sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Revistas de ciclismo: porque não menos testes e mais... ciclismo?

Costumo comprar revistas de ciclismo e BTT. Gostando eu como gosto de ciclismo, nas suas mais variadas vertentes, gosto de estar informado acerca das novidades dos ciclistas, das equipas, das corridas, das maratonas, dos passeios, das novidades acerca do treino e, obviamente, das novidades acerca das "máquinas" e do material dirigido a este desporto.

É precisamente neste ponto que quero tocar. Os testes às novas bicicletas, das diversas marcas. Para mim, faz todo o sentido que, numa publicação de ciclismo (de estrada ou BTT), sejam testados e divulgados os novos modelos de bicicletas e restante material. Nada contra. Mas, sinceramente, é preciso ocupar metade da revista com testes e mais testes? Na minha opinião, não. Admito que, até por razões comerciais e de "sobrevivência" das próprias publicações, seja necessário ocupar tanto espaço das mesmas com estes testes. Acredito que, em alguns casos, as próprias marcas patrocinem as próprias revistas ou paguem a divulgação do seu produto nas mesmas (se estou enganado, peço desculpa) e é obviamente do interesse da indústria ligada ao ciclismo que estas publicações existam, de forma a que as novidades cheguem aos consumidores. Sobre isto, tudo normal e nada contra.

O que me faz confusão, é a quantidade de páginas dedicadas a testes de bicicletas e material. Muitas vezes, é mais de 50% de uma revista dedicada testes. Pessoalmente, como amante da modalidade e praticante da mesma a "brincar", preferia que existisse uma publicação, com mais espaço para os ciclistas (os verdadeiros protagonistas), clubes (muitos deles com muita história neste desporto e que ainda se mantêm), associações, provas, maratonas, passeios, etc. Preferia ver análises mais profundas e rigorosas às diversas competições que ocorrem tanto em Portugal, como lá fora. Repito, não me incomoda e também me interessa, ver as novidades da indústria. O que acho é que um verdadeiro amante da modalidade, gostaria de ver numa revista do género, mais destaque aos pontos que atrás referi, do que propriamente uma revista inundada de testes.

Um exemplo feliz de uma publicação dedicada às bicicletas, é a nova revista Cultura de Bicicleta. E estou à vontade para dizê-lo, porque nem sequer é uma revista vocacionada para os meus gostos pessoais no que à modalidade diz respeito. É uma revista claramente vocacionada para o lazer, com uma clara aposta numa vertente mais urbana. Os pontos positivos desta publicação,na minha opinião, são exactamente, o foco em passeios, em experiências, em artigos de opinião, reportagens bem interessantes (dentro do conceito da própria publicação), etc. Além disso, tem um ponto claramente a favor: a escrita. Tenho notado que muitas vezes nas publicações que sigo, a escrita não é de todo a melhor (conseguem ser, muitas vezes, piores que eu...), sendo os textos muitas vezes repetitivos, nomeadamente quando se referem a rescaldo de maratonas ou de passeios.

Compreendo as necessidades da indústria. Compreendo as necessidades das publicações. Eu também quero novidades acerca das bicicletas e do material. Mas, por favor, eu gostava de ver mais ciclismo e menos testes.

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