Modéstia à parte, eu avisei. Quando os avistei, pela primeira vez, no mesmo palco onde ontem os voltei a reencontrar, fiquei com a clara sensação, que aqueles jovens adolescentes, poderiam tornar-se em algo de sério na música pop deste país. Pois bem, ainda não são um caso sério, mas para lá caminham, de uma forma consistente e madura.
Ontem, no tal palco onde tudo começou (Santiago Alquimista), Os Capitães da Areia deram um verdadeiro concerto. Uma coisa a sério, mesmo quando os imprevistos aconteceram. A evolução está bem patente, para quem como eu, os tem acompanhado desde início. A título de exemplo, pela primeira vez, observei Capitão Pedro a cantar sem esforço. Isto é, em ocasiões anteriores, ficava com a sensação que poderia haver um banho de sangue em palco, pois as cordas vocais do rapaz davam a assustadora ideia, que poderiam rebentar a qualquer momento. Ontem a coisa foi bem diferente. O frontman d'Os Capitães não só cantou sem esforço como, ao mesmo tempo, conseguiu manter a sua postura em palco, que já é quase uma imagem de marca. Uma estranha mistura de Jarvis Cocker com Liam Gallagher, com calças azuis e t-shirt dentro das mesmas.
O resto da banda também amadureceu. Com um novo Capitão nas teclas, a banda está cada vez mais coesa e descontraída. Mesmo quando no início do concerto, o Capitão Tiago ficou sem uma corda da sua guitarra, a banda soube ultrapassar bem a situação, fazendo uma actuação exemplar, que surpreendeu e aqueceu, o muito bem composto, Santiago Alquimista.
Enfim... Eu sou suspeito. Sei bem que sou. Mas com canções como O Nascimento de Tróia ou Senhora das Indecisões, contínuo com a mesma convicção, que Os Capitães da Areia são (e peço perdão por me repetir) o futuro da pop feita em português. Este ano será o começo desse mesmo futuro.
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