segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Pó. A Sensual. A Celebração. O Deus. Os Cool.

Sim, o título é horrível. Mas apeteceu-me. Ajuda-me a explanar em retrospectiva, as minhas 3 noites do Meco (ou mais ou menos lá...).

Começemos pelo pó. Não é agradável, de facto. De qualquer modo, ali não se pode esperar outra coisa e como eu acho que quem quer estar naquele ambiente e, sobretudo, quem gosta das bandas que passaram e passarão (diz-se, pelo menos, nos próximos 10 anos) por aquele local, não se importa muito de ficar castanho, com os olhos vermelhos e com uma ranhoca preta. Suporte-se ou não, é a imagem de marca deste festival e pronto.

Vamos à música. A sensual Lykke Li, encheu-me as medidas na primeira noite. Um espectáculo muito bom, visualmente muito interessante e canções que talvez merecessem mais o palco principal, do que outros que por lá passaram. De resto, Lykke Li, tem a melhor canção de 2011 (assumo por antecipação isto), "Sadness Is A Blessing".

A celebração foi no dia seguinte. O concerto de Arcade Fire, tal como desabafei noutro local, foi daqueles que ficam na memória para todo o sempre e só quem lá esteve o pode perceber. Uma festa magnífica, hinos incontornáveis, coros assombrosos e uma banda maravilhosa em palco, que dá tudo, mas mesmo tudo, em cima dele. Fantásticos!

Ontem vi um deus. Um deus com uma guitarra. Slash é um figurão. Estar a escassos metros de alguém que desde putos, vemos como um ícone, não é todos os dias. Óbvio, que foi com os temas dos Guns que a coisa aqueceu. Se "Nightrain" deu o mote para o início do pó a sério, "Sweet Child O'Mine" emocionou. Ver aquele gajo a tocar à minha frente, uma das canções mais perfeitas da história do rock n' roll, é um momento único e inesquecível.

A seguir, The Strokes. A banda pela qual mais ansiei e o principal motivo para me ter sujado. Grande concerto. Simples mas eficaz. O rock n' roll mais cool que se ouviu nos últimos 10 anos. Tal como li algures hoje, foi um concerto para "duros". Um concerto de rock a sério, com os clássicos (sim, já o são) de uma geração que cresceu a ouvi-los. Faltou uma ou outra. Mas foi bom e não há razões de queixa. O rock n' roll quer-se directo. Se for cool, melhor. E esta será, provavelmente, a banda mais cool e iconográfica dos últimos 10 anos.

Para o ano, há mais. Com pó, com certeza.