segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Desonestidade intelectual criminosa: Parte I

Partir para a análise dos acontecimentos de quarta-feira passada, sem assumir como ponto de partida, que houve um grupo de pessoas que agrediram a polícia durante mais de uma hora, é desonestidade pura.

Uma polícia que é agredida durante mais de uma hora, que aguarda pacientemente e que avisa a população, minutos antes, que vai efectuar uma carga policial, não me parece que seja alvo de condenação. Quem estava na frente da manifestação à atirar pedras, certamente, ouviu o tal aviso e aqueles que, supostamente, não ouviram, tenho a certeza que sabiam o que se passava na frente da manifestação e sabiam que a polícia não poderia ter contemplações com aquilo que se estava a passar.

Critiquem o facto dos detidos não terem tido logo direito a advogados. Critiquem o que quiserem. Mas afirmarem que aquela carga policial não se justificava, é mais do que ridículo. Tão ou mais ridículo, é a insinuação sem provas que seria a própria polícia a provocar os desacatos (não, aquelas fotos que tenho visto no Facebook, com imagens de supostos polícias encapuzados e que estariam, também supostamente, a atirar pedras, não provam rigorosamente nada), da mesma forma que me parece injusto acusar a CGTP de ter incitado ou provocado aquela situação. A CGTP convocou uma greve e uma manifestação que, concorde-se ou não, são legítimas e teve o cuidado de demarcar-se, totalmente, das cenas de violência que se passaram já após o fim da manifestação. Aliás, certamente, que aquela violência toda, só teve o efeito de tirar do espaço mediático a greve e os efeitos da mesma. A notícia passou a ser os confrontos em frente à Assembleia da República e isso, certamente, não foi algo que beneficiasse os propósitos da CGTP.

Todos têm o direito a manifestar-se. Todos têm o direito a fazer greve ( e, já agora, a não fazê-la). Ninguém tem o direito de atacar a polícia. Confesso, se há algo que condeno na actuação da polícia naquela situação, apesar de entender os motivos, foi o tempo que esta demorou a reagir às pedras, aos petardos, às tochas e até aos sinais de trânsito com que foi atacada. Por mim, teria sido bem mais cedo.

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