Há quem esteja extremamente feliz com esta crise no governo. Até mesmo alguns que se dizem preocupados, estão contentes. O poder é uma guloseima potente e há sempre quem não lhe consiga resistir. Neste grupo dos "contentes", há gente que pouco informada ou iludida, pensa que tudo vai mudar com umas simples eleições. Depois existem aqueles, com mais responsabilidade, bem informados, alguns deles que sabem bem em que estado está o país (e em que estado vai ficar...) que, simplesmente, por meros interesses sectoriais, lobbys e clientelismo partidário ( o "guloso" aparelho do PS rejubila de novo), estão felicíssimos com tudo isto, como se um fracasso de um governo, não correspondesse a um fracasso do país. Este segundo grupo dos "contentes", é claramente o mais perigoso e o que não pretende o bem do seu país, mas, simplesmente, o seu bem pessoal e daqueles que com eles partilham sindicatos, partidos e outros lobbys obscuros que têm minado o nosso Estado e a democracia do mesmo.
E se pensavam que pelo que escrevi no parágrafo anterior iria excluir aqueles que, supostamente, estão "tristes", desenganem-se. É tudo igual. Os da oposição e os do governo. Tudo gente irresponsável, que põe interesses partidários à frente dos do país. Tudo gente que prefere o conflito com "segundas intenções", a um consenso que faça isto avançar e melhorar. O que aconteceu nos últimos dois dias, só vem comprovar isto. Mas poderíamos recuar no tempo e dar mais exemplos. Se for verdade que Passos Coelho não informou e discutiu com o seu parceiro de coligação o nome do substituto do Ministro das Finanças, é grave, ridículo e desleal. Contudo, para mim, sempre foi certo que Paulo Portas, com o aproximar de momentos eleitorais, iria roer a corda. Confirmou-se. A comunicação de Passos Coelho de ontem, não foi mais do que passar para Paulo Portas e para o CDS, o ónus desta crise no governo e do fim da coligação. Como se o fracasso da mesma, não passasse, igualmente, pelo comportamento de Passos Coelho. Como se isso fosse o mais importante para o país agora. Como se o tacticismo partidário fosse mais relevante que o futuro do país. Já o escrevi aqui e repito: desde os tempos em que o hediondo Sócrates chegou ao poder, estamos, mais do que nunca, entregues à bicharada e a um bando de irresponsáveis.
Na minha opinião, mesmo sabendo que do ponto de vista dos nossos partidos e das personagens que por lá gravitam, isto é quase impossível de ser posto em prática, o melhor para o país, neste momento e num período de transição até eleições, seria um governo de iniciativa presidencial. José Gomes Ferreira, já referiu hoje alguns possíveis nomes. Rui Rio, António Costa, Paulo Macedo, foram os mencionados. Certamente, que existem outros. Mas o país não pode parar e eu gostava que isto não ficasse igual à Grécia. Ficaria com uma boa impressão de Cavaco, se este tivesse a coragem de o propor, mesmo sabendo que a sua popularidade desceria ainda mais e mesmo que as hipóteses da ideia vingar serem mais do que remotas. Haja alguém com discernimento e responsabilidade. Só um bocadinho... E acreditem, o maior problema do país, são os actuais aparelhos partidários e a forma como os mesmos funcionam. É o princípio de tudo. Os "tristes" e os "contentes" são os coveiros da Pátria.
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