Na semana passada, após a demissão de Gaspar e de Portas, escrevi, neste mesmo espaço, o que acima está transcrito. O que ontem foi sugerido por Cavaco, não é um governo de iniciativa presidencial (de todo), mas é algo que vai de encontro ao que escrevi, no sentido do consenso e da responsabilização de todos perante o cenário que enfrentamos. Nomeadamente, daqueles que assinaram o memorando e que têm a responsabilidade de o cumprir e de dar a cara por ele.
Há muito tempo que não concordava com o nosso Presidente da República. Ontem concordei e além disso, achei que a sua atitude revela um sentido de Estado e uma coragem, que eu há muito não via na política portuguesa. Cavaco surpreendeu tudo e todos e fez aquilo que está correcto e que é necessário numa situação de emergência como aquela que vivemos. Mesmo sabendo que voltaria a ser criticado e mesmo sabendo que a ideia, apesar de correcta, é de difícil concretização, não hesitou em fazer aquilo que está certo e aquilo que na óptica do nosso Presidente, o país precisa. "Teve-os no sítio" e isso, nos dias que correm e, nomeadamente, com os políticos com que hoje somos "prendados", é algo digno e merecedor de elogio.
Com dirigentes políticos decentes e num país onde a opinião pública não fosse envenenada com gente que comenta com segundas intenções, a proposta do Presidente da República, seria aceite normalmente. E Cavaco ontem explicou e bem porquê. Está tudo na comunicação do Presidente. Só não vê ou ouve quem não quer. Como cidadão, só espero que os nossos dirigentes políticos e os nossos partidos, sejam responsáveis e esqueçam, mais não seja, por um simples ano, os seus interesses e os interesses daqueles que gravitam à sua volta (os "macabros aparelhos"). E em relação a Cavaco, foi bom saber que ainda tenho um Presidente da República.
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