Este texto poderia muito bem ser a continuação do anterior. Continuo a ler e a ouvir determinados comentários (alguns deles, bastante aplaudidos ou com muito "likes"...), que continuam a fazer-me uma enorme confusão e que, inclusivê, me fazem pôr em causa a credibilidade de quem os faz.
E essa credibilidade, é somente posta em causa pela incoerência que os mesmos demonstram, depois da mentira de Lance Armstrong ter sido admitida pelo mesmo. Eram estas mesmas pessoas que eu ouvia ou lia há uns tempos atrás, em emissões em directo das diversas competições de ciclismo ou nas redes sociais, antes de Lance ter confessado o uso doping, que tudo isto não passava de uma "caça ás bruxas", que o homem nunca tinha tido um controlo positivo e que tudo não passava de inveja ou de uma cilada por parte de alguém para prejudicar o ciclismo e o próprio Lance. Para estes, Lance estava limpo e as vitórias no Tour, deviam-se ao enorme talento e às capacidades que adquiriu depois de ter vencido o cancro.
Posto isto e após a confissão de Lance, a conversa mudou. De repente, o ciclismo que era limpo, passou a ser sujo. Ou seja, antes da confissão de Lance, o ciclismo poderia ter casos de doping pontuais, mas na sua essência era um desporto onde os ciclistas não faziam batota. Depois da confissão e numa tentativa de defesa do americano, as mesmas pessoas que diziam que o ciclismo era limpo, dizem que Lance era só mais um e que todos se dopavam (ainda hoje, depois de Rasmussen, ter, também ele, confessado o uso de doping, vejo reputados comentadores que anteriormente diziam que o ciclismo era limpo de uma forma geral, a dizer algo do género "venham dizer que o mal continua a chamar-se Lance Armstrong"). Entao mas anteriormente não havia uma "caça às bruxas"? Não era o ciclismo um desporto, na sua generalidade, limpo? Lance Armstrong, o tal que nunca tinha tido um controlo positivo, não estava a ser alvo de uma campanha para o denegrir? Em que ficamos? De repente, a justificação passou a ser "eram todos dopados e o Lance não era excepção". Mas não eram as pessoas que dizem agora isto, que diziam no passado, que o ciclismo tinha casos pontuais de doping, como todos os desportos os têm, mas que a maioria dos corredores não utilizava esses meios? Onde está a coerência? Afinal são todos dopados, depois da confissão de Lance?
Se querem o bem do ciclismo e se querem que a modalidade continue a ter credibilidade, assumam que havia e há uma mentalidade, onde "vale tudo" para conseguir resultados. Assumam que é um problema que existe no ciclismo e que só o desmascarando e colocando uma nova mentalidade nos ciclistas (nomeadamente nos mais jovens) que as coisas podem mudar. Assumam que humanamente, há coisas impossíveis de serem feitas e talvez os organismos que lideram a modalidade, começem a "humanizar" os percursos das diversas etapas e competições. Como espectador, só consigo valorizar quem vence, se souber que foi com recurso ao seu talento, ao seu treino, à sua estratégia, à sua alimentação e à sua hidratação (e tomar suplementos energéticos, não é doping, ao contrário de alguns ridículos comentários que já vi por aí).
Por último, deixo um desafio aos antigos ciclistas profissionais. Aqueles que, neste momento, têm pouco a perder. Eles que conhecem o "pelotão" e os seus hábitos como poucos, contem-nos a verdade. Digam o que viram, o que viveram e o que fizeram ou viram fazer. Digam-nos tudo. Se gostam de ciclismo, se querem que o ciclismo continue a ser uma das modalidades mais queridas em todo o mundo, deitem a verdade toda para fora e façam com que este pesadelo acabe. Pelo contrário, caso prefiram defender o indefensável, só estão a atirar o ciclismo para um lodo ainda mais profundo, do que aquele onde a modalidade já se encontra.
O ciclismo sem espectadores e fãs, não é nada. E esses, querem heróis de verdade e com verdade. Já chega de mentira e batota.
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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Vão continuar a defender a mentira?
Acabaram-se as dúvidas. Lance Armstrong confessou. Tomou doping. Assumiu-o. Foi até mais longe do que aquilo que eu poderia pensar. Admitiu que o fez desde o início da sua carreira e que as sete vitórias no Tour, foram todas elas sob efeito de doping. Enganou-me. Traiu-me e, mais do que tudo, pôs uma modalidade no lodo. Lodo esse, diga-se, em que ela já "nadava" a algum tempo, por casos semelhantes, muitos deles oriundos de uma geração (existirão, certamente, honrosas excepções), onde essa prática era considerada "normal" e aceite por quase todos no "pelotão".
Mais vale tarde do que nunca? É verdade. Assumir um erro, fica sempre bem e, de certa forma, acaba sempre por dar uma dimensão mais humana a quem, durante anos, agiu friamente, não olhando meios para alcançar os seus fins (ideia reforçada pelo próprio). A mentira alimentou financeiramente muita gente? Também é verdade. Marcas, imprensa, fundações, etc, foram alimentadas por ela. Até Oprah e a televisão onde o seu programa é exibido, ganharam com o desmascarar da mesma. Vão devolver o dinheiro, todos os que ganharam com a mentira? Certamente que não e muitos deles vão até exigir mais dinheiro ainda, por verem os seus nomes associados a Lance e por, alegadamente, terem sido enganados todos estes anos.
Tudo isto, é verdade, mas mesmo assim, parece que continua a não ser verdade para todos. Como amante da modalidade, no Facebook estou associado a muita gente ligada ao ciclismo, desde actuais e ex-ciclistas, a páginas de equipas, a directores desportivos, jornalistas, comentadores, etc, e fico, sinceramente, perplexo com a forma como reagem a todo este caso. Que antes de Armstrong confessar, eu ainda admitisse que houvessem dúvidas, eu aceito. Eu próprio as tinha, apesar de nos últimos meses, as mesmas terem sido quase dissipadas. Agora depois de tudo o que pudemos ouvir na entrevista de Lance, ainda haver gente a desculpabilizá-lo, faz-me sinceramente confusão e faz-me questionar até que ponto essas pessoas querem realmente um ciclismo limpo, dentro daquilo que é permitido numa modalidade de extrema exigência como esta o é.
Já li que o Armstrong deu dinheiro a ganhar a muita gente (é verdade, mas não terá ele ganho muito também?). Já ouvi que devemos valorizá-lo, não por esta questão, mas sim pela luta contra o cancro (toda esta ideia de luta contra o cancro, não foi suportada pela ideia de alguém que depois de ter a força de curar um cancro, voltou ainda mais forte e conseguiu tornar-se um vencedor desportivo?). Já li que era um pelotão de "dopados" e que ele era só mais um (se quem me rodear roubar e eu roubar também, não serei também eu um ladrão?). Já li que são pedidas coisas humanamente impossíveis aos ciclistas e que a "sobrevivência profissional", faz com que haja a tentação de sucumbir a estes comportamentos (é verdade e eu já o escrevi aqui, anteriormente). Enfim, já li e ouvi muita coisa a desculpabilizar Armstrong, como se ele afinal fosse o "coitadinho" desta questão, por parte de pessoas com responsabilidade, algumas delas referências na modalidade a nível nacional. Honra seja feita a Joaquim Gomes (vencedor de duas Voltas a Portugal e actual director da mesma), que foi o única pessoa directamente ligada a modalidade, que eu ouvi a ter um discurso duro com Lance e com os próprias autoridades que regem a modalidade (concordo que não pode ser só uma cabeça a rolar) e que foi até mais longe ao admitir, que ainda hoje, apesar de um muito maior controlo, continuam a haver algumas mentalidades na modalidade, que continuam a mover-se com base no "vale tudo" para ganhar.
Lance Armstrong, enganou o ciclismo, enganou os seus fãs e enganou aqueles que ainda acreditam que podem haver heróis e referências. Mais do que tudo, enganou aqueles que acreditaram numa história maravilhosa ("perfeita", citando-o), em que alguém vence uma doença horrível e depois disso ainda consegue tornar-se num dos maiores desportistas de todos os tempos. Pelo contrário, tudo não passou de uma fraude. Aqueles que usam a pulseira Livestrong no pulso, como se sentirão hoje?
Quem gosta de ciclismo a sério, puro e limpo, não pode defender ou desculpar tamanha fraude. Agora, resta ao ciclismo tentar capitalizar o lado bom desta declaração de Lance. Que sirva de reflexão sobre a mentalidade das pessoas que o campõem. Que sirva para perceber, também, que não se pode exigir a humanos, coisas desumanas, em nome de audiências e contratos. Mas que, acima de tudo, sirva para os directores desportivos e ciclistas profissionais aprenderem que quem "alimenta" a modalidade, são os adeptos. E esses nunca podem ser enganados, em circunstância alguma.
Mais vale tarde do que nunca? É verdade. Assumir um erro, fica sempre bem e, de certa forma, acaba sempre por dar uma dimensão mais humana a quem, durante anos, agiu friamente, não olhando meios para alcançar os seus fins (ideia reforçada pelo próprio). A mentira alimentou financeiramente muita gente? Também é verdade. Marcas, imprensa, fundações, etc, foram alimentadas por ela. Até Oprah e a televisão onde o seu programa é exibido, ganharam com o desmascarar da mesma. Vão devolver o dinheiro, todos os que ganharam com a mentira? Certamente que não e muitos deles vão até exigir mais dinheiro ainda, por verem os seus nomes associados a Lance e por, alegadamente, terem sido enganados todos estes anos.
Tudo isto, é verdade, mas mesmo assim, parece que continua a não ser verdade para todos. Como amante da modalidade, no Facebook estou associado a muita gente ligada ao ciclismo, desde actuais e ex-ciclistas, a páginas de equipas, a directores desportivos, jornalistas, comentadores, etc, e fico, sinceramente, perplexo com a forma como reagem a todo este caso. Que antes de Armstrong confessar, eu ainda admitisse que houvessem dúvidas, eu aceito. Eu próprio as tinha, apesar de nos últimos meses, as mesmas terem sido quase dissipadas. Agora depois de tudo o que pudemos ouvir na entrevista de Lance, ainda haver gente a desculpabilizá-lo, faz-me sinceramente confusão e faz-me questionar até que ponto essas pessoas querem realmente um ciclismo limpo, dentro daquilo que é permitido numa modalidade de extrema exigência como esta o é.
Já li que o Armstrong deu dinheiro a ganhar a muita gente (é verdade, mas não terá ele ganho muito também?). Já ouvi que devemos valorizá-lo, não por esta questão, mas sim pela luta contra o cancro (toda esta ideia de luta contra o cancro, não foi suportada pela ideia de alguém que depois de ter a força de curar um cancro, voltou ainda mais forte e conseguiu tornar-se um vencedor desportivo?). Já li que era um pelotão de "dopados" e que ele era só mais um (se quem me rodear roubar e eu roubar também, não serei também eu um ladrão?). Já li que são pedidas coisas humanamente impossíveis aos ciclistas e que a "sobrevivência profissional", faz com que haja a tentação de sucumbir a estes comportamentos (é verdade e eu já o escrevi aqui, anteriormente). Enfim, já li e ouvi muita coisa a desculpabilizar Armstrong, como se ele afinal fosse o "coitadinho" desta questão, por parte de pessoas com responsabilidade, algumas delas referências na modalidade a nível nacional. Honra seja feita a Joaquim Gomes (vencedor de duas Voltas a Portugal e actual director da mesma), que foi o única pessoa directamente ligada a modalidade, que eu ouvi a ter um discurso duro com Lance e com os próprias autoridades que regem a modalidade (concordo que não pode ser só uma cabeça a rolar) e que foi até mais longe ao admitir, que ainda hoje, apesar de um muito maior controlo, continuam a haver algumas mentalidades na modalidade, que continuam a mover-se com base no "vale tudo" para ganhar.
Lance Armstrong, enganou o ciclismo, enganou os seus fãs e enganou aqueles que ainda acreditam que podem haver heróis e referências. Mais do que tudo, enganou aqueles que acreditaram numa história maravilhosa ("perfeita", citando-o), em que alguém vence uma doença horrível e depois disso ainda consegue tornar-se num dos maiores desportistas de todos os tempos. Pelo contrário, tudo não passou de uma fraude. Aqueles que usam a pulseira Livestrong no pulso, como se sentirão hoje?
Quem gosta de ciclismo a sério, puro e limpo, não pode defender ou desculpar tamanha fraude. Agora, resta ao ciclismo tentar capitalizar o lado bom desta declaração de Lance. Que sirva de reflexão sobre a mentalidade das pessoas que o campõem. Que sirva para perceber, também, que não se pode exigir a humanos, coisas desumanas, em nome de audiências e contratos. Mas que, acima de tudo, sirva para os directores desportivos e ciclistas profissionais aprenderem que quem "alimenta" a modalidade, são os adeptos. E esses nunca podem ser enganados, em circunstância alguma.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Revistas de ciclismo: porque não menos testes e mais... ciclismo?
Costumo comprar revistas de ciclismo e BTT. Gostando eu como gosto de ciclismo, nas suas mais variadas vertentes, gosto de estar informado acerca das novidades dos ciclistas, das equipas, das corridas, das maratonas, dos passeios, das novidades acerca do treino e, obviamente, das novidades acerca das "máquinas" e do material dirigido a este desporto.
É precisamente neste ponto que quero tocar. Os testes às novas bicicletas, das diversas marcas. Para mim, faz todo o sentido que, numa publicação de ciclismo (de estrada ou BTT), sejam testados e divulgados os novos modelos de bicicletas e restante material. Nada contra. Mas, sinceramente, é preciso ocupar metade da revista com testes e mais testes? Na minha opinião, não. Admito que, até por razões comerciais e de "sobrevivência" das próprias publicações, seja necessário ocupar tanto espaço das mesmas com estes testes. Acredito que, em alguns casos, as próprias marcas patrocinem as próprias revistas ou paguem a divulgação do seu produto nas mesmas (se estou enganado, peço desculpa) e é obviamente do interesse da indústria ligada ao ciclismo que estas publicações existam, de forma a que as novidades cheguem aos consumidores. Sobre isto, tudo normal e nada contra.
O que me faz confusão, é a quantidade de páginas dedicadas a testes de bicicletas e material. Muitas vezes, é mais de 50% de uma revista dedicada testes. Pessoalmente, como amante da modalidade e praticante da mesma a "brincar", preferia que existisse uma publicação, com mais espaço para os ciclistas (os verdadeiros protagonistas), clubes (muitos deles com muita história neste desporto e que ainda se mantêm), associações, provas, maratonas, passeios, etc. Preferia ver análises mais profundas e rigorosas às diversas competições que ocorrem tanto em Portugal, como lá fora. Repito, não me incomoda e também me interessa, ver as novidades da indústria. O que acho é que um verdadeiro amante da modalidade, gostaria de ver numa revista do género, mais destaque aos pontos que atrás referi, do que propriamente uma revista inundada de testes.
Um exemplo feliz de uma publicação dedicada às bicicletas, é a nova revista Cultura de Bicicleta. E estou à vontade para dizê-lo, porque nem sequer é uma revista vocacionada para os meus gostos pessoais no que à modalidade diz respeito. É uma revista claramente vocacionada para o lazer, com uma clara aposta numa vertente mais urbana. Os pontos positivos desta publicação,na minha opinião, são exactamente, o foco em passeios, em experiências, em artigos de opinião, reportagens bem interessantes (dentro do conceito da própria publicação), etc. Além disso, tem um ponto claramente a favor: a escrita. Tenho notado que muitas vezes nas publicações que sigo, a escrita não é de todo a melhor (conseguem ser, muitas vezes, piores que eu...), sendo os textos muitas vezes repetitivos, nomeadamente quando se referem a rescaldo de maratonas ou de passeios.
Compreendo as necessidades da indústria. Compreendo as necessidades das publicações. Eu também quero novidades acerca das bicicletas e do material. Mas, por favor, eu gostava de ver mais ciclismo e menos testes.
É precisamente neste ponto que quero tocar. Os testes às novas bicicletas, das diversas marcas. Para mim, faz todo o sentido que, numa publicação de ciclismo (de estrada ou BTT), sejam testados e divulgados os novos modelos de bicicletas e restante material. Nada contra. Mas, sinceramente, é preciso ocupar metade da revista com testes e mais testes? Na minha opinião, não. Admito que, até por razões comerciais e de "sobrevivência" das próprias publicações, seja necessário ocupar tanto espaço das mesmas com estes testes. Acredito que, em alguns casos, as próprias marcas patrocinem as próprias revistas ou paguem a divulgação do seu produto nas mesmas (se estou enganado, peço desculpa) e é obviamente do interesse da indústria ligada ao ciclismo que estas publicações existam, de forma a que as novidades cheguem aos consumidores. Sobre isto, tudo normal e nada contra.
O que me faz confusão, é a quantidade de páginas dedicadas a testes de bicicletas e material. Muitas vezes, é mais de 50% de uma revista dedicada testes. Pessoalmente, como amante da modalidade e praticante da mesma a "brincar", preferia que existisse uma publicação, com mais espaço para os ciclistas (os verdadeiros protagonistas), clubes (muitos deles com muita história neste desporto e que ainda se mantêm), associações, provas, maratonas, passeios, etc. Preferia ver análises mais profundas e rigorosas às diversas competições que ocorrem tanto em Portugal, como lá fora. Repito, não me incomoda e também me interessa, ver as novidades da indústria. O que acho é que um verdadeiro amante da modalidade, gostaria de ver numa revista do género, mais destaque aos pontos que atrás referi, do que propriamente uma revista inundada de testes.
Um exemplo feliz de uma publicação dedicada às bicicletas, é a nova revista Cultura de Bicicleta. E estou à vontade para dizê-lo, porque nem sequer é uma revista vocacionada para os meus gostos pessoais no que à modalidade diz respeito. É uma revista claramente vocacionada para o lazer, com uma clara aposta numa vertente mais urbana. Os pontos positivos desta publicação,na minha opinião, são exactamente, o foco em passeios, em experiências, em artigos de opinião, reportagens bem interessantes (dentro do conceito da própria publicação), etc. Além disso, tem um ponto claramente a favor: a escrita. Tenho notado que muitas vezes nas publicações que sigo, a escrita não é de todo a melhor (conseguem ser, muitas vezes, piores que eu...), sendo os textos muitas vezes repetitivos, nomeadamente quando se referem a rescaldo de maratonas ou de passeios.
Compreendo as necessidades da indústria. Compreendo as necessidades das publicações. Eu também quero novidades acerca das bicicletas e do material. Mas, por favor, eu gostava de ver mais ciclismo e menos testes.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Recordar Um Ídolo: Joaquim Gomes
O que é um ídolo? A resposta nunca será racional, mas será alguém que, numa dada altura das nossas vidas, nos marca de uma forma bastante forte numa determinada área , seja ela desportiva, politíca, cultural, etc.
Na minha infância e adolescência, os três maiores ídolos que tive foram João Vieira Pinto (um dia terei que fazer um texto sobre este senhor), os Xutos (a estes já dediquei longas prosas) e Joaquim Gomes (hoje é o dia dele).
Vem esta conversa a propósito da reportagem exibida pela SIC, no passado Sábado, na rubrica Perdidos e Achados, que tinha como figura principal, Joaquim Gomes. Ao saber através do Facebook, no próprio dia (ora aí está uma das principais utilidades da coisa), que a reportagem iria ser exibida durante a noite, fiz com que o aniversário em que iria participar, não impedisse a minha visualização da mesma.
E lá estava eu, ajoelhado em frente da televisão, tal e qual uma criança, a ver a reportagem e a recordar um ídolo. Chamem-me romântico, piegas, o que quiserem, mas ainda hoje, quando visualizo imagens do passado dos ídolos que acima referi (felizmente, no caso dos Xutos, as imagens continuam a ser renovadas), sinto um arrepio indescritível. É como se fosse a primeira vez que visse aquilo, quando na verdade, já vi aquelas imagens dezenas de vezes. No caso concreto de Joaquim Gomes, ver aquelas imagens do mesmo a subir montanhas, a ser incentivado pelo público ao longo da estrada e a dar espectáculo, é recordar os tempos em que aprendi a gostar de ciclismo. Era esperar por Agosto, para ver a nossa Volta. Era esperar por aquele momento sublime em que Gomes atacava ou dava um simples "esticão" no grupo dos melhores e fazia estragos. Para quem não goste de ciclismo, isto pode parecer estranho ou parvo, mas talvez quem gosta, consiga entender o que quero dizer.
Joaquim Gomes ganhou duas vezes a Volta a Portugal. Na primeira eu tinha 6 anos, na segunda eu tinha 10. Por influência familiar, foi nesta fase que começei a assistir a provas de ciclismo na TV, nomeadamente a Volta a Portugal. Contudo, apesar da influência que as vitórias na geral de Gomes tenham tido no meu "fascinío"pelo ciclista lisboeta (no fundo, foi o primeiro ciclista que ouvi falar), o que ao longo dos anos em que correu fez com que eu o admirasse tanto, era exactamente, a forma como Joaquim Gomes encarava as corridas. "O importante para mim, não é saber se vou ganhar a Volta ou se não vou ganhar a Volta. Importante para mim, é saber se vou discutir a Volta a Portugal e se estou em condições de proporcionar um bom espectáculo". As palavras são do próprio Joaquim Gomes e definem da melhor maneira, o meu gosto pela forma de correr dele. Depois de 1993, Gomes nunca mais ganhou a Volta, mas estava sempre lá no momento das decisões. A atacar, a "puxar" pela corrida nas montanhas (muitas vezes em prejuízo próprio...), a dar o "esticão" que só os melhores conseguiam acompanhar. Sem se esconder, sem tácticas de andar na roda deste ou daquele, a assumir-se sempre como favorito e, normalmente, mesmo nos anos que se seguiram às suas vitórias na Volta, a ser o melhor português na competição, batendo-se com os melhores estrangeiros na alta montanha como poucos, ou mesmo, nenhum português o fazia.
Recordo uma etapa, já no final da carreira de Gomes, no ano em que o suiço Fabian Jeker venceu a Volta (2001). Era uma crono-escalada na Serra da Estrela, ganha pelo ciclista suiço (que era um especialista de contra-relógio, de nível internacional). Foi fantástica a subida de Gomes. Só mesmo Jeker, conseguiu bater o tempo de Gomes (que, repito, já estava no ocaso da carreira), mas este provou uma vez mais, que foi, sem dúvida, o melhor trepador português da sua geração e que, mesmo nas gerações que se seguiram, é difícil encontrar alguém com tamanha regularidade em alta montanha.
Ainda hoje, nas minhas voltinhas da "treta", quando estou numa subida mais difícil para mim, recordo Joaquim Gomes. É como se fosse uma inspiração, que me ajuda a superar as dificuldades e que até, por momentos, faz-me sentir um ciclista a sério. Parece-me a mim, que é este o maior "título" que um desportista pode alcançar: marcar alguém. Joaquim Gomes conseguiu.
http://sic.sapo.pt/programasInformacao/scripts/videoplayer.aspx?ch=perdidos+e+achados&videoId=%7BE28EC2CF-52AE-42F1-8FEC-4D7D86608E95%7D
Na minha infância e adolescência, os três maiores ídolos que tive foram João Vieira Pinto (um dia terei que fazer um texto sobre este senhor), os Xutos (a estes já dediquei longas prosas) e Joaquim Gomes (hoje é o dia dele).
Vem esta conversa a propósito da reportagem exibida pela SIC, no passado Sábado, na rubrica Perdidos e Achados, que tinha como figura principal, Joaquim Gomes. Ao saber através do Facebook, no próprio dia (ora aí está uma das principais utilidades da coisa), que a reportagem iria ser exibida durante a noite, fiz com que o aniversário em que iria participar, não impedisse a minha visualização da mesma.
E lá estava eu, ajoelhado em frente da televisão, tal e qual uma criança, a ver a reportagem e a recordar um ídolo. Chamem-me romântico, piegas, o que quiserem, mas ainda hoje, quando visualizo imagens do passado dos ídolos que acima referi (felizmente, no caso dos Xutos, as imagens continuam a ser renovadas), sinto um arrepio indescritível. É como se fosse a primeira vez que visse aquilo, quando na verdade, já vi aquelas imagens dezenas de vezes. No caso concreto de Joaquim Gomes, ver aquelas imagens do mesmo a subir montanhas, a ser incentivado pelo público ao longo da estrada e a dar espectáculo, é recordar os tempos em que aprendi a gostar de ciclismo. Era esperar por Agosto, para ver a nossa Volta. Era esperar por aquele momento sublime em que Gomes atacava ou dava um simples "esticão" no grupo dos melhores e fazia estragos. Para quem não goste de ciclismo, isto pode parecer estranho ou parvo, mas talvez quem gosta, consiga entender o que quero dizer.
Joaquim Gomes ganhou duas vezes a Volta a Portugal. Na primeira eu tinha 6 anos, na segunda eu tinha 10. Por influência familiar, foi nesta fase que começei a assistir a provas de ciclismo na TV, nomeadamente a Volta a Portugal. Contudo, apesar da influência que as vitórias na geral de Gomes tenham tido no meu "fascinío"pelo ciclista lisboeta (no fundo, foi o primeiro ciclista que ouvi falar), o que ao longo dos anos em que correu fez com que eu o admirasse tanto, era exactamente, a forma como Joaquim Gomes encarava as corridas. "O importante para mim, não é saber se vou ganhar a Volta ou se não vou ganhar a Volta. Importante para mim, é saber se vou discutir a Volta a Portugal e se estou em condições de proporcionar um bom espectáculo". As palavras são do próprio Joaquim Gomes e definem da melhor maneira, o meu gosto pela forma de correr dele. Depois de 1993, Gomes nunca mais ganhou a Volta, mas estava sempre lá no momento das decisões. A atacar, a "puxar" pela corrida nas montanhas (muitas vezes em prejuízo próprio...), a dar o "esticão" que só os melhores conseguiam acompanhar. Sem se esconder, sem tácticas de andar na roda deste ou daquele, a assumir-se sempre como favorito e, normalmente, mesmo nos anos que se seguiram às suas vitórias na Volta, a ser o melhor português na competição, batendo-se com os melhores estrangeiros na alta montanha como poucos, ou mesmo, nenhum português o fazia.
Recordo uma etapa, já no final da carreira de Gomes, no ano em que o suiço Fabian Jeker venceu a Volta (2001). Era uma crono-escalada na Serra da Estrela, ganha pelo ciclista suiço (que era um especialista de contra-relógio, de nível internacional). Foi fantástica a subida de Gomes. Só mesmo Jeker, conseguiu bater o tempo de Gomes (que, repito, já estava no ocaso da carreira), mas este provou uma vez mais, que foi, sem dúvida, o melhor trepador português da sua geração e que, mesmo nas gerações que se seguiram, é difícil encontrar alguém com tamanha regularidade em alta montanha.
Ainda hoje, nas minhas voltinhas da "treta", quando estou numa subida mais difícil para mim, recordo Joaquim Gomes. É como se fosse uma inspiração, que me ajuda a superar as dificuldades e que até, por momentos, faz-me sentir um ciclista a sério. Parece-me a mim, que é este o maior "título" que um desportista pode alcançar: marcar alguém. Joaquim Gomes conseguiu.
http://sic.sapo.pt/programasInformacao/scripts/videoplayer.aspx?ch=perdidos+e+achados&videoId=%7BE28EC2CF-52AE-42F1-8FEC-4D7D86608E95%7D
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Doping: Muito Mais Que Batota
Gosto muito de ciclismo. A par do futebol é, sem dúvida, a minha modalidade favorita. Acompanho as diversas competições de estrada ou de BTT e, semanalmente, gosto de dar a minha voltinha, uma ou duas vezes, consoante a disponibilidade.
Mas o ciclismo está mal. Mais propriamente, a imagem da modalidade. A causa todos sabemos: o doping. Qualquer pessoa, nomeadamente, os que não têm uma ligação à modalidade, associam o ciclismo a fraude e à batota. Não é raro acontecer-me, estar a ver uma competição de ciclismo na televisão, e a meu lado estar alguém a fazer comentários do género "cambada de drogados" ou outros com igual intenção. Normalmente, costumo rebater esses comentários, explicando que o ciclismo é a modalidade mais controlada e que, em prejuízo da mesma, os casos são denunciados pelas entidades que o regulam, mesmo aqueles que envolvem as grandes figuras do ciclismo nacional e mundial. Mas convenhamos, que a minha luta (e a de outros) para defender a modalidade, é infrutífera, quando todos os dias surgem notícias de novos casos, alguns deles, envolvendo as figuras maiores dos ciclismo mundial.
Na minha opinião, penso que o problema do doping no ciclismo, tem como como principais culpados aqueles que se dopam, ou seja, os ciclistas. Contudo, e não querendo minimamente absolver os ciclistas que o praticam, a questão do doping, vai muito mais além, do que a simples e pura batota. Quem vive do ciclismo profissional, tal como noutra profissão (bem, em alguns casos não será bem assim...), precisa de atingir objectivos e resultados. O ciclismo profissional vive de patrocínios e esses patrocinadores querem vitórias e a, consequente, visibilidade para as suas marcas. Se isso não suceder, o patrocínio acaba... A crise que vivemos, veio acentuar ainda mais esta questão, fazendo com que muitas equipas acabassem e, por consequência, muitos ciclistas ficassem sem colocação no pelotão profissional. Isto, obviamente, provoca que a competição para estar ao mais alto nível, seja ainda mais voraz, obrigando os ciclistas a estarem no seu melhor, mesmo quando não estão na realidade. E às vezes o melhor não chega... Ora, se um deles se "dopa" e obtém resultados, os outros, para atingirem esses mesmos resultados e, sobretudo, para ganharem a vida, caem na tentação de fazer o mesmo... E assim se forma um círculo vicioso. A própria forma como as competições decorrem, nomeadamente, a cada vez maior dureza das etapas (muitas vezes, para aumentar as audiências televisivas), são outras das causas do problema.
Claro que esta é uma forma muito redutora de abordar a questão. Muitas mais razões podem ser explicitadas. Mas o que quero dizer é, exactamente, que o problema é muito complexo e profundo. Diria que é uma mentalidade instalada no universo do ciclismo profissional, envolvendo ciclistas, directores desportivos e médicos (estes dois últimos, com tanta ou maior culpa que os próprios ciclistas), que é necessário abordar e entender, de forma a atacar o problema de frente.
Todos estes casos de doping "matam" verdadeiramente o ciclismo. Como poderão os adeptos acompanhar e acreditar numa prova de ciclismo, sabendo no final da mesma, que o vencedor estava "dopado"? Quais são os patrocinadores, que querem estar ligados a uma modalidade, que é percepcionada pelo público em geral, como uma modalidade de batoteiros e sem verdade desportiva? As respostas parecem-me óbvias...
Como adepto de ciclismo e como alguém que ainda acredita na modalidade, espero, sinceramente, que a questão fulcral deste problema, seja analisada e que, no futuro, a imagem do ciclismo mude para melhor. Caso contrário, o futuro será triste...
PS: Apesar de tudo, também existem situações em que as autoridades competentes e a própria comunicação social, devem ter algum cuidado na forma como as divulgam e informam. Refiro-me a casos em que, ao que parece, não houve de todo intenção por parte dos atletas em tomarem algo de ilícito.
Exemplos disso, são os casos de Mário e Rui Costa e da betetista Joana Barbosa, que ao ingerirem um suplemento legal e autorizado pela UCI, mas que se encontrava contaminado por uma substância proibida, tiveram controlos posítivos. Parece-me claro, se eu for ao supermercado comprar um produto e, de seguida, o ingerir, não poderei ser eu o culpado pelo facto, desse mesmo produto, estar contaminado com uma substância ilegal. Aliás, pelo que li, as próprias autoridades já confirmaram a contaminação do referido suplemento que, repito, era autorizado pelas mesmas, tendo já surgido mais controlos positivos, devido a esta mesma contaminação. Parece-me que nestes três casos, a inocência é óbvia.
O próprio caso de Contador, também suscita dúvidas. Independentemente, da intencionalidade ou não do ciclista espanhol em "dopar-se" ( e que deve, obviamente, ser avaliada), sinceramente, não me parece ,que uma substância detectada numa concentração de 0,00000000005 g/ml (ao que tudo indica, muito abaixo dos valores que podem afectar o rendimento físico) seja motivo para castigo.
Pede-se rigor mas, ao mesmo tempo, bom senso.
Mas o ciclismo está mal. Mais propriamente, a imagem da modalidade. A causa todos sabemos: o doping. Qualquer pessoa, nomeadamente, os que não têm uma ligação à modalidade, associam o ciclismo a fraude e à batota. Não é raro acontecer-me, estar a ver uma competição de ciclismo na televisão, e a meu lado estar alguém a fazer comentários do género "cambada de drogados" ou outros com igual intenção. Normalmente, costumo rebater esses comentários, explicando que o ciclismo é a modalidade mais controlada e que, em prejuízo da mesma, os casos são denunciados pelas entidades que o regulam, mesmo aqueles que envolvem as grandes figuras do ciclismo nacional e mundial. Mas convenhamos, que a minha luta (e a de outros) para defender a modalidade, é infrutífera, quando todos os dias surgem notícias de novos casos, alguns deles, envolvendo as figuras maiores dos ciclismo mundial.
Na minha opinião, penso que o problema do doping no ciclismo, tem como como principais culpados aqueles que se dopam, ou seja, os ciclistas. Contudo, e não querendo minimamente absolver os ciclistas que o praticam, a questão do doping, vai muito mais além, do que a simples e pura batota. Quem vive do ciclismo profissional, tal como noutra profissão (bem, em alguns casos não será bem assim...), precisa de atingir objectivos e resultados. O ciclismo profissional vive de patrocínios e esses patrocinadores querem vitórias e a, consequente, visibilidade para as suas marcas. Se isso não suceder, o patrocínio acaba... A crise que vivemos, veio acentuar ainda mais esta questão, fazendo com que muitas equipas acabassem e, por consequência, muitos ciclistas ficassem sem colocação no pelotão profissional. Isto, obviamente, provoca que a competição para estar ao mais alto nível, seja ainda mais voraz, obrigando os ciclistas a estarem no seu melhor, mesmo quando não estão na realidade. E às vezes o melhor não chega... Ora, se um deles se "dopa" e obtém resultados, os outros, para atingirem esses mesmos resultados e, sobretudo, para ganharem a vida, caem na tentação de fazer o mesmo... E assim se forma um círculo vicioso. A própria forma como as competições decorrem, nomeadamente, a cada vez maior dureza das etapas (muitas vezes, para aumentar as audiências televisivas), são outras das causas do problema.
Claro que esta é uma forma muito redutora de abordar a questão. Muitas mais razões podem ser explicitadas. Mas o que quero dizer é, exactamente, que o problema é muito complexo e profundo. Diria que é uma mentalidade instalada no universo do ciclismo profissional, envolvendo ciclistas, directores desportivos e médicos (estes dois últimos, com tanta ou maior culpa que os próprios ciclistas), que é necessário abordar e entender, de forma a atacar o problema de frente.
Todos estes casos de doping "matam" verdadeiramente o ciclismo. Como poderão os adeptos acompanhar e acreditar numa prova de ciclismo, sabendo no final da mesma, que o vencedor estava "dopado"? Quais são os patrocinadores, que querem estar ligados a uma modalidade, que é percepcionada pelo público em geral, como uma modalidade de batoteiros e sem verdade desportiva? As respostas parecem-me óbvias...
Como adepto de ciclismo e como alguém que ainda acredita na modalidade, espero, sinceramente, que a questão fulcral deste problema, seja analisada e que, no futuro, a imagem do ciclismo mude para melhor. Caso contrário, o futuro será triste...
PS: Apesar de tudo, também existem situações em que as autoridades competentes e a própria comunicação social, devem ter algum cuidado na forma como as divulgam e informam. Refiro-me a casos em que, ao que parece, não houve de todo intenção por parte dos atletas em tomarem algo de ilícito.
Exemplos disso, são os casos de Mário e Rui Costa e da betetista Joana Barbosa, que ao ingerirem um suplemento legal e autorizado pela UCI, mas que se encontrava contaminado por uma substância proibida, tiveram controlos posítivos. Parece-me claro, se eu for ao supermercado comprar um produto e, de seguida, o ingerir, não poderei ser eu o culpado pelo facto, desse mesmo produto, estar contaminado com uma substância ilegal. Aliás, pelo que li, as próprias autoridades já confirmaram a contaminação do referido suplemento que, repito, era autorizado pelas mesmas, tendo já surgido mais controlos positivos, devido a esta mesma contaminação. Parece-me que nestes três casos, a inocência é óbvia.
O próprio caso de Contador, também suscita dúvidas. Independentemente, da intencionalidade ou não do ciclista espanhol em "dopar-se" ( e que deve, obviamente, ser avaliada), sinceramente, não me parece ,que uma substância detectada numa concentração de 0,00000000005 g/ml (ao que tudo indica, muito abaixo dos valores que podem afectar o rendimento físico) seja motivo para castigo.
Pede-se rigor mas, ao mesmo tempo, bom senso.
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