Quando entraram os We Are The Ocean, tentei abstrair-me do meu pesadelo. Em vão... A banda é competente, é um facto. Mas é mais do mesmo. Não digo que um dia não possam chegar à RFM ou à Comercial, mas não trarão nada de novo ou, pelo menos, algo que a mim me possa interessar por aí além. E o Kelvin continuava a marcar e o Artur, completamente batido, continuava a contemplar a bola a entrar e o campeonato a fugir...
Depois vieram os Muse. Um fantástico concerto. Musicalmente perfeito, um som fenomenal e uma produção visual brutal. Sou insuspeito de o dizer, porque nem sequer sou um fã incondicional da banda e, provavelmente, se não fossem as influências de terceiros, nem sequer tinha ido ao espectáculo. Os Muse não sendo uma banda que, musicalmente, me encha as medidas, têm personalidade (mesmo com todas as referências óbvias, que os mesmos não fazem a mínima questão de esconder), originalidade e têm provavelmente o maior "performer" do rock actual, Matt Bellamy (à parte, o infeliz momento em que, por segundos, esteve com um cachecol da equipa do Kelvin ao pescoço). Se juntarmos a isto tudo, uma produção de estádio fantástica, que não se limita a ser uma produção para "encher chouriços", mas que, para além da grandeza, consegue ser pertinente e verdadeiramente original, temos todos os condimentos reunidos para que os britânicos sejam, no presente, os líderes da Liga dos Campeões do pop-rock mundial.
Os Muse conseguiram que o Kelvin aparecesse menos vezes à minha frente e isso, por si só, já merece um obrigado. Foi como se tivessem ao meu lado, a ajudar-me a enfrentar os meus piores pesadelos. E uma sessão de psicanálise com os Muse a tocar, é um luxo que poucos conseguem ter.
P.S.: O Estádio do Dragão, é o segundo estádio mais bonito do país.
P.S.2: A dada altura, até uma bandeira do Vitória de Guimarães tinha que aparecer...