quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

III Passeio BTT - Mosqueirões 2010



Já vem um pouco atrasado. Mas como mais vale tarde do que nunca..

No passado dia 5 de Dezembro, no concelho de Grândola, mais concretamente no lugar de Mosqueirões, realizou-se pelo terceiro ano consecutivo, um passeio de BTT, em que alguns amigos e familiares se juntam para um agradável passeio, por alguns dos lugares mais inóspitos do concelho de Grândola (que já é uma das "catedrais" do BTT no nosso país).

Este passeio que, como o própio nome indica, não tem qualquer intuito competitivo (apesar de haver sempre alguns "picanços"...), tem normalmente um grau de dificuldade médio baixo e uma quilometragem a rondar os 30 kms. Este ano não foi excepção, tendo sido percorridos 31 kms.

Devido a vários contratempos, o passeio foi efectuado alguns meses mais tarde do que o habitual. As condições climatéricas não estavam nada fáceis nesse fim-de-semana. Além do frio, a chuva ameaçava a sério. Contudo (talvez para compensar os anteriores contratempos), S. Pedro foi amigo. Além de ter parado de chover no preciso momento em que começou o passeio, o frio que se fez sentir na madrugada anterior, deu lugar a uma temperatura bastante amena, o que acabou por facilitar a vida a alguns dos participantes, nomeadamente àquele que vos escreve...

Tal como noutros anos, a partida e a chegada estão situadas na localidade de Mosqueirões, mais concretamente na taberna deste típico local alentejano e que é uma das mais carismáticas tabernas do concelho de Grândola. Assim sendo, partimos de Mosqueirões em direcção a Outeiro do Lobo. Depois de alguns metros em alcatrão, ao entrármos em terra batida, verificou-se que o cenário não estava fácil. Obviamente, depois de uma noite de chuva intensa, a lama era bastante. Contudo, ninguém se atemorizou. Mesmo os menos habituados a estas coisas das bicicletas, avançaram sem medos e, em abono da verdade, esta dificuldade acabou por tornar-se num aliciante extra e mais um motivo de diversão durante o passeio. Muitas foram as vezes que os pneus das bicicletas bloqueavam na lama ou que os participantes tinham que passar no meio de verdadeiros lagos. Escusado será dizer, que todos experimentaram a sensação de ficar literalmente enterrados em lama ou com água pelos joelhos. Tudo isto, tornou o passeio mais engraçado, dando-lhe um pequeno "toque" de aventura, nomeadamente para os menos habituados ao BTT.

Chegados a Outeiro do Lobo e depois de um curto abastecimento, partiu-se em direcção a Abela (concelho de Santiago do Cacém). Aqui dava-se o momento mais duro do passeio (nada por aí além). Ao entrarmos nesta localidade e para voltarmos novamente à terra, teriam que se fazer alguns quilómetros em alcatrão, que coincidiam com uma subida, com alguma inclinação, de 2kms, sensivelmente. Depois de ultrapassada esta dificuldade e de todos termos agrupado novamente, voltámos à lama e ao cenário que atrás descrevi. Água com fartura, lama, equipamentos e caras sujas de terra... A partir daqui, entrávamos na fase de regresso a Mosqueirões, já com o almoço na mente. Depois de alguns quilómetros, alcançámos a interminável recta que nos leva de volta ao local da partida e que para alguns, é sempre o momento mais penoso do passeio. É daquelas rectas que parecem nunca mais ter fim, sempre em "subida lenta" e que estando colocada na fase final, onde as cabeças já estão mais focadas no almoço do que propriamente na bicicleta, torna-a num momento de alguma dificuldade.

A pouco e pouco (a "subida lenta" faz sempre alguns estragos...) todos fomos chegando a Mosqueirões. Bicicletas, equipamentos e corpos bem mais castanhos que no início, mas todos chegaram ao fim, prontos para o melhor da festa: o almoço.

Os tipícos miolos alentejanos, acompanhados com carne de porco (uma autêntica perdição), foram o prato principal de um animado repasto, onde a boa disposição de todos os participantes e dos respectivos acompanhantes, se fez sentir.

Para o final, estavam reservadas algumas singelas surpresas. Além da oferta de uma camisola a cada um dos ciclistas, houve um prémio bastante especial para um dos participantes. O senhor Leonel Rodrigues, proprietário da Taberna dos Mosqueirões, homem com mais de 70 anos, continua a dar azo à sua paixão pelas bicicletas, dando as suas voltinhas sempre que pode, sempre com a sua contagiante boa disposição. Assim sendo e para celebrar tudo isto, foi decidido fazer a oferta de um simbólico troféu ao Leonel, onde se podia ler "1ª Classificado - Categoria Veteranos".

Depois da foto de família, todos regressaram a casa (havia gente de Grândola, Lisboa e até de Torres Vedras). Ao que parece, todos sairam satisfeitos de Mosqueirões, tanto com o passeio, como com o delicioso almoço, como ainda e principalmente, com o excelente convívio que teve mais uma vez lugar por aquelas bandas. Todos prometeram voltar para o ano e tendo em conta a regularidade com que este convívio se tem vindo a efectuar, é bem possível que o mesmo se torne uma tradição. Assim seja.






terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Justa Homenagem - AS 61



A 14 de Janeiro de 2011, realizar-se-á no Cinema São Jorge, uma justa e merecida homenagem ao radialista e divulgador musical, António Sérgio.

O cartaz é apelativo. Não são todas as noites, que podemos ver, no mesmo palco, tanta diversidade e qualidade. Moonspeel, Dead Combo, Linda Martini, Os Golpes, Peste & Sida e Xutos & Pontapés, são as bandas convocadas para este tributo ao, quiçá, mais importante divulgador de música pop-rock em Portugal.

Pessoalmente, o alvo da homenagem, seria motivo mais que suficiente, para estar presente no São Jorge. Mas o cartaz, juntando três das bandas que mais "tocam" o meu sensível coração rock n' roll (Peste & Sida, Os Golpes e os Xutos) e outras duas que há muito tempo ando para ver ao vivo (Dead Combo e Linda Martini), auguram para esta noite, uma das maiores jornadas musicais da minha vida.

O lugar já está garantido.

domingo, 19 de dezembro de 2010

MGMT - Opções...

Fui ver os MGMT ontem. Não fiquei deslumbrado mas gostei.

De qualquer modo (e daí talvez o motivo para a falta de deslumbramento), fico com a ideia, que os MGMT são daquelas bandas com um talento enorme para fazer grandes canções, mas que preferem (intencionalmente e genuinamente, acredito) seguir por um caminho menos óbvio e directo.

Do meu ponto de vista, acho que seria bem mais interessante que a banda assumisse, sem pudores, o tal talento para a autoria de canções grandiosas e deixasse de parte alguns exageros psicadélicos que, a meu ver, não são mais que pura "masturbação" musical (pior que um exagero psicadélico, só mesmo os solos de 10 minutos dos executantes de rock progressivo...).

Repito, que não ponho em causa a honestidade da banda e o óbvio direito a trilharem o caminho que bem entenderem. Mas como ouvinte que assume a opção clara por bandas de grandes canções e que se está "borrifando" para os preconceitos evidenciados por alguma da população dita indie, preferia que os MGMT assumissem o seu lado mais melódico e agradável ao ouvido (não confundir com música "descartável").

Perdoem-me aqueles que não concordam, mas quem tem canções como "Kids", "Electric Feel", "Brian Eno" ou "Congratulations", não deve ter vergonha de assumir, que é grande a fazer canções e eu, como ouvinte, tenho o direito de querer que elas apareçam com a maior frequência possível.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Meu 2010 Musical

Vamos directos ao assunto.

- Canção Nacional Do Ano:
Os Golpes - "Vá Lá Senhora" ( que previsível eu sou...);

- Canção Internacional Do Ano:
Black Rebel Motorcycle Club - "Beat The Devil's Tattoo";

- Álbum Nacional Do Ano:
Feromona - Desoliúde;

- Álbum Internacional Do Ano:
The Drums - The Drums;

- Concerto Do Ano:
The National - SBSR (pondo de parte outras questões que não interessam para aqui, se começamos a gostar, a sério, de uma banda devido a um concerto, então esse tem q ser o concerto do ano).

Sei que não há consensos (e ainda bem) nestas questões e, provavelmente, se fizesse esta lista amanhã, talvez mudasse alguma coisa. De qualquer modo, penso que esta refecte bem, o que foi o melhor do meu ano, musicalmente falando.

Cheers!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Recordar Um Ídolo: Joaquim Gomes

O que é um ídolo? A resposta nunca será racional, mas será alguém que, numa dada altura das nossas vidas, nos marca de uma forma bastante forte numa determinada área , seja ela desportiva, politíca, cultural, etc.
Na minha infância e adolescência, os três maiores ídolos que tive foram João Vieira Pinto (um dia terei que fazer um texto sobre este senhor), os Xutos (a estes já dediquei longas prosas) e Joaquim Gomes (hoje é o dia dele).
Vem esta conversa a propósito da reportagem exibida pela SIC, no passado Sábado, na rubrica Perdidos e Achados, que tinha como figura principal, Joaquim Gomes. Ao saber através do Facebook, no próprio dia (ora aí está uma das principais utilidades da coisa), que a reportagem iria ser exibida durante a noite, fiz com que o aniversário em que iria participar, não impedisse a minha visualização da mesma.
E lá estava eu, ajoelhado em frente da televisão, tal e qual uma criança, a ver a reportagem e a recordar um ídolo. Chamem-me romântico, piegas, o que quiserem, mas ainda hoje, quando visualizo imagens do passado dos ídolos que acima referi (felizmente, no caso dos Xutos, as imagens continuam a ser renovadas), sinto um arrepio indescritível. É como se fosse a primeira vez que visse aquilo, quando na verdade, já vi aquelas imagens dezenas de vezes. No caso concreto de Joaquim Gomes, ver aquelas imagens do mesmo a subir montanhas, a ser incentivado pelo público ao longo da estrada e a dar espectáculo, é recordar os tempos em que aprendi a gostar de ciclismo. Era esperar por Agosto, para ver a nossa Volta. Era esperar por aquele momento sublime em que Gomes atacava ou dava um simples "esticão" no grupo dos melhores e fazia estragos. Para quem não goste de ciclismo, isto pode parecer estranho ou parvo, mas talvez quem gosta, consiga entender o que quero dizer.
Joaquim Gomes ganhou duas vezes a Volta a Portugal. Na primeira eu tinha 6 anos, na segunda eu tinha 10. Por influência familiar, foi nesta fase que começei a assistir a provas de ciclismo na TV, nomeadamente a Volta a Portugal. Contudo, apesar da influência que as vitórias na geral de Gomes tenham tido no meu "fascinío"pelo ciclista lisboeta (no fundo, foi o primeiro ciclista que ouvi falar), o que ao longo dos anos em que correu fez com que eu o admirasse tanto, era exactamente, a forma como Joaquim Gomes encarava as corridas. "O importante para mim, não é saber se vou ganhar a Volta ou se não vou ganhar a Volta. Importante para mim, é saber se vou discutir a Volta a Portugal e se estou em condições de proporcionar  um bom espectáculo". As palavras são do próprio Joaquim Gomes e definem da melhor maneira, o meu gosto pela forma de correr dele. Depois de 1993, Gomes nunca mais ganhou a Volta, mas estava sempre lá no momento das decisões. A atacar, a "puxar" pela corrida nas montanhas (muitas vezes em prejuízo próprio...), a dar o "esticão" que só os melhores conseguiam acompanhar. Sem se esconder, sem tácticas de andar na roda deste ou daquele, a assumir-se sempre como favorito e, normalmente, mesmo nos anos que se seguiram às suas vitórias na Volta, a ser o melhor português na competição, batendo-se com os melhores estrangeiros na alta montanha como poucos, ou mesmo, nenhum português o fazia.
Recordo uma etapa, já no final da carreira de Gomes, no ano em que o suiço Fabian Jeker venceu a Volta (2001). Era uma crono-escalada na Serra da Estrela, ganha pelo ciclista suiço (que era um especialista de contra-relógio, de nível internacional). Foi fantástica a subida de Gomes. Só mesmo Jeker, conseguiu bater o tempo de Gomes (que, repito, já estava no ocaso da carreira), mas este provou uma vez mais, que foi, sem dúvida, o melhor trepador português da sua geração e que, mesmo nas gerações que se seguiram, é difícil encontrar alguém com tamanha regularidade em alta montanha.
Ainda hoje, nas minhas voltinhas da "treta", quando estou numa subida mais difícil para mim, recordo Joaquim Gomes. É como se fosse uma inspiração, que me ajuda a superar as dificuldades e que até, por momentos, faz-me sentir um ciclista a sério. Parece-me a mim, que é este o maior "título" que um desportista pode alcançar: marcar alguém. Joaquim Gomes conseguiu.
http://sic.sapo.pt/programasInformacao/scripts/videoplayer.aspx?ch=perdidos+e+achados&videoId=%7BE28EC2CF-52AE-42F1-8FEC-4D7D86608E95%7D

domingo, 7 de novembro de 2010

Invenções/Falta De Atitude

Não posso ser hipócrita. O Porto é claramente melhor que o Benfica, este ano. O Benfica é claramente inferior ao Benfica do ano passado. Hulk é, sem dúvida, o melhor jogador do campeonato português e o homem que faz a diferença. O Benfica não conseguiu substituir as saídas de Di Maria e Ramires e teve, na minha opinião, uma má estratégia de aquisições para esta época. Mas tudo isto, não justifica 5-0. Pior que os 5-0, é eu ter a clara sensação que o resultado é justo, até nos números... No fundo, uma humilhação das grandes.
Porquê inventar? Porquê David Luiz à esquerda? Não chegou a lição da época transacta em Liverpool? Não sou treinador, nem nunca joguei futebol a nível oficial, mas parece-me óbvio que uma equipa (ainda mais uma equipa de grande dimensão), deve preocupar-se, acima de tudo, consigo própria e não com a equipa contrária. Uma equipa tem um modelo de jogo, tem uma equipa base e é assim que deve entrar em campo. Um treinador que monta uma equipa a pensar mais no adversário do que nos princípios de jogo da sua equipa, normalmente perde. Hoje não foi excepção.
Mas talvez nesta altura, mais do que olhar para este jogo e para os erros cometidos pelo treinador e jogadores, deve-se olhar para aquilo que tem sido a época do Benfica. É bem visível que, acima de tudo, a atitude não é a mesma. Não sei os motivos, nem gosto de especular (apesar de já terem surgido algumas notícias a explicar de alguma forma este facto...), mas sei que alguns jogadores e até mesmo o treinador, não têm a mesma atitude guerreira do ano passado. A própria direcção não ajuda, com apelos rídiculos, a não comparência de adeptos nos campos adversários.
Que fique claro, que sou um admirador de Jorge Jesus e que a ele se deve, em larga medida, o brilhante campeonato ganho pelo meu clube no ano transacto. Mas há opções que eu não entendo. Há dois jogos que estão atravessados na minha garganta, com Jesus ao leme da nau benfiquista. O jogo de hoje e o jogo de Liverpool na época transacta (ninguém me tira da cabeça que ao ganhar esse jogo, o Benfica ganharia a Liga Europa). O motivo? O mesmo, ou seja, a descaracterização do futebol do Benfica em função dos jogadores da equipa adversária. Os resultados falam por si. 4-1 e 5-0...
Enfim... Estou só a desabafar. Estou triste e desolado e não entendo o porquê de gente muito experiente nas coisas da bola, ter opções, que qualquer "treinador de bancada" sabe que, normalmente, correm mal. Mais do que isso ( e talvez o motivo principal), é ver jogadores a envergarem a camisola do meu clube descontentes. Querer ganhar mais dinheiro, é humano. Todos querem e eu também. Mas quem entra em campo a representar um clube, não pode mudar a sua atitude devido a esse facto. Talvez seja conversa de adepto ou, se quiserem, apelidem-me de romântico, mas não admito falta de profissionalismo (é disto que falo. Não preciso, nem aprecio, jogadores que beijam o símbolo...) quando se entra em campo a defender uma instituição tão grande como o Benfica.
Como disse em cima, é um desabafo. O próprio texto reflecte isso, na forma pouco cuidada como está elaborado. Mas é assim que me sinto neste momento... De qualquer forma, sabendo que é uma frase feita e dita vezes sem conta por muitos, sou demasiado fíel para desistir. Que os que vestem a camisola, sejam também...

sábado, 23 de outubro de 2010

Agenda De Novembro


Esta é a minha agenda de espectáculos para o próximo mês.

Confesso que o próximo Novembro será, sem dúvida, o mês onde mais investi em espectáculos musicais, desde que começei a frequentar concertos. Pena é, que o mais aguardado de todos, por mim e por muita gente, ao que tudo indica, não se irá realizar... Em sua substituição, estou a pensar em The Walkmen. A ver vamos...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Doping: Muito Mais Que Batota

Gosto muito de ciclismo. A par do futebol é, sem dúvida, a minha modalidade favorita. Acompanho as diversas competições de estrada ou de BTT e, semanalmente, gosto de dar a minha voltinha, uma ou duas vezes, consoante a disponibilidade.

Mas o ciclismo está mal. Mais propriamente, a imagem da modalidade. A causa todos sabemos: o doping. Qualquer pessoa, nomeadamente, os que não têm uma ligação à modalidade, associam o ciclismo a fraude e à batota. Não é raro acontecer-me, estar a ver uma competição de ciclismo na televisão, e a meu lado estar alguém a fazer comentários do género "cambada de drogados" ou outros com igual intenção. Normalmente, costumo rebater esses comentários, explicando que o ciclismo é a modalidade mais controlada e que, em prejuízo da mesma, os casos são denunciados pelas entidades que o regulam, mesmo aqueles que envolvem as grandes figuras do ciclismo nacional e mundial. Mas convenhamos, que a minha luta (e a de outros) para defender a modalidade, é infrutífera, quando todos os dias surgem notícias de novos casos, alguns deles, envolvendo as figuras maiores dos ciclismo mundial.

Na minha opinião, penso que o problema do doping no ciclismo, tem como como principais culpados aqueles que se dopam, ou seja, os ciclistas. Contudo, e não querendo minimamente absolver os ciclistas que o praticam, a questão do doping, vai muito mais além, do que a simples e pura batota. Quem vive do ciclismo profissional, tal como noutra profissão (bem, em alguns casos não será bem assim...), precisa  de atingir objectivos e resultados. O ciclismo profissional vive de patrocínios e esses patrocinadores querem vitórias e a, consequente, visibilidade para as suas marcas. Se isso não suceder, o patrocínio acaba... A crise que vivemos, veio acentuar ainda mais esta questão, fazendo com que muitas equipas acabassem e, por consequência, muitos ciclistas ficassem sem colocação no pelotão profissional. Isto, obviamente, provoca que a competição para estar ao mais alto nível, seja ainda mais voraz, obrigando os ciclistas a estarem no seu melhor, mesmo quando não estão na realidade. E às vezes o melhor não chega... Ora, se um deles se "dopa" e obtém resultados, os outros, para atingirem esses mesmos resultados e, sobretudo, para ganharem a vida, caem na tentação de fazer o mesmo... E assim se forma um círculo vicioso. A própria forma como as competições decorrem, nomeadamente, a cada vez maior dureza das etapas (muitas vezes, para aumentar as audiências televisivas), são outras das causas do problema.

Claro que esta é uma forma muito redutora de abordar a questão. Muitas mais razões podem ser explicitadas. Mas o que quero dizer é, exactamente, que o problema é muito complexo e profundo. Diria que é uma mentalidade instalada no universo do ciclismo profissional, envolvendo ciclistas, directores desportivos e médicos (estes dois últimos, com tanta ou maior culpa que os próprios ciclistas), que é necessário abordar e entender, de forma a atacar o problema de frente.

Todos estes casos de doping "matam" verdadeiramente o ciclismo. Como poderão os adeptos acompanhar e acreditar numa prova de ciclismo, sabendo no final da mesma, que o vencedor estava "dopado"? Quais são os patrocinadores, que querem estar ligados a uma modalidade, que é percepcionada pelo público em geral, como uma modalidade de batoteiros e sem verdade desportiva? As respostas parecem-me óbvias...

Como adepto de ciclismo e como alguém que ainda acredita na modalidade, espero, sinceramente, que a questão fulcral deste problema, seja analisada e que, no futuro, a imagem do ciclismo mude para melhor. Caso contrário, o futuro será triste...

PS: Apesar de tudo, também existem situações em que as autoridades competentes e a própria comunicação social, devem ter algum cuidado na forma como as divulgam e informam. Refiro-me a casos em que, ao que parece, não houve de todo intenção por parte dos atletas em tomarem algo de ilícito.

Exemplos disso, são os casos de Mário e Rui Costa e da betetista Joana Barbosa, que ao ingerirem um suplemento legal e autorizado pela UCI, mas que se encontrava contaminado por uma substância proibida, tiveram controlos posítivos. Parece-me claro, se eu for ao supermercado comprar um produto e, de seguida, o ingerir, não poderei ser eu o culpado pelo facto, desse mesmo produto, estar contaminado com uma substância ilegal. Aliás, pelo que li, as próprias autoridades já confirmaram a contaminação do referido suplemento que, repito, era autorizado pelas mesmas, tendo já surgido mais controlos positivos, devido a esta mesma contaminação. Parece-me que nestes três casos, a inocência é óbvia.

O próprio caso de Contador, também suscita dúvidas. Independentemente, da intencionalidade ou não do ciclista espanhol em "dopar-se" ( e que deve, obviamente, ser avaliada), sinceramente, não me parece ,que uma substância detectada numa concentração de 0,00000000005 g/ml (ao que tudo indica, muito abaixo dos valores que podem afectar o rendimento físico) seja motivo para castigo.

Pede-se rigor mas, ao mesmo tempo, bom senso.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Liga Dos Campeões Em Coimbra

Não vou fazer relatos. Quero só partilhar e confessar que, depois de dezenas e dezenas de concertos, pela primeira vez na minha vida, eu assisti ao expoente máximo dos espectáculos musicais de estádio. Simplesmente, o topo.
O local onde não há lugar ao erro e a perfeição total é o objectivo. O local onde a grandiosidade e a imponência imperam. O local onde se juntam os ouvintes da Renascença, da RFM, da TSF e da Radar. O local onde estão presentes os telespectadores das manhãs da TVI e os fiéis da programação cultural da RTP2. O local onde a crise e as medidas de austeridade, deixam de ser importantes e gente, de todas as idades, se une em torno de um espectáculo monumental e de uma banda musical.
No dia 3 de Outubro, do ano da graça de 2010, eu vi tudo isto, pela primeira vez. E isto é, simplesmente, o lado fantástico da música pop.

sábado, 2 de outubro de 2010

Os Golpes Com "G" Grande

O local foi magnificamente escolhido. O Museu da Marioneta (Convento das Bernardas), foi o palco do concerto de apresentação do novo álbum d'Os Golpes. Num cenário que tem tudo a ver com o conceito que a banda transmite aos seus seguidores, Os Golpes deram um grande concerto.
Talvez eu seja suspeito, admito. Já o escrevi (e repito), que Os Golpes são, actualmente, a mais interessante das bandas rock de Portugal. Mas, cada vez que os vejo em palco, a sensação que fico é sempre positiva, reforçando ainda mais a ideia que tenho.
A banda tocou muitos dos temas do seu primeiro álbum, que foram recebidos com o entusiasmo do costume pelos seus fiéis e, cada vez mais numerosos, seguidores, como de resto se pôde comprovar no espaço do espectáculo, praticamente repleto.
Convidado especial d'Os Golpes, foi Rui Pregal da Cunha, vocalista dos grandes Heróis do Mar. E foi muito bonito o que se viu. Pregal da Cunha, interpretou com Os Golpes "Vá Lá Senhora", ao qual a banda retríbuiu com "Paixão, um dos clássicos maiores dos Heróis do Mar. O homem foi e ainda é, um "figurão" em palco. Trajado a rigor, Rui Pregal da Cunha, provocou o momento da noite.
Os Golpes não têm vergonha de ser portugueses. Os Golpes assumem, sem pudor, as suas influências estéticas e artísticas. Os Golpes valorizam as tradições e os símbolos do seu país (não confundir com nacionalismo "rasca"). Os Golpes fazem o "roque" mais português de Portugal.
Quando Rui Pregal da Cunha, apresentou a banda, mesmo antes do final do concerto, pareceu, de certa forma, uma passagem de testemunho. Que a brava dança d'Os Golpes prossiga...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A Verdade Estava Aqui

Nada me liga à senhora. Não simpatizo particularmente com o penteado e, muito menos, com algumas ideias conservadoras que a senhora defende. Mas passado que está 1 ano, desde as últimas eleições legislativas, está provado que era Manuela Ferreira Leite que dizia a verdade sobre as finanças públicas do nosso país.
Quando os discursos eloquentes, ricos em demagogia e populismo, deixarem de ser condição para se ganharem eleições, talvez as coisas melhorem. Até lá, limitemo-nos à mediocridade e à sobrevivência...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

José Torres - Um Símbolo Não Se Esquece

A alegria que tive perante as duas últimas vitórias do Benfica, frente ao Hapoel e Sporting (nomeadamente estes últimos...) foi em muito quebrada, por uma situação que me parece grave e de muito mau gosto por parte do meu clube.
José Torres, jogador do Benfica durante doze anos, vencedor de nove campeonatos nacionais pelo clube, três taças de portugal e duas taças dos campeões europeus (apesar de não ter jogado nenhuma das finais), falecido no passado dia 3 de Setembro, não foi alvo de nenhuma homenagem por parte do Benfica antes ou no intervalo de ambos os jogos (pelo menos, eu que estive no estádio nos dois jogos, não me apercebi e corrijam-me se eu estiver enganado). Confesso que no jogo com o Hapoel, pensei que fosse uma qualquer regra da UEFA, que impedisse a realizaçao de tal homenagem. Mas no jogo do Sporting, para surpresa minha, novamente nada foi feito para relembrar a memória do "Bom Gigante".
Nunca vi Torres jogar e pouco me lembro dele como treinador. Mas um homem com tamanho passado no meu clube (e no futebol português) merece todo o meu respeito. Um clube que esquece e maltrata os seus simbolos é um clube que não respeita, acima de tudo, a sua própria história. Por isso mesmo e por achar que a enorme história do meu clube merece ser respeitada, assim como a memória daqueles que a fizeram, fiquei muito triste com a ausência de tal homenagem no Estádio da Luz.
Gostaria muito, que alguém aparecesse a corrigir-me e a informar-me, que tal homenagem foi feita, sem que eu me tenha apercebido (o que me parece complicado) ou então, num futuro muito próximo, que essa mesma homenagem seja, de facto, realizada por parte do meu clube. Torres merece e o Benfica também.

Ps: A única menção que vi no Estádio da Luz em relação a José Torres, foi durante o jogo com o Sporting, quando a claque Diabos Vermelhos (honra lhes seja feita), com o jogo a decorrer, levantou uma faixa onde se podia ler "obrigado José Torres" e que foi imediatamente aplaudida por todo o estádio.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

África Pop-Rock

África está na moda, no que ao pop-rock diz respeito. Bem, talvez não seja de agora, mas, sem dúvida, que agora está mesmo. Nos últimos tempos, uma série de bandas, acrescentam ao seu som, uma "pitada" de ritmos africanos e que com esse efeito, diga-se, têm conseguido excelentes resultados.
À cabeça, surgem logo os Vampire Weekend. Mas podemos falar também dos The Very Best, dos Fool´s Gold (responsáveis pelo "meu" hit deste Verão, "Surprise Hotel") ou até da minha mais recente descoberta, os Two Doors Cinema Club.
Por cá, o fenómeno "africano" também não passa imune. Rapaziada da Flor Caveira e da Amor Fúria, foram também "infectados" por este excelente "vírus". Tiago Guillul ("Nabucodonosor", na companhia de Reininho, é um excelente exemplo), Os Golpes ("Vá Lá Senhora", também tem qualquer coisa de África), Os Capitães da Areia (o futuro da pop nacional, num estilo com algumas semelhanças aos Vampire Weekend) e os próprios Os Pontos Negros (nomeadamente em "Rei Bã"), são exemplos de bandas que utilizam, com maior ou menor frequência, ritmos africanos. Até poderiamos recuar mais no tempo e falar dos Heróis do Mar (daí a moda não ser de agora...), o que torna ainda mais pertinente, a influência destes últimos, nas bandas nacionais que acima mencionei.
Pessoalmente, gosto muito. Além do "travo" melodioso que traz às canções, introduz ainda uma sensualidade, que apela, de uma forma irresistível, à movimentação das ancas. Faz bem aos ouvidos e ao corpo. Por mim, a "africanização" do pop-rock está aprovada.

http://www.youtube.com/watch?v=Es-SyYrpg2c

domingo, 29 de agosto de 2010

Não Sei

Não sei se o Roberto vai, finalmente, provar que é bom. Não sei se o Benfica vai ser novamente campeão. Não sei porque é que existem empresas que, no mês em que mais facturam e que, por esse mesmo positivo facto, pagam mais aos seus colaboradores nesse período, maltratam os mesmos só porque estes ganharam mais uns trocos. Não sei porque é que existem algumas empresas que funcionam de forma estranha. Não sei o porquê de um jovem, na actualidade, ter tanta dificuldade em ser independente. Não sei porque é que nada corre como planeado. Não sei porque é que as famílias nem sempre estão juntas e nem sempre são normais. Não sei porque é que os sonhos nunca se realizam. Não sei porque é que o superficial vence quase sempre ao essencial. Não sei porque é que se muda de opinião, como se muda de camisa. Não sei porque é que tentar fazer as coisas bem, não é bem visto por muita gente. Não sei porque é que ser sincero, honesto e genuíno, não é recompensado. Não sei a razão do cinismo ser a melhor das "armas" numa relação. Não sei porque é que "abrir o jogo", faz "perder a piada". Não sei porque é que quando se perdoa algo, tudo volta a tornar-se desinteressante. Não sei porque é que ser bom não chega. Não sei porque é que a bondade, provoca em algumas pessoas, um sentimento de desprezo. Não sei o motivo pelo qual, fazer cedências a tudo, dar toda a atenção possível e tentar que as coisas aconteçam, sejam sinónimos de "chatice" para alguns. Não sei o motivo pelo qual, o simples facto de ter saudades de alguém, seja apelidado e considerado "complicado". Não sei porque é que repetimos os mesmos erros, vezes sem conta. Não sei porque é que não damos ouvidos e atenção a quem realmente gosta de nós e que por nós se sacrifica. Não sei o porquê das pessoas, a quem fazemos tudo e mais alguma coisa, criticarem-nos e desprezarem-nos por tudo e por nada...
Não sei porque é que nem sempre sei utilizar bem as vírgulas e colocar correctamente os acentos. Não sei porque é que não consigo dormir. Não sei como resolver estes "não sei" todos. Só sei que são todos verdadeiros. É mesmo só isso que eu sei...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

De Volta

Pronto... Mais um blog. O meu segundo. A pedido de algumas famílias (não muitas...) ele aí está.
Desta vez, sem estar agregado a um site, mas com as mesmas intenções de sempre, ou seja, nenhumas. Continuo a ter como certo, que não tenho nada de muito importante para escrever (não confundir com falsa modéstia) e continuo a sem ter a miníma ambição de tornar este blog, referência do quer que seja.
Simplesmente, quando não tenho nada com que me ocupar, gosto de escrever sobre o que bem me apetecer, emitindo as minhas opiniões e desabafos, sobre os assuntos e matérias, que mais interessam à minha pessoa, os quais, quem me conhece, saberá certamente quais são. Não será certamente com a regularidade do passado (até porque não faria sentido), nem sequer farei nenhum "compromisso" de tempo para a actualização deste blog. Simplesmente, vou escrever por aqui, quando me apetecer.
Quem quiser interagir neste blog, acompanhando-o, ou até emitindo as suas opiniões, critícas, discordâncias ou desabafos, será obviamente bem-vindo, desde que o faça segundo critérios de boa educação e de respeito pelas opiniões que, eventualmente, possam ser diferentes.
Suponho que a ideia de "morrer devagar", não agrade a ninguém. A mim, não agrada de certeza... Portanto, vivam!!
Poderei não ser a melhor das pessoas para aconselhar isto. Mas tento, cada vez mais, pôr em prática esta máxima.

Enjoy! Cheers!