Juro que não é para provocar ninguém. Quem me conhece, sabe que apoio sempre qualquer adversário que jogue contra o Sporting, com excepção dos jogos em que o meu clube possa beneficiar de uma vitória da colectividade de Alvalade ou dos jogos em que defronta o Porto (nesta última hipótese opto pelo resultado que melhor beneficie os interesses do meu clube ou, como segunda hipótese, opto por uma postura de total neutralidade). Escusado será dizer que a minha postura perante os jogos da colectividade das Antas, é em tudo semelhante. Portanto, hoje tanto podiam jogar com Athletic Bilbao, como com o Metalist, que a minha postura seria a mesma. Desde já, deixo um pedido de desculpa aos eventuais "patriotas" que se sintam ofendidos, por eu ter dito que não apoiava o Sporting ou o Porto, mesmo que em causa estejam jogos internacionais. Talvez eu não seja tão "patriota" quanto vocês, mas provavelmente fico mais tranquilo que muitos de vocês em relação ao meu nível de hipocrisia ("aprecio" aquela rapaziada que se põe com a conversa do "temos que apoiar os clubes portugueses contra os estrangeiros" e, no dia seguinte a uma derrota europeia do clube rival, demonstram o seu gozo e regojizo perante o resultado. O "patriotismo" desta malta é enorme...).
Vamos a questão que me fez escrever umas linhas. Não tenho qualquer tipo de ideal separatista e a causa basca a mim pouco me diz. Confesso que nunca procurei investigar o assunto, de modo a ter uma opinião sobre a legitimidade ou não da luta separatista do povo basco. Mas em relação ao clube de Bilbao, não nego a admiração e o respeito que tenho por ele. Um clube que no meio deste "futebol moderno", consegue respeitar e manter uma identidade muito própria, é de realçar e de sublinhar.
No futebol actual, um clube ter como filosofia a obrigatoriedade de ter como jogadores do seu plantel, jogadores naturais da sua região, formados em clubes dessa mesma região ou, em última hipótese, jogadores que não sendo naturais da sua região, tenham uma forte ligação de ascendência ou de identificação com a mesma, eu diria que é quase "romântico". E eu como nestas coisa da bola, segundo me dizem, sou um bocado para o "romântico", tenho que fazer a minha vénia a quem ainda pratica este tipo de atitude.
Deixo só esta questão: não seria lógico que os príncipios que o Athletic Bilbao utiliza para a composição do seu plantel, fossem aplicados na Federação Portuguesa de Futebol para as selecções nacionais? Confesso a confusão que me faz, que um jogador brasileiro (ou de outra nacionalidade qualquer) que veio para Portugal jogar, que em nada se identifica com o país e que só por ser bom jogador e útil numa determinada posição, vista a camisola da selecção nacional. Não me consigo identificar com aquele jogador. Não o sinto como um dos "meus". E, atenção, não estou a pedir que joguem na selecção, exclusivamente, jogadores nascidos em Portugal. Não. Mas perturba-me que alguém com 26 anos, proveniente de um qualquer Santo André do Brasil e que aparece a jogar num qualquer clube do nosso campeonato, seja merecedor de jogar na selecção, pelo simples facto de ser bom jogador ou jogar numa posição em que a nossa selecção não está bem servida. Não consigo aceitar. Se temos "defeitos" que sejam remediados por alguém que sinta a camisola e a cultura do país e não por um gajo que na sua selecção de origem não tem lugar e vê ali a oportunidade de jogar um Mundial ou um Europeu.
Prefiro perder com os "meus" do que ganhar com os "dos outros". Uma saudação e uma vénia para o Athletic Bilbao e para todos aqueles que ainda têm e defendem uma identidade dentro deste "futebol moderno"
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