vertente mais urbana. Os pontos positivos desta publicação,na minha opinião, são exactamente, o foco em passeios, em experiências, em artigos de opinião, reportagens bem interessantes (dentro do conceito da própria publicação), etc. Além disso, tem um ponto claramente a favor: a escrita. Tenho notado que muitas vezes nas publicações que sigo, a escrita não é de todo a melhor (conseguem ser, muitas vezes, piores que eu...), sendo os textos muitas vezes repetitivos, nomeadamente quando se referem a rescaldo de maratonas ou de passeios.
Compreendo as necessidades da indústria. Compreendo as necessidades das publicações. Eu também quero novidades acerca das bicicletas e do material. Mas, por favor, eu gostava de ver mais ciclismo e menos testes.
É precisamente neste ponto que quero tocar. Os testes às novas bicicletas, das diversas marcas. Para mim, faz todo o sentido que, numa publicação de ciclismo (de estrada ou BTT), sejam testados e divulgados os novos modelos de bicicletas e restante material. Nada contra. Mas, sinceramente, é preciso ocupar metade da revista com testes e mais testes? Na minha opinião, não. Admito que, até por razões comerciais e de "sobrevivência" das próprias publicações, seja necessário ocupar tanto espaço das mesmas com estes testes. Acredito que, em alguns casos, as próprias marcas patrocinem as próprias revistas ou paguem a divulgação do seu produto nas mesmas (se estou enganado, peço desculpa) e é obviamente do interesse da indústria ligada ao ciclismo que estas publicações existam, de forma a que as novidades cheguem aos consumidores. Sobre isto, tudo normal e nada contra.
O que me faz confusão, é a quantidade de páginas dedicadas a testes de bicicletas e material. Muitas vezes, é mais de 50% de uma revista dedicada testes. Pessoalmente, como amante da modalidade e praticante da mesma a "brincar", preferia que existisse uma publicação, com mais espaço para os ciclistas (os verdadeiros protagonistas), clubes (muitos deles com muita história neste desporto e que ainda se mantêm), associações, provas, maratonas, passeios, etc. Preferia ver análises mais profundas e rigorosas às diversas competições que ocorrem tanto em Portugal, como lá fora. Repito, não me incomoda e também me interessa, ver as novidades da indústria. O que acho é que um verdadeiro amante da modalidade, gostaria de ver numa revista do género, mais destaque aos pontos que atrás referi, do que propriamente uma revista inundada de testes.
Um exemplo feliz de uma publicação dedicada às bicicletas, é a nova revista Cultura de Bicicleta. E estou à vontade para dizê-lo, porque nem sequer é uma revista vocacionada para os meus gostos pessoais no que à modalidade diz respeito. É uma revista claramente vocacionada para o lazer, com uma clara aposta numa vertente mais urbana. Os pontos positivos desta publicação,na minha opinião, são exactamente, o foco em passeios, em experiências, em artigos de opinião, reportagens bem interessantes (dentro do conceito da própria publicação), etc. Além disso, tem um ponto claramente a favor: a escrita. Tenho notado que muitas vezes nas publicações que sigo, a escrita não é de todo a melhor (conseguem ser, muitas vezes, piores que eu...), sendo os textos muitas vezes repetitivos, nomeadamente quando se referem a rescaldo de maratonas ou de passeios.
Compreendo as necessidades da indústria. Compreendo as necessidades das publicações. Eu também quero novidades acerca das bicicletas e do material. Mas, por favor, eu gostava de ver mais ciclismo e menos testes.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Limitemo-nos a desfrutar
Nós temos essa coisa "provinciana", sempre que um dos nossos que brilha por esse mundo fora tem uma jornada mal sucedida, de acharmos que há sempre algo obscuro por trás a fazer com que isso aconteça. Ou então, em alternativa, acharmos que o eventual sucesso de um dos nossos lá fora (ou cá dentro), tenha como razão principal, uma cunha ou algo do género (seremos uma cambada de invejosos?). Parece que há sempre algo de estranho a incidir sobre o sucesso ou insucesso de um português. No caso em questão neste texto, aplica-se a primeira hipótese.
Vem a isto a propósito dos comentários que ouço e leio, a seguir aos jogos entre Real Madrid e Barcelona, nomeadamente, quando o Real Madrid perde (ou é eliminado) e tem razões de queixa da arbitragem como foi o caso de ontem.
Sim, o Real Madrid foi melhor que o Barça ontem e poderia ter eliminado os catalães com um pouco mais de sorte e eficácia. Sim, o Real Madrid tem razões de queixa da arbitragem no jogo de ontem. Indiscutível.
Mas será que já ninguém se lembra do "banho" de bola que o Real levou na 1ª mão? Só com muita sorte, o Real foi para o jogo de ontem ainda com possibilidades de discutir a passagem à próxima eliminatória. E em relação à arbitragem do primeiro jogo, não terá o Barça razões de queixa da mesma? Não deveria Pepe ter sido expulso? Não deveria Coentrão ter sido expulso? Isto não teve influência no desfecho do primeiro jogo e, consequentemente, no segundo, tendo em conta que ambos os jogadores não poderiam jogar ontem?
Ainda há umas semanas atrás, o Barcelona perdeu um jogo para o campeonato (que, quiçá, lhe terá custado o título desta época), onde nos minutos finais há um penalty escandaloso a favor dos catalães que não é assinalado. Não houve registo dos jogadores e treinador do Barcelona, terem mencionado alguma "cabala" contra eles de forma a que perdessem o jogo.
Sinceramente, estou farto da conversa acerca da conspiração com a UEFA, com a UNICEF e afins. Mourinho, Ronaldo e os outros portugueses que treinam e jogam no Real, já estão no topo. No futebol, a seguir a isto, não há mais nada. Não vejo necessidade alguma de os defender com conversas da treta e com, supostas, conspirações, que não passam de mesquinhez pura. O Barça só ganha mais vezes ao Real, na actualidade, porque ainda é a melhor equipa do mundo (na minha opinião, a melhor de sempre da história o futebol). E isto, só vem dar um mérito ainda maior ao Real Madrid, pois além de estar já a um nível muito próximo do Barça (mais ainda, quando Mourinho põe a equipa a jogar com a sua identidade habitual), é muito provável que o Real seja, já este ano, o campeão de Espanha. Se assim for, é porque foi melhor e mais regular que o Barcelona. Nada mais.
Penso ser bem mais divertido para todos que gostam de bola, apreciar este momento único na história deste desporto, em que há um duelo gigante e constante ao longo da época, entre os dois melhores jogadores do mundo, entre os dois melhores treinadores do mundo e entre as duas melhores equipas do mundo.
Acreditem, nós que gostamos de bola, somos uns privilegiados por podermos assistir a isto tudo. Está a fazer-se história. É o topo e o melhor futebol que alguma veremos na vida. É melhor aproveitarmos, pois não durará para sempre.
Vem a isto a propósito dos comentários que ouço e leio, a seguir aos jogos entre Real Madrid e Barcelona, nomeadamente, quando o Real Madrid perde (ou é eliminado) e tem razões de queixa da arbitragem como foi o caso de ontem.
Sim, o Real Madrid foi melhor que o Barça ontem e poderia ter eliminado os catalães com um pouco mais de sorte e eficácia. Sim, o Real Madrid tem razões de queixa da arbitragem no jogo de ontem. Indiscutível.
Mas será que já ninguém se lembra do "banho" de bola que o Real levou na 1ª mão? Só com muita sorte, o Real foi para o jogo de ontem ainda com possibilidades de discutir a passagem à próxima eliminatória. E em relação à arbitragem do primeiro jogo, não terá o Barça razões de queixa da mesma? Não deveria Pepe ter sido expulso? Não deveria Coentrão ter sido expulso? Isto não teve influência no desfecho do primeiro jogo e, consequentemente, no segundo, tendo em conta que ambos os jogadores não poderiam jogar ontem?
Ainda há umas semanas atrás, o Barcelona perdeu um jogo para o campeonato (que, quiçá, lhe terá custado o título desta época), onde nos minutos finais há um penalty escandaloso a favor dos catalães que não é assinalado. Não houve registo dos jogadores e treinador do Barcelona, terem mencionado alguma "cabala" contra eles de forma a que perdessem o jogo.
Sinceramente, estou farto da conversa acerca da conspiração com a UEFA, com a UNICEF e afins. Mourinho, Ronaldo e os outros portugueses que treinam e jogam no Real, já estão no topo. No futebol, a seguir a isto, não há mais nada. Não vejo necessidade alguma de os defender com conversas da treta e com, supostas, conspirações, que não passam de mesquinhez pura. O Barça só ganha mais vezes ao Real, na actualidade, porque ainda é a melhor equipa do mundo (na minha opinião, a melhor de sempre da história o futebol). E isto, só vem dar um mérito ainda maior ao Real Madrid, pois além de estar já a um nível muito próximo do Barça (mais ainda, quando Mourinho põe a equipa a jogar com a sua identidade habitual), é muito provável que o Real seja, já este ano, o campeão de Espanha. Se assim for, é porque foi melhor e mais regular que o Barcelona. Nada mais.
Penso ser bem mais divertido para todos que gostam de bola, apreciar este momento único na história deste desporto, em que há um duelo gigante e constante ao longo da época, entre os dois melhores jogadores do mundo, entre os dois melhores treinadores do mundo e entre as duas melhores equipas do mundo.
Acreditem, nós que gostamos de bola, somos uns privilegiados por podermos assistir a isto tudo. Está a fazer-se história. É o topo e o melhor futebol que alguma veremos na vida. É melhor aproveitarmos, pois não durará para sempre.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Dois génios injustiçados
Agora que vejo Del Piero, a fazer mais um golo monumental à Roma, dou comigo a pensar como nem sempre o futebol é realmente justo (talvez uma metáfora da vida...) com quem o engradece e lhe dá o toque mágico que o distingue de outros desportos.
Penso para mim, como é possível um verdadeiro génio como Del Piero (a propósito, tal como eu, grande fã de Oasis), nunca ter ganho uma Bola de Ouro? Como é possível ter havido sempre alguém a ofuscar o talento deste senhor? E quando pensei no italiano, outro nome me surgiu, exactamente, com o mesmo talento e com a mesma injustiça a pairar sobre ele. Refiro-me a Raúl. Outro génio. Outro mestre do golo e da classe pura, que por terras germânicas, ainda factura, joga e faz jogar como poucos.
Pensar que dois jogadores, símbolos de duas das maiores equipas do mundo, ambos campeões europeus, génios do melhor que o futebol já viu, nunca ganharam uma Bola de Ouro, é estranho. O futebol tal como a vida, nem sempre é justo.
Penso para mim, como é possível um verdadeiro génio como Del Piero (a propósito, tal como eu, grande fã de Oasis), nunca ter ganho uma Bola de Ouro? Como é possível ter havido sempre alguém a ofuscar o talento deste senhor? E quando pensei no italiano, outro nome me surgiu, exactamente, com o mesmo talento e com a mesma injustiça a pairar sobre ele. Refiro-me a Raúl. Outro génio. Outro mestre do golo e da classe pura, que por terras germânicas, ainda factura, joga e faz jogar como poucos.
Pensar que dois jogadores, símbolos de duas das maiores equipas do mundo, ambos campeões europeus, génios do melhor que o futebol já viu, nunca ganharam uma Bola de Ouro, é estranho. O futebol tal como a vida, nem sempre é justo.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
O "meu" melhor onze
Do Benfica, claro. Antes porém, algumas breves notas. As primeiras lembranças que tenho de ver futebol remontam, precisamente, à época 89-90. Época essa em que o Porto foi campeão, o também "meu" grande Estrela foi o vencedor da Taça de Portugal e em que o Benfica jogaria a sua última final europeia (perdida para o Milan), conseguida através da mão de Vata. Magnusson (o meu primeiro ídolo do Benfica) foi o melhor marcador do campeonato e esta época acabaria com o primeiro Mundial que acompanhei a sério, Itália 90.
Isto tudo para dizer, que, obviamente, o meu melhor 11 de sempre do Benfica (e respectivo banco de suplentes), irá somente mencionar os jogadores que eu vi jogar, nomeadamente, jogadores que vi jogar no auge das suas carreiras. Certamente, os mais velhos, dir-me-ão que falta um Chalana, um Diamantino (isto para não recuar muito no tempo) e outros. Estes dois casos, por exemplo, são pertinentes, pois ainda faziam parte do plantel do Benfical em 89-90 e ainda me lembro de os ver jogar, mas já numa fase final das suas carreiras, não fazendo por isso sentido colocá-los nesta lista.
Óbvio que estas escolhas são sempre discutíveis e como qualquer lista que faça, amanhã já poderia ser sujeita a alterações (muitas vezes, por nos esquecermos de um ou outro nome fundamental). Não vou justificá-los um a um, porque penso não haver necessidade. Não houve preocupações tácticas (sim, eu sei que com esta disposição táctica seria dificil ter uma equipa defensivamente consistente) e a única preocupação com os números da camisola que tive, foi com o 7 de Vitor Paneira, o 8 de João Pinto e o 10 de Aimar. Queria só referir que neste "plantel", Veloso seria o natural capitão, mas na sua ausência do onze, a braçadeira seria de João Pinto. Aqui ficam os meus magníficos:
1- Michel Preud'homme
2- Maxi Pereira
3-Mozer
4-Ricardo
5-Fábio Coentrão
6-Valdo
7- Vitor Paneira
8-João Pinto
9-Miccoli
10-Pablo Aimar
11-Simão
Este é o meu melhor 11 do Benfica. Provavemente, amanhã retiraria um e colocava outro. Há alguns que, na minha opinião, são intocáveis e indiscutíveis nesta lista. Preud'homme, Ricardo, Valdo, Vitor Paneira, Pablo Aimar e João Pinto, têm esse estatuto. Quanto aos restantes, admito que existam outras alternativas.
Arrisquei ainda um banco de suplentes e poderia ainda ter feito mais dois ou três alternativos, tendo em conta outros grandes jogadores que ficam de fora (inclusivé do plantel actual). Aqui ficam os meus suplentes de luxo:
12-Artur
13-Veloso
14- Luisão
15-Javi Garcia
16-Rui Costa
17-Isaias
18-Rui Águas
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